MERCADO DO PEIXE
Domingo, dez da manhã
Urubu engolindo brânquias e intestino de peixe…
Água podre correndo
Água limpa derramando
Misturando com a podre
mosquitos
Cachorro dormindo
Calazar dormindo
Gato
bebendo água podre
Fígado, bofe, coração exposto
Fedor
Café com bolo pra vender
Sangue
Conversas amigáveis
dinheiro
Fedor
Urubu voando
Criança trabalhando
Escamas, faringe, estômago
De peixe
Água podre, parada, escura,
Urubu
Fedor gente
Eleitores.
Clerisvaldo Costa
Codó-MA, 11 de agosto de 2019.
10 comentários sobre “Poeta Clerisvaldo Costa faz poesia que retrata ‘a podridão do Mercado do Peixe’ de Codó”
Esse poeta é FANTÁSTICO!!!
Muito. Que essa denúncia em forma poética, seja mais um alerta da calamidade instaurada e que as autoridades possam ver e tomar as devidas providências. Historicamente a maioria dos poemas retratam as belezas, mas vale usar do artificio poético para retratar o caos, para ver se há alguma ação concreta. Parabéns Clerisvaldo, pela percepção e perspicácia de saber descrever de forma poética.
Belíssimo poema, belíssima manifestação!
Parabéns Clerisvaldo Costa.
Parabéns Clerisvaldo.
Parabéns por possuir o dom, tal qual Manuel Bandeira, de transformar a dura realidade
em poesia. É só lembrar-se do poema O Bicho, do citado autor.
Foi falado bastante de um grande mercado que seria construído em Codó mas foi tanta torcida contra que a coisa não vingou. Infelizmente o povo também tem sua parcela de culpa pelas mazelas dessa cidade.
Os mercados e feiras de Codó envergonham qualquer cidadão do bem.
Faça um poema com o Mercado Central.
Mercado Central construído em cima de um esgoto chamado água fria.
Maxixe quiabo,abóbora jogada nas calçadas onde passaram ratos, gatos e cachorros sem falar que o pombo cagou.
A visão das tripas, bichos e fígado de boi sem falar no bofe seco.
Os vocês de venda de peixe com empanada de circo.
Galinheiro com frangos e frangas sem falar nos patos e nos vocês de matança de frango.
Um espaço para vírus e bactérias sem falar nas doenças dos ratos e a pose de baratas de muleta.
Penso que estamos na África. Não estamos no mercado de Codó. Uma fotografia da realidade que vivemos. Se escapamos desta BREVE voltaremos.
Cadê a VIGILANCIA SANITARIA de Codó que permite toda esta esculhambacao?