Superlotada. Na delegacia de Codó estavam 101 presos vivendo num ambiente construído para no máximo 20. Cerca de 12, apenas, foram transferidos por meio de um esforço descomunal do delegado regional, Rômulo Vasconcelos, para conseguir vagas em presídios maranhenses.
Um dos problemas é que grande parte já cumpre pena em local inadequado. O delegado se reclama.
“Presos sentenciados, presos provisórios, presos que precisam cumprir sua pena num regime adequado, regime fechado, aberto, semiaberto aqui nós não temos condições de fazer isso porque é delegacia de polícia, não é presídio”, disse Vasconcelos ao blog
ATIVIDADES DE PRESÍDIO
Por conta disso, a regional se ver obrigada a fazer atividades que são inerentes aos presídios, que são os locais destinados pela lei para o cumprimento da pena. Como são muitos, e os presos necessitam, o delegado acaba usando toda a sua estrutura para dá suporte a tais serviços, as vezes a estrutura da PM também.
A assistência religiosa está na lei. Carcereiros precisam manter a segurança enquanto membros da igreja Batista da Graça, a mais frequente, desenvolve o trabalho no corredor da carceragem.
“Enquanto a vida há esperança e nós temos apresentado pra eles a Esperança, que é Cristo”, destacou o pastor Silas Henrique
DOENÇAS
Em celas cada vez mais apertadas, as doenças tornam-se comuns. Wellington divide espaço com 23 homens e revela.
“Lá dentro dá cabeça de prego, dá pira, da coceira no corpo, lá dá coisa de novo, gripe dá demais, agora mesmo teve uns dois com febre lá”, revelou ao blogdoacelio o detento Wellington da Silva Muniz
Para ampará-los, emergencialmente, a direção da regional chama o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência que aplica medicamentos, principalmente, contra dores e algumas viroses. Registramos uma destas ações no início desta semana.
“ a gente passa a queixa do paciente para o médico e o médico orienta a medicação correta…a gente faz comunicação via rádio, a gente não faz nenhuma conduta sem ser orientado pelo médico regulador do SAMU”, explicou o socorrista do SAMU, Márcio da Rocha
INVESTIGAÇÃO PREJUDICADA
Como tudo demanda tempo e pessoal para apoiar as ações, muitas atividades da polícia judiciária acabam prejudicadas.
“não é da nossa função cuidar de preso, isso atrapalha o dia-a-dia da polícia, né, que é de investigar os crimes que acontecem na nossa circunscrição (…) o juiz nos cobra e a gente tem que fazer as vezes de diretor de presídio”, concluiu o delega