Fale com Acélio

Dep. César Pires
Dep. César Pires

Na história da humanidade, muitos grandes feitos nascem e se desenvolvem graças apenas ao suor daqueles que os empreendem. Outros, mais custosos, além do suor, exigem o contributo do sangue de inúmeras e anônimas criaturas que, por isso, passam, mais que quaisquer outras, a serem dignas do melhor de nosso respeito e admiração.

 Codó – a cidade que me viu nascer – é um desses exemplos em que suor e sangue formaram a argamassa da sua construção étnica e sócio-cultural.

 Hoje, ficamos imaginando, ao revolver “o fundo do baú” – já prestando, nestas palavras entre aspas, merecida homenagem ao mestre João Batista Machado, em seu livro recente de memórias codoenses – quantas centenas de índios, africanos e europeus não deram a vida para que aquele pequeno núcleo populacional, encravado às margens do rio Itapecuru, se tornasse a cidade aconchegante e promissora dos nossos dias.

Essa amálgama de três raças distintas confere a nota de singularidade com que Codó se apresenta no contexto antropológico do Estado. Codó traz em seus habitantes o traço visível das feições dos índios Gamela e Urubu, aldeados pelos missionários jesuítas no século XVII, e a marca inconfundível da pujança do negro, forjada nos quilombos. Soma-se ainda, a essa miscigenação a influência do branco, através dos portugueses sertanistas, plantadores de algodão e criadores de gado.

No século XIX, o Dicionário de César Marques registra sobre Codó: “As terras do município são muito próprias para a cultura do algodão, arroz e mais gêneros. Para a criação de gado vacum, tem bons campos e abundância de pastos”, ainda que “tudo sujeito às correrias e destruição dos índios”. Prosseguindo, o autor diz, ainda, que Codó é o ponto mais comercial e importante da ribeira do Itapecuru, integrando o chamado “ciclo industrial” do Maranhão, cuja presença ainda é visível nas chaminés das tecelagens, que nem o tempo e os maus-tratos conseguiram destruir permanecendo como memória viva da capacidade criadora de seus cidadãos.

César Marques registra, também, a riqueza mineral de Codó, destacando “a presença do carvão de pedra, do mármore de várias cores, de uma grande camada de zinconise e de xistos betuminosos, dos quais, dos quais destila-se querosene em abundância e de boa qualidade, igual ao da Pensilvânia e Ohio, nos Estados Unidos”.

 Todavia, o mais importante de Codó é a sua gente, o seu povo místico e valoroso. E lembramos o Codó dos comerciantes sírio-libaneses: dos Jorge, dos Salem, dos Buzar, dos Murad, dos Duailibe, dos Saad, dos Zaidan. Codó dos Araújo, dos Reis, dos Gerude e da contemporaneidade de Francisco Oliveira. Codó “do folclore do carimbo”, que nos deu Maria Piauí e Bita do Barão, e mantém mais de 300 terreiros de culto afro-brasileiro. Codó dos grandes vanguardistas, Antônio de Almeida Oliveira e Emetério dos Santos. Codó dos homens públicos, com envergadura de estadista, como Sebastião Archer e Renato Archer, ou de políticos como Zito Rolim. Codó dos visitantes ilustres do passado como Spix e Martius, Afonso Pena e Getúlio Vargas e dos educadores dedicados como Carmem Plácido Lago (Dona Carmita), Neide Araújo, Maria Alice Machado, Priscila Reis e tantos outros.

 Codó da gente simples das ruas, dos trabalhadores anônimos e também dos excluídos e dos injustiçados. Codó do novo tempo, alicerçado no trabalho e no seu capital humano, oficiais da coisa pública, profissionais liberais e beneméritos a serviço da comunidade. Por que não lembrar Merval Cruz?

Na atualidade, aplausos para a presença da Universidade Estadual que, a passos célebres, vai se instalando em Codó, na expectativa de propiciar a inclusão social, pelo conhecimento, daqueles que , apesar do sonho de acesso à educação superior, ainda se mantinham na condição de párias do processo educacional.

Na qualidade do filho de Codó, orgulho-me em celebrar, uma vez mais, o aniversário da minha cidade e comtemplá-la na perspectiva de um futuro luminoso. Como homem público, comprometo-me a unir forças, ao lado de tantos outros codoenses ilustres, de ontem e de hoje, na busca de novos horizontes de engrandecimento e de progresso para aquela cidade. Na condição de gestor universitário, quero engajar-me, mais e mais, na luta indormida para trazer aos meus irmãos do Vale do Itapecuru dias melhores, fundados nos benefícios da educação como fator de liberdade, paz e justiça social.

Parabéns a todos os codoenses!

(Publicado no Jornal O Estado do Maranhão, 09.05.2001).

8 comentários sobre “ARTIGO: Por deputado César Pires – Celebrando Codó”

  1. É O UNICO QUE TEM O COMPROMISSO COM NOSSA GENTE, ENTREGANDO-OS, INTRODUZINDO OS ALICERSES DE NOSSA FUTURA EDUCAÇÃO.POIS O POUCO QUE TEMOS DE ESTRUTURA EDUCACIONAL FOI TRAGA POR ESTE HOMEM QUE MERECE TODOS OS NOSSOS ELOGIOS. MAS PRECISAMOS DE MAIS, E MUITO MAIS.

  2. Maravilhoso esse artigo escrito pelo Deputado e professor César Pires, sim porque ele é um educador também, mestre sensível à Educação e a cultura deste município, gosto muito do seu discurso que nos traz uma retórica rica e que nos faz lembrar aqueles verdadeiros políticos idealistas de outrora, desejo e torço pra que você com essa alma de educador continue trabalhando e buscando projetos que venham desenvolver o nosso município.
    Parabéns nobre e culto Deputado professor César Pires, te ouvir falar com esse vocabulário fabuloso não nos cansa,tu és um orgulho para Codó como cidadão e como representante político para essa cidade, continue almejando, sonhando e realizando projetos que façam a diferença para esse povo!

    1. Sera que é devido a feição do indio urubu, que da gestão do Archer até o Rolim, eles criaam e reproduziram tatos lixeirros e urubus.
      Taí Nagib Assen a resposta para o Icardo Archer ter deixado vários lixões e urubus em Codó. Aquele apelido de …. que voce deu foi corretissimo

  3. CONTRADITÓRIO, CESAR PIRES FALAR DOS INJUSTIÇADOS, UMA VEZ QUE ESTE DEPUTADO ESTÁ USANDO DE TODO PODER E INFLUÊNCIA QUE TEM PARA PROMOVER INJUSTIÇAS E OPRESSÕES AOS TRABALHADORES RURAIS E QUILOMBOLAS DA REGIÃO DO BOM JESUS.
    ELE MANDA SEUS CAPANGAS PARA INTIMIDAR OS MORADORES, MANDA … CASAS DOS MORADORES, PROMOVE …… DAS MATAS, D DE PALMEIRAS…

    ADEMAIS É CAPACHO DA FAMÍLIA SARNEY, QUE TRANSFORMOU O MARANHÃO EM O ESTADO MAIS MISERÁVEL DO PAÍS E COM O PIOR IDH(ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO), SEM CONTAR QUE TEVE UMA PASSAGEM DECADENTE COMO SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO.

    DEPUTADO CESAR PIRES, MUITA GENTE SEBE DAS BARBARIDADES QUE VOCÊ PROMOVE NO MARANHÃO, A ESSAS PESSOAS VOCÊ NÃO ENGANA.

  4. É muito cara-de-pau, foi reitor da UEMA por duas vezes e nunca mandou um curso que preste (de relevância) pra Codó. Agora vem com convesa fiada pra enganar os bestas.

  5. O cara. Ponto. Quem é melhor? k k k k. Valeu cesar Pires.Ei, Juliosp e Antonio Celso tenta fazer um. Vou votar em ti meu caro Cesatr pires.

  6. Conheço de perto essa briga do Colega ( professor )Mario Sergio.Lotado no Bom Jesus. Não da aula e só que ….. o povo. m……. Nunca deu aula. O dep. Denunciou ele.

Deixe um comentário para juliosp Cancelar resposta

PUBLICIDADES

A CONVERSA É COM ACÉLIO TRINDADE

APP RAD MAIS

Dra. Nábia, PEDIATRA

FACULDADE IPEDE

Medicina Integrada – Pedro Augusto

REGIONAL TELECOM

Marque Consulta

FC MOTOS

LOJA PARAISO

PREPARATÓRIO PARA CONCURSO

FARMÁCIA DO TRABALHADOR

PANIFICADORA ALFA

OPTICA AGAPE

SUPERLAR

PHARMAJOY

BRILHO DO SOL

 

CAWEB FIBRA

PARAÍBA A MODA DA SUA VIDA

Venda de Imóveis Codó-MA

HOSPITAL SÃO PEDRO (HSP)

Óticas HP

CARTÃO NOROESTE

 

 

SEMANA RAD+

 

 

GABRIELA CONSTRUÇÕES

Imprima

Lojas Tropical

Mundo do Real

Reginaldo

Baronesa Janaína

RÁDIOS NET

EAD – Grátis

Categorias