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Há uma sombra pálida que se move no tecido social marcada pela violência que tenta reaparecer depois de três décadas e meia no calabouço da história como uma grande novidade, entretanto, os fatos são incontestes, em sua atuação demonstrou toda sua estupidez e temeridade para com o princípio da liberdade constitucional de um povo.

Professor Jacinto Junior – um pensador contemporâneo

Em (31.03.2018) estive visitando meus filhos na Capital do Piauí (THE) e lá pelas 10h30min passando na Av. Frei Serafim sentido centro, deparei-me com uma manifestação de natureza política (as pessoas presentes estavam vestidas de verde-amarelo e bandeira de nosso país em punho e, ao lado, uma faixa com uma inscrição ortodoxa: “pela Intervenção Militar já”) tive a curiosidade de contar aquela multidão: 16 pessoas participando da mobilização. Confesso, estou assustado. Assustado não pela quantidade exorbitante de simpatizantes à causa dos milicos. Mas pela forma como o regime democrático tão jovem – de 1984-2018 – pode ser novamente desestruturado e posto a uma condição de incerteza e insegurança institucional se, por ventura, essa intenção vier a se concretizar. Nosso país não aceita mais o retorno do militarismo daninho que produziu violentamente milhares de mortes, perseguições e desaparecimento de pessoas que se opuseram e resistiram aos desmandos do regime facínora e monstruoso que se constituiu em 1964. Essa trágica experiência jamais…, nunca mais!

O fato da experiência histórica civil-militar em nosso país sob a coordenação dos EUA (através da CIA) na conhecida Operação Condor (1970-1980) mostra a barbárie que foi o intervencionismo militarista em toda a América Latina – saldo: 60 mil ativistas mortos e 400.000 presos políticos.

Esse movimento é de caráter fascista (pois sua prerrogativa é a sintomática violência). Está promovendo e disseminando o ódio de brasileiro contra brasileiro. O atenuante que os bravos simpatizantes e guerreiros verde-oliva desfecham é que o governo não está tendo mais controle sobre a crise social e política bem como a crise que sacode a infraestrutura do Estado do Rio de Janeiro (onde existe uma permanente guerra entre facções, milícias e traficantes nos morros cariocas) e, por isso mesmo, é necessário uma intervenção militar para estabilizar essa celeuma e impor a ordem.

Para quem acha e pressupõe que a coisa acontece a bel-prazer precisa se inteirar do ordenamento constitucional. As forças armadas têm suas funções definidas e, por conseguinte, não pode atuar como se fosse um organismo vivo, autônomo, sem que tenha uma hierarquia e uma ordem estrutural a obedecer. O principio constitucional é inatacável, por via de regra, designa a atuação das forças armadas em questões especificas.

O princípio que os simpatizantes do movimento Intervenção Militar já, alegam como única forma para resolver a questão política e social é o “assalto aos céus”, ao incentivar a prática da agressão física e verbal ao seu oponente, principalmente quando este é identificado como simpatizante e/ou militante de partidos de esquerda e de centro esquerda. Tais pessoas são estigmatizadas como ‘esquerdopatas’, ‘lulupetralhas’, ‘bolivarianos’, ‘vai prá Cuba’ e tantos outros ricos adjetivos que causa inveja ao nosso filólogo Aurélio Buarque.

O que já pude observar nas entrelinhas do discurso desse movimento ultradireitista é a capacidade de ofensa ao outrem. Não são guiados por uma tese convincente, por isso mesmo, usam sempre chavões pejorativos e de cunho agressivo. São desrespeitosos, não sabem dialogar. São pessoas que explodem em ódio e em demasia expõem seus sórdidos pensamentos predatórios. São contumazes xingadores e xenófobos!

O Brasil não carece de uma intervenção militar e, sim, de um ‘choque cultural’ que estabeleça parâmetros aos cidadãos(ãs) visando filtrar sua opção e escolha política. Tal escolha, entretanto, deve ter critérios. Enquanto predominar a hipocrisia entre quem clama por legitimidade, democracia, direitos, decência, ética, e, no entanto, se comprime nesse grupo que ostenta a bravata como troféu e a impunidade como canal para, copiosamente reproduzir a cultura da corrupção, infelizmente, não corroborará para o avanço de nosso país, não contribuirá para a melhoria das condições de vida do povo desassistido; o inverso submete a ordem natural como fato preponderante e os bandidos de colarinho branco deleitam-se nos lascivos encantos pela desordem e pela podridão. O que o país precisa é de ética, é de seriedade e, acima de tudo, respeito à democracia. Mergulhar no tenebroso mundo de um modelo conduzido por militares é retroceder no tempo e no espaço.

