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Foi  realizada ontem, 18,  no prédio do Instituto Histórico e Geográfico do Codó  A NOITE DE AUTÓGRAFOS  do livro TERECÔ DE CODÓ , UMA HISTÓRIA A SER DESCOBERTA, do escritor  Cícero Centriny.

Contou  aos presentes  que após ouvir no Rio de Janeiro, em um seminário, um discurso discriminatório contra o terecô, passou a dedicar-se a escrever um livro que provasse o contrário de tudo que ouvira naquela noite.

Fotos do lançamento do livro TERECÔ DE CODÓ
Fotos do lançamento do livro TERECÔ DE CODÓ

“Eu tive uma briga muito acirrada no RJ quando um pesquisador se referiu ao Terecô como uma coisa sem pé nem cabeça, sem uma religião, que nem religião seria, é uma coisa sem pai nem mais de santo, sem iniciação, um monte de negros dançando aleatoriamente, bebendo cachaça e falando besteira. Esse foi o pontapé inicial, a partir da minha indignação que eu disse e repito somos nós  que temos que contar a nossa história”, explicou

Durante 9 anos,  Centriny  reuniu e  documentou tudo sobre o TERECÔ de Codó, terra que lhe viu nascer há 55 anos.

No resultado final de tanto trabalho é possível  encontrar a origem de Codó e, claro,   desta religião, todas as suas peculiaridades e seus principais mestres terecozeiros de 1786, quando tudo começou em Santo Antonio dos Pretos, até hoje.

 “Maria Piauí, Jansen, Deus Quiser, Tobias, Melânia, Gili, entre outros do terecô que eu classifico como terecô clássico ou tradicional. No Terecô mais moderno nós temos mestre Bita do Barão, Domingos Paiva, Aluízio Mota e outros que a gente pontua no livro”, citou

A DECEPÇÃO DO ESCRITOR

Apesar de muito feliz com o lançamento, Centriny não deixou de registrar sua decepção com as autoridades em termos de apoio. Destacou em entrevista ao blog que esteve em outros 3 lançamentos, todos com total aclamação. Já na sua terra natal, a realidade foi frustrante.

Basta lembrar que a maioria das autoridades convidadas para sentar-se a mesa não deu nem as caras no evento.

“Emocionado e até decepcionado porque estou vindo de Teresina onde eu lancei em 3 lugares em uma faculdade lotada, num terreiro lotado, num seminário nacional lotado e os maiores elogios, recebi convite para outros lançamentos OAB de Belém, OAB do Piauí e  aqui em Codó, como é a minha terra natal, o apoio foi muito discreto. Eu acho que, não a mim, mas a literatura de religiões de matriz africana poderiam ter atenção mais especial por parte das autoridades locais”, afirmou decepcionado

ELOGIOS À OBRA

Mas quem compareceu, destacou a nobreza do livro.

 “Essa obra veio somar-se à outras que nós temos do nosso escritor querido João Batista Machado e outros que tem aí que falam, que contam a história de Codó, então nós vamos somar, é mais que que vai somar pra informação de como Codó surgiu”, disse Ribamar Amorim,  pres. do IHGC

Para o professor do Instituto Federal do Maranhão, Aluízio Cunha, o livro TERECô DE CODÓ – uma religião a ser descoberta, traz a possibilidade de um conhecimento que precisa ser valorizado.

 “Nós brasileiros temos o hábito ruim de valorizar muito o que vem de fora e esquecer de olhar aquilo que é nosso, então eu acho que o primeiro grande ganho taí a gente conhecer um pouco aquilo que é nosso e passar a valorizar aquilo que é nosso”, frisou o mestre em História

O professor e administrador Romilson Leal ver na obra de Centriny a descoberta das raízes de uma religião muito importante.

 “ Aqui tem informações precisas para que todos possam conhecer a sua realidade, conhecer as suas raízes (…) A partir do momento que há um livro como esse na nossa sociedade, há uma necessidade de se conhecer e a partir do momento que se conhece há uma mudança na mentalidade do povo codoense”, disse

Cícero Centriny entende tratar-se de  uma nova fonte de pesquisa com capacidade para dividir épocas, fornecer novos conceitos sobre a religião africana trazida por escravos à Codó e até acabar com um velho estigma.

 “eu tenho certeza absoluta que isso vem a contribuir para que as pessoas tenham consciência do que é a religião e tire este estigma que Codó tem lá fora que Codó seja a terra da macumba, a terra da magia negra e que o terecô não seja visto dessa forma, de macumba, de magia negra, enquanto é uma religião de matriz africana”, concluiu

22 comentários sobre “Lançado o livro TERECÔ DE CODÓ – Uma história a ser descoberta”

  1. Obrigado Acelio por ter trasmitido com fidelidade tudo que ouviu e viu na noite de ontem no lançamento do meu livro, nao poderia esperar uma atitude diferente de um jornalista profissional do seu gabarito.
    Consiente que fiz a minha parte, saio da cena de Codó para brilhar em outros palcos que valorizam a história de um povo, negro despidos de todos os preconceitos.Porque minha vida foi sempre norteada por aquele velho pensamento Àrabe que diz: ” O pessimista reclama do vento, O otimista elogia o vento, O realista ajeita sua velas”
    Afinal eu sou um inveterado realista!
    Abraços!
    Obrigado por tudo,
    Cicero Centriny.

  2. Eu estou absolutamente radiante… Era algo esperado uma literatura tão completa como é essa de Cicero Centriny. muito feliz mesmo!! isso enriquece mais minhas pesquisas que venho fazendo há algum tempo. Ácelio obrigado por me citar em sua matéria.!! Povo de codó precisa conhecer de fato o que é o terecô…

    1. Caro Romylson.
      Seu entusiasmo no lançamento do livro me deixou emocionado e com a mais absoluta certeza que tudo valeu a pena. Em Teresina eu tive 3 pessoas feito você que não esconderam as suas emoções e reconhecimento ao um arduo mais importante,a minha contribuiçao para a história da cidade que me