As Sagradas Escrituras relata um episódio no Livro de Gn 11:1-9, sobre o povo oriental que desafiaram ao Deus Trino e sofreram as consequências por conta desse abuso espiritual. Evidentemente que não tenho a pretensão de igualar o gestor atual à pessoa de Deus, mas apenas, retratar uma comparação de ordem eminentemente política sobre a matéria em tela.
Lembrei-me desse relato quando li a postagem feita pelo nobre operador do Direito Acélio Trindade em seu acessadíssimo sitio, com a seguinte chamada: “Zito já definiu seu candidato?” (Antes de prosseguir devo alertar que recebi em meu Facebook uma matéria enviada pelo radialista e blogueiro ‘Mãozinha’ e verifiquei que ambas tratavam de um mesmo conteúdo). A distinção entre uma e outra é apenas o sinal de interrogação feita pela segunda chamada (blog do Acelio) enquanto que, a primeira afirma. Mediante suas ponderações não pude deixar de, também, expressar minhas tímidas impressões a respeito da matéria veiculada e, passei alguns momentos absorvendo e remoendo todo o conteúdo ali postado e, assim, manifesto minha opinião com as seguintes observações:
- O intrépido proprietário do sítio com sua habitual parcimônia procura aprofundar a (discussão) especulação – isto porque a cidade já deve está fervendo sobre o nome do próximo mandatário local apesar de termos ainda cerca de um ano e meio para a realização do pleito eleitoral – no interior da cidade sobre quem será o futuro prefeito de nossa centenária cidade;
- Para dar ênfase aos argumentos serei forçado – no bom sentido – de me apropriar de algumas falas do autor do texto acima citado para desenvolver o raciocínio ordenando a especulação exposta;
- De fato, o atual gestor Zito Rolim não é infantil e nem um pouco inexperiente para afirmar que já escolhera seu futuro sucessor. Pode até ser que já o tenha feito, entretanto, revelar prematuramente o nome do ‘felizardo’ são outros quinhentos, pois, tal revelação poria em risco uma futura e solida composição tática que, certamente, facilitaria a eleição de seu apadrinhado político;
- Creio que, também, quando o autor do texto de forma especulativa levanta a possibilidade de uma formação da chapa majoritária envolvendo nomes de duas mulheres: Cristina Archer e Carol Reis, inevitavelmente, tal articulação não faz sentido, já que, a mobilização em torno das alianças denota um amplo e intenso dialogo com diversas forças e correntes políticas para, definitivamente, consolidar o arranjo político;
- O autor do texto tem uma clara consciência a respeito do processo tático e pontual, quando declara: “Também pesa contra essas insinuações que pairam sobre a cidade, a distancia para a eleição. Aqui, é de costume definir até no dia da convenção (quem viu alguém anunciado para chegar nos braços numa convenção e, de repente, este mesmo ser aparece noutra)”. É de práxis esse mecanismo utilitarista ser cultuado nas decisões fundamentais das alianças no meio conservador político. Inclusive, temos experiências concretas e recentes que fortalece tal argumento. Em 2008 isso ocorreu com uma legenda que detinham um discurso de fazer uma transformação profunda nas estruturas de poder e, de repente, aliou-se ao velho arqui-inimigo histórico e, mais grave ainda, em 2012, repetiu o feito permitindo ser engolida pelo poder político associado ao poder do capital de forma inescrupulosa. As eleições de 2008 reproduziram, também, de forma eficiente, essa tática quando houve a junção entre o PSB de José Inácio e o PV, de Zito Rolim. Iniciando assim o processo de corte epistemológico nas estruturas conservadoras tradicionais comandadas pelo reacionário Biné Figueiredo.