A política maiúscula precisa serenamente priorizar sua vocação e essência: aprofundar a transparência. Portanto, esse discurso descabido de priorizar a intervenção militar como alternativa para resolver as crises institucionais de ordem política, econômica e social brasileira contraria o conceito de legitimidade, pois, com efeito, o princípio democrático constitucional por si só discrimina as particularidades das forças armadas. Por conseguinte, rejeita como natural a necessidade de intervenção militar como proposição emergencial e sanadora de tudo.

A história contemporânea já superou a síndrome de Estocolmo militarista no mundo inteiro. Não há mais espaço para esse tipo de regime nos atuais modelos societários. A democracia é que deve dirigir o destino de cada sociedade e de cada povo. E o povo é quem decide como a democracia deve ser dirigida, construída e consolidada.

O movimento intervencionista militarista é nitidamente político, ultraconservador e simpático ao liberalismo como modelo ideal de democracia e liberdade e desenvolvimento. Entre seus principais líderes está o eclético e desembestado Bolsonaro (para os seus liderados o conhecido “Bolsomito”). Esta figura caricata encastelada sob a custódia dos aparelhos repressores como o Exército e a Polícia Militar, pretende se candidatar à presidência da República. É verdade que, no fundo, o pretenso candidato “Bolsomito” já demonstrou em vários momentos que desconhece as principais linhas teóricas econômicas, mas, no subconsciente – e, inconscientemente -, há uma tendência pela política liberal, afinal, vive em um país que tem como característica típica a concepção liberal. Seu discurso é temperado pelo ódio crescente, é agressivo e perde o controle com maior facilidade. Tenta ser atual e, no entanto, é profundamente arcaico e conservador do ponto de vista da liberdade. É limitado, intelectualmente.

Em resumo, o movimento intervencionista militarista se caracteriza pela associação ao pleno desenvolvimento impelido pela ordem, disciplina e submissão ao comando geral – isto é, os mecanismos subjacentes criados por esse organismo irão determinar a concepção libertária de que o Brasil precisa. Ou seja, impor o medo e o silencio!

Por Jacinto Junior

9 comentários sobre “Intervenção Militar: O retorno do silêncio e do Medo”

  1. Direito de resposta: Então, reforce as grades de “casa”, ai sim, mergulhará em um mundo vazio de liberdade. Sendo assim, esses homens ou santos soldados Policiais Militares juntamente com o Exercito Brasileiro são simplesmente heróis nacionais ,pois, garante o vosso sono dia e noite. Pense bem , ou voce acha que eles não são feitos de carne e ossos? Falar de atos passados sem entender o contexto é simples , o difícil é ser protagonista de uma guerra que travamos há anos. Ademais, existem poucas diferenças entre Síria e Brasil nos dias atuais. Quer ditadura maior do que vivemos hoje? não precisa ir muito longe , Codó carece de medidas urgentes nas áreas de saúde – essa está quase em óbito -, segurança, educação e saneamento. Regime Democrático? Em fim, seja livre ande nas ruas sem preocupação, “impor medo e silencio ” e precisa?

    1. Concordo em gênero, número e grau quando você evoca a problemática local da saúde, educação e do saneamento básico (quanto ao item segurança, esta é de competência exclusiva do estado, portanto, o governo local não pode fazer nada, apenas estabelecer convenio que permita a ação do estado).

    1. Qual é o teu Curso meu jovem acadêmico?
      Conheces a fundo a história de nosso ‘adormecido gigante”?
      Qual é o seu conceito de democracia e de liberdade?
      Quem você acha ideal para conduzir o destino de nosso “adormecido gigante” na atual conjuntura?

  2. Realmente o texto é longo, mas deixa claro a simpatia pelo regime que levou recentemente, a Venezuela a um governo que retrata fielmente a verdadeira face do regime, que o autor tanto defende.
    Ficando as indagações: a Constituição foi respeitada? Os direitos humanos? O governo ouviu a opinião da população?…
    No Brasil, políticos de esquerda incitam a violência, derramamento de sangue, defendem condenado pela justiça, queimam a bandeira Nacional, o líder (que idolatram) usa o povo (massa de manobra) como escudo humano entre outras atrocidades. Mas esses sim, são o exemplo de virtudes a perpeturem no Brasil.
    Estranho tão tão raciocínio lógico!!

  3. Realmente o texto é longo, mas deixa claro a simpatia pelo regime que levou recentemente, a Venezuela a um governo que retrata fielmente a verdadeira face do regime, que o autor tanto defende.
    Ficando as indagações: a Constituição foi respeitada? Os direitos humanos? O governo ouviu a opinião da população?…
    No Brasil, políticos de esquerda incitam a violência, derramamento de sangue, defendem condenado pela justiça, queimam a bandeira Nacional, o líder (que idolatram) usa o povo (massa de manobra) como escudo humano entre outras atrocidades. Mas esses sim, são o exemplo de virtudes a perpeturem no Brasil.
    Estranho tal raciocínio lógico!!

    1. Cara Rita Melo,
      Primeiramente, gostaria de agradecer por ter a coragem, a determinação e a disposição para ler o “extenso texto” – um esclarecimento: só são duas laudas com o espaço de 1,15cm, não está de acordo com a ABNT, caso elaborasse tal texto obedecendo suas regras, certamente, ultrapassaria as quatro laudas. Não sei se você é uma aluna, caso sejas eu compreendo perfeitamente seu argumento, caso contrário, se fores uma educadora ou, ainda, uma cidadã comum, ai eu já ficaria entristecido pelo fato de saber que encontrei uma pessoa “preguiçosa e relaxada”. Caso sejas uma profissional da educação é melhor mudar de atitude e reformule sua prática cultural – adote o hábito da leitura crítica e sistemática, como eu faço e com prazer deleitoso.
      Mas, voltando para o seu argumento fabuloso açodando-me de forma impiedosa como uma máquina destruidora, exporei o seguinte:
      1. Sua leitura interpretativa é desfocada do principal ponto que busco esclarecer – falo sobre a possibilidade de intervenção militar em nosso país, assim, como num passe de mágica para resolver tudo e suas imprevisíveis consequências!
      2. Em nenhum momento procurei estabelecer comparação entre os sistemas políticos de cá com o de lá – se é que me entende!
      3. Aonde apontei no corpo do texto a CF/88 como instrumento que contribuiu para o desrespeito? Ao contrário, coloco-a como elemento crucial para instituir a ordem e a garantia do sistema de direitos de todos(as) cidadãos(ãs) e, acima de tudo, permitir a consolidação da democracia. Se o governo Temer é movido pelo egocentrismo e de tendencia autoritária ai é que reside o centro de toda a contradição no que tange à quebra das normas constitucionais.
      4. Com relação ao “o governo ouviu a opinião da população”? Bom, aqui, é preciso que você esclareça melhor – filtre mais o posicionamento, para que seja possível a definição correta daquilo que você deseja expor como opinião -, pois simplesmente dizer que: “o governo ouviu a opinião da população”?… é uma estratosférica incompreensão do objeto a ser esclarecido. Estou confuso com esse argumento incompleto;
      5. Parece que você vive noutro sistema solar. Seu raciocínio é invertido (estude melhor os fatos históricos mais recentes, especialmente, a partir de 2013…). Quem tem incitado a ‘violência’ feroz são exatamente os simpatizantes do famigerado “Bolsomito”, ligado a Olavo de Carvalho, Lobão, e o ator pornô Alexandre Frota, o aprendiz de política Kim Katagari do MBL e CIA.
      6. Basta olhar o último vídeo apresentado pelo ‘mito’ para saber o quanto é doente, discriminador, ofensivo, autoritário e despreparado – ele manda -, literalmente, o povo nordestino comer capim, e você como uma boa nordestina, suponho que sejas, necessariamente, fará o que ele pediu, certo?. Esse é o respeitoso tratamento que tal homem “bom” e “honesto” pretende oferecer ao povo brasileiro se, vier a ser presidente deste pedaço de terra. É uma verdadeira piada esse rinoceronte!
      E, por fim, Rita Melo, não defendo a intolerância, não luto por “guerra” e nem clamo por “derramamento de sangue”; não defendo a isenção de quem é culpado por algum tipo de crime – seja na vida pública e privada – a não ser que ele seja efetivamente inocente!
      O que deve perpetuar em nossa “pátria amada” é o amor gentil.
      A grande lógica é saber logicizar a lógica histórica com lógica e convencer o outrem persuasivamente e não com grosserias e mentiras.
      A grande medida de um homem se dá por sua estatura ética e moral.
      Saudações democráticas!

    1. Somente os covardes se ocultam no anonimato. Queres debater o que? Economia? Filosofia? Sociologia? Sistema e forma de governo? Democracia direta e participativa? Diga qual o tema, então, estaremos preparado para o embate no campo das ideias! Será que você sabe mesmo o que é isso? Seja sincero homem, e manifeste-se com sua verdadeira identidade social, “cara”, perdoe-me o palavrão, mas fui forçado a dizê-lo! Para além disso, mostre-me seu vasto e profundo conhecimento de ordem histórico-social, sobre o que pensa na atual conjuntura política. O que você entende por governo democrático, regime comunista, de bem-social, enfim, qual sua concepção sobre o futuro de nosso país diante da presente situação; critique-me com fundamentação, com lógica; e deixe de criancice. Não me julgue apenas pela aparência externa, pois há em mim um cidadão ávido pelo conhecimento e adora um debate sincero. Mas a condição elementar é você se manifestar com sua identidade social verdadeira. Mas agora está difícil acreditar no que você disser como ente social pois uma vez mentiu, sempre mentirá… é uma pena, EPneves! É muita falta de criatividade num só ente social, caramba!
      Saudações democráticas… Será que você sabe o que é isso mesmo?

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