Há poucas horas do Natal, além de comprar, centenas de pessoas querem receber dinheiro ou pagar suas contas e, neste período, as filas de algumas agências bancárias e casas lotéricas, que já incomodavam, ficam piores ainda. Que o diga o ajudante de pedreiro Valdemar Mesquita
“QUANTO TEMPO CÊ JÁ ENFRENTOU PRA PAGAR UM CONTA? Tem vez que mais de uma hora (…) as vezes enfrenta a fila e o sistema ainda sai ainda, fica fora do ar…E COMO É QUE O CIDADÃO FICA? Fica sem paciência, vai pra casa, as vezes volta sem resolver”, respondeu
SOL E FILA
Quem não traz proteção de casa, precisa encarar o sol quente fora a espera de atendimento.
“Fila em todo lugar meu irmão, se não for na fila hoje não vai (…) Ah meu filho castiga e castiga muito, quantas pessoas se sentem mal com o sol quente, mas é o jeito né”, reclamou a lavradora Raimunda Nonata Rodrigues
PRIORIDADE ZERO
Como o objetivo de quem enfrenta a fila é ser atendido o mais breve possível, isso acaba sendo mais importante que conceder o direito que algumas pessoas possuem de, realmente, serem atendidas com prioridade.
Encontramos Natalie com sua filha de dois meses e Irenilde Moraes com um bebê de seis meses no colo. Elas estavam numa fila de prioridade, sem prioridade no atendimento. A espera é como se fosse para uma pessoa qualquer.
“A SENHORA NÃO ACHA QUE DEVERIA TER PRIORIDADE? Com certeza… JÁ TENTOU? Não, ainda não fui lá na frente não…AS PESSOAS NÃO ABREM? Não”, respondeu com ar de indignação
IDOSO SEM ESPAÇO
Seu Hermógenes Mendes da Cunha desistiu da fila do idoso e sentou-se do outro lado da rua, de frente para a lotérica esperando um momento melhor para ficar de pé. Ele além da idade, sofre com dores no joelho, mesmo assim não teve sua prioridade respeitada.
“tenho 78 anos…TEM PRIORIDADE, O SR É IDOSO…pois é, me falaram que esta fila aqui era dos idosos agora vou procurar chegou lá não tem vez, só se for na fila, rapaz é molecagem…QUANTO TEMPO O SENHOR ESPERA? Já faz mais de duas horas”, indignou-se
Fizemos a reportagem em duas lotéricas, a direção das duas informou que, pelo tamanho, não há como aumentar o número de caixas, que são suficientes para atendimento sem transtornos fora deste período de maior movimentação.
Disseram ainda que usam fila única para as demais pessoas, mas continuam com filas diferenciadas para idosos, gestantes e pessoas com crianças de colo, no entanto novamente o problema ocorre por causa do grande fluxo atual. Logo o atendimento voltará ao normal.