- Outro oportuno argumento aferido pelo autor contempla uma avaliação válida que traduz um corte radical na esteira das facções conservadoras e de direita provocando assim, um importante vácuo no processo político de escolha: “Pela primeira vez nos últimos 30 anos teremos uma eleição sem os antigos políticos desta cidade mandando e desmandando, isso abre espaço para mudanças, só que aqueles que podem representar essa mudança ainda acham que só chegarão ao poder com a ajudinha da velha política”, nada tão esclarecedor e ao mesmo tempo preocupante, pois, aqueles que, poderiam de fato, tornarem-se as alternativas concretas a um novo ciclo de renovação e reestruturação no campo político, ainda não conseguiram se desvencilhar da cultura ‘viciada’, impregnada do poder econômico e compreendem assim, que, numa disputa pela conquista do poder a chance de vencer é mínima por conta da ausência do capital para mover a sua candidatura. Volto a relembrar que nossa história nos brindou com experiências positivas nesse sentido. Darei novamente outro exemplo de que a relação capital (poder econômico) X decisão popular (escolha politica do cidadão livre) nem sempre o capital se impõe como vitorioso e influente. No exemplo a seguir, a relação ocorreu de forma inversa: na primeira metade da década de 1980 (especificamente no ano de 1982) ocorrera a mais dura e disputada eleição de toda a história de nossa cidade, de um lado, o candidato (e já falecido empresário) Nonato Salem e, de outro, (também, falecido) Dr. Antonio Joaquim Araújo, tal eleição ficou conhecida como: “o tostão contra o milhão”, uma fina ironia ao poder econômico sustentado pelo então candidato Nonato Salem; que, quando foram abertas as urnas sofrera uma fragorosa derrota. Essa experiência serve de referencia para que os candidatos progressistas e independentes que pretendam se candidatar pensem com ousadia na possibilidade de romper com os resquícios ciclos conservadores e de direita na atualidade que ainda arquejam um sopro de vida político e sonhem com a esperança e com a perspectiva de que em algum momento da história os homens oprimidos compreenderão verdadeiramente a importância de tal candidatura de esquerda para promover a tão esperada mudança social para todos.
- E, por último, o autor encerra seu posicionamento lúcido dizendo: “Você já se tocou que ninguém mais ataca a administração de Zito nos meios de comunicação de massa (rádio/TV)?” a força de uma gestão – dependendo do grau de sua eficácia administrativa – revela sua forte inserção social. Isso reflete atualmente com o gestor. A oposição circunstancial – e/ou grupelhos oportunistas conservadores de direita reacionários – têm uma clara compreensão disso e, como alimentam o desejo de ser apoiado pelo atual gestor não ousam criticar o modelo gerenciado por Zito Rolim! E qual é o elemento que neutralizam uma critica mais contundente ao governo e impõe tal silêncio aos seus antagônicos opositores? Uma coisa chamada pesquisa eleitoral (tenho uma leve sensação de que “alguém” poderoso e interessado nas eleições de 2016, está sempre monitorando a gestão Zito Rolim e os números apontam de forma positiva ao governo). A única explicação plausível para justificar tal omissão crítica! A direita reacionária já reconhece a necessidade de ter o gestor como aliado para, assim, sentir-se mais segura em relação ao candidato medíocre e sem propostas que deseja apresentar para a comunidade como a ‘tábua de salvação’.
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Estas circunstâncias nos cobra a capacidade de refletir com maior peso de reponsabilidade sobre a renovação e descontinuidade de uma gestão pública carregada de inovações. Nunca a história se revelou tão otimista ante a exclusão dos elementos da direita conservadora como únicos a definirem o modo e quem deverá ser o futuro sucessor. O hiato histórico produzido ante tais circunstâncias certamente apontará novos membros e novos atores sensíveis a esta realidade social que emerge de um sintoma atávico para um processo civilizatório centrado no desenvolvimento e na perspectiva democrática. Cabe à sociedade civil incorporar essas novas demandas e corresponder ao momento que a história reclama para uma nova fase de liberdade, sem retrocesso. O ciclo de renovação precisa ter prosseguimento como uma necessidade intrínseca e inapelável.
E, por fim, “a Torre de Babel” – essa confusão política e jogo hipócrita entre as facções conservadoras de direita e da extrema direita – está se formando/formada e, nela, uma insensatez estúpida se manifesta e replica a realidade que absorve o inevitável: a bancarrota da camarilha conservadora e de direita, pois, falta-lhe uma exata compreensão dos processos históricos que denotaram suas derrotas. Afinal, todos continuam a sonhar com a possibilidade de se apropriar, reapropriar do poder ou, ainda, de querer recuperá-lo como instância subalterna à sua disposição (ou, melhor, transformando-o de público em particular – o poder para servir a si e aos seus apaniguado).
Por Jacinto Junior
2 comentários sobre “A Torre de Babel: considerações preliminares sobre a sucessão municipal para 2016”
Faça um artigo sobre sua desastrosa, passagem pela secretaria de Educação do Governo Zito. Aquilo foi uma Torre de ……..
Já que editou o comentário acima, favor retirar a vírgula. rs