O empresário, Ludgardes Santos Silva, o Gugu, da Asas Empréstimos, contou ao blogdoacelio que fora procurado duas vezes por Piedade Barbosa da Silva, 53 anos, considerada a líder, e as idosas Maria Francisca Gomes e Maria José Farias.
“No caso ela não tinha conta e eu pedi que ela fosse abrir uma conta porque a idade dela já era um pouco avançada, aí eu foi para o Bradesco abrir a conta e voltou dizendo que não conseguiu e eu disse – então eu não tenho como fazer o empréstimo porque nessa idade (mais de 80 anos) não se libera mais ordem de pagamento”, explicou Gugu.
MESMAS PESSOAS, OUTROS DOCUMENTOS
Na sequência dos fatos, Piedade voltou para Coroatá, de onde é o grupo, e retornou à Codó no dia seguinte apresentando as mesmas pessoas, mas com outros documentos. No primeiro, o nome que aparecia numa carteira de trabalho era de Angelina Duarte Torres, no dia seguinte a carteira já trazia o nome de Eline Ribeiro.
“Ela foi embora, quando foi no outro dia ela voltou com a mesma senhora, com outra documentação, a mesma senhora já se passando por outra pessoa. É muita ingenuidade. Perguntei – abriu a conta foi? Ela disse, não, não sou eu não, aquela lá era minha irmã é porque eu sou muito parecida com ela, já fiquei desconfiado”, afirmou o empresário que chamou a polícia.
POLÍCIA EXPLICA
O delegado, Rômulo Vasconcelos, e sua equipe, estiveram na Asas e fizeram a prisão em flagrante. Rômulo explicou que a forma do golpe é simples. Descobre-se um falecido, convence-se familiares de que fazer empréstimo no nome do morto é possível e se alguém topar, falsifica-se a documentação. O passo seguinte é só ter coragem para procurar uma financeira que caia no conto.
“Eles identificam pessoas mortas, juntam o documento, pegam pessoas vivas, botam a foto e vão tentar fazer empréstimos fraudulentos com estes documentos”, disse o delegado
A TRAMA
No caso específico, uma das idosas usadas, de nome Maria Francisca Gomes, era mãe de uma falecida havia 7 anos, em nome de quem, realmente, sairia o empréstimo. Maria José Farias, estava atuando no papel da falecida quando a casa desmoronou. As duas só receberiam entre R$ 150,00 à R$ 200,00 pela participação, enquanto que a mentora, Piedade Barbosa da Silva, ficaria com cerca de R$ 5.000,00.
“Essas duas estavam sendo utilizadas, recebiam R$ 150,00 ou R$ 200,00 por fraude feita e a outra lá, a grande chefona, ela ficava em média com R$ 5.000,00 de empréstimo”, disse Rômulo Vasconcelos.
As três foram autuadas por estelionato e falsificação de documentos públicos. Além das três senhoras, também foi levado a delegacia o taxista Domingos Filho que foi inocentado por Piedade. Segundo a chefe, ela recebera apenas R$ 35,00 pela corrida e não sabia de nada.