
Em visita, recente, ao povoado Taboca, na região da Trizidela, o empresário, Francisco Nagib, deparou-se com algo que lhe chocou o coração – a triste realidade dos alunos daquela comunidade escolar.
As fotografias feitas pela assessoria do empresário mostram que desde o governo de Biné Figueiredo, nenhuma melhoria foi efetivada no local. Para provar isso, numa única foto aparecem a escola antiga ainda pintada com as cores do governo Codó Para Todos (dos Figueiredo) e lá no fundo a escola usada na atualidade, do governo Cuidando de Nossa Gente.
Pode-se observar que se trata de uma meia-água, como chamam os lavradores, ao estilo capela com meia parede de pau-a-pique (barro, talo e cipó) coberta com palhas de palmeiras do rico babaçu. Considerando que, se no governo de Biné a situação já era assim, é prudente entender que desde Ricardo Archer (governo Codó 2000), e até desde antes, a situação se arrasta sem dó daqueles pobres agricultores e seus sofridos filhos, uma vez que seria impossível acreditar que uma escola de alvenaria fora erguida ali e depois tenha desaparecido.

A situação interna também é vergonhosa. O piso onde aparecerem estudantes sentados ao lado do empresário, em uma das fotografias, é de ‘chão batido’, uma forma secular que os lavradores usam no acabamento de suas rústicas residências. Demonstrando, sem dúvida, que o local fora construído pela comunidade na ânsia de ver os filhos num local que todos chamam, prazerosamente, de escola, por mais calamitosa que pareça.
“Eu conversei com os alunos e eles me disseram que a merenda falta com muita frequência, na época de frutas da região como mangas, por exemplo, eles aproveitam para se alimentarem substituindo a merenda escolar, triste o que eu vi, muito triste”, afirmou Nagib
REALIDADE

As administrações municipais nunca tratam com clareza a realidade da zona rural. Cada vez que um prefeito entra de primeira ou retorna, sua equipe de educação trata de apresentar, na imprensa oficial, um relatório que mais parece repetição do que mostrara seu antecessor.
Esclareço. Quando alguém vai à TV ou ao rádio, destaca que o ex-prefeito deixou número X de escolas nas condições encontradas pelo empresário, Francisco Nagib, na zona rural de Codó. Observe que quando este deixa o governo, seu sucessor, certamente, apresentará, praticamente, o mesmo número de escolas de barro, talo e cipó.
MAQUIANDO A VERDADE
O ciclo se repete há 116 anos. Enquanto isso, usa-se a tática de marketing de se divulgar o número de salas construídas, porque é maior.
Na realidade, é uma maquiagem de governo pois, na prática, a maioria das escolas vergonhosas continuará intocável, com os filhos dos lavradores estudando em condições sub-humanas, sem ter direito sequer a um banheiro para fazer suas necessidades fisiológicas, quadro negro adequado, água potável para beber, carteiras escolares “padrão MEC” e a outros direitos básicos garantidos pela Constituição deste país.