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Senador José Sarney - uma vida dedicada ao Brasil
Senador José Sarney – uma vida dedicada ao Brasil

Salomão, na sua sabedoria, que vinha da inspiração de Deus, definiu de maneira jamais superada, e milhões de vezes citada ao longo dos milênios, os nossos tempos da vida no Eclesiastes, dizendo que “existe um tempo próprio para tudo e há uma época para cada coisa debaixo do céu”. A vida da gente nos ensina esse caminho. Eu, agora, achei que era tempo de parar.

Deus, em Sua generosidade, deu­me vida longa, fazendo-me ser o político mais longevo de toda a história brasileira. Mesmo vindo do Império, onde no Senado os mandatos eram vitalícios, fui o mais longevo de todos, completando quase 60 anos de vida política. Depois de mim, vem o Visconde de Abaeté, que teve 54 anos de mandatos. No Senado fui o que mais tempo já passou na República, com 39 anos, seguido do Rui Barbosa com 32.

Ocupei todos os cargos federais: deputado federal, senador, vice­presidente, presidente da República, presidente de partido, líder de Governo e Oposição e quatro vezes presidente do Congresso Nacional, além do honroso cargo, que muito me enobrece, de governador do Maranhão, conseguido em eleição direta. Na história do Maranhão não tenho referência próxima.

Não relaciono esta trajetória por vaidade, mas para reconhecer que tenho motivos de parar. Prestei grandes serviços a minha Pátria, inclusive o maior de todos, convocar a Constituinte e assegurando a transição democrática que deu ao país o período mais duradouro de tranquilidade constitucional. Os maiores avanços sociais começaram comigo, que deixei a Presidência com uma sociedade verdadeiramente democrática implantada no Brasil, com o pleno exercício da cidadania, que hoje se afirma na sétima eleição direta e com o reconhecimento nacional da minha contribuição às instituições brasileiras e à democracia que o país vive.

É verdade que ao lado dessa vida política consegui realizar uma obra literária que me levou à Academia Brasileira de Letras, onde também hoje sou o decano. A minha bibliografia, publicada ano passado, inclui 110 títulos e 164 edições, com traduções em 12 línguas. Tenho todas as condecorações nacionais no mais alto grau e sou detentor, também, de grandes distinções estrangeiras, inclusive a Grã­Cruz da Legião de Honra da França, a mais alta distinção mundial e títulos de doutor honoris causa de muitas universidades mundiais, inclusive das de Coimbra, Moscou e Pequim. Sou membro do InterAction Council que reúne 40 ex­chefes de Estado e de Governo do mundo todo, inclusive Carter, Clinton, Schmidt, Giscard d’Éstaing, Gorbachev.

O grande escritor brasileiro Joacy Goes escreveu um tratado sobre a inveja.

Corneille afirmava: “nunca um invejoso perdoa ao mérito”; Balzac: “é tão natural destruir o que não se pode construir, negar o que não se compreende, insultar o que se inveja”. É natural que tenha construído inimigos e o motor deles é justamente a inveja que habita as pessoas. Tudo isso, saindo do Maranhão, de uma pequena cidade, Pinheiro, dos mais belos campos do mundo, de família humilde e sem protetores.

Abri o meu caminho e, como dizia Fernando Pessoa, “cumpri contra o destino o meu dever”.

Publicado hoje em O Estado do Maranhão

7 comentários sobre “COLUNA DO SARNEY: A graça de uma vida sem ódios”

  1. Longa vida pública, às custas de conchavos, cambalachos, conluios (Quem não se lembra dos atos secretos no senado). Todo camaleão vai longe, mas um dia, como nos de hoje, a história lhe condena ao esquecimento.

  2. Acabou Sarney, fim de linha pra sua longeva história política. Espero que aconteça isso com toda a sua raça …….(família e apadrinhados).
    Vamos virar a página e reescrever uma outra história para o nosso querido Maranhão.
    Dá-lhe DINO…..

  3. Só vislumbrou no texto apenas uma inverdade. A raposa velha não decidiu parar. As circunstâncias é que não lhe permitiram continuar.

  4. Sarney, há muito tempo, perdeu a noção do real. Só sabe se vangloriar de um legado que insiste afirmar que deixou. Sarney deixou a maranhão na miséria, sua ação política sempre tive uma pretensão única: patrimonialista.

  5. É o clássico estilo da autoimagem, recheiada de vanglorismo. De fato, ele precisa realizar essa auto promoção,pois seus feitos politicos foram formais que a propria historia se encarrega de suprimi-los. Ele mesmo e que tenta resgatar o formalismo catedratico. Adeus Califa das Arábias do MA. A historia agradece seudesaparecimento tardio do cenario politico nacional.

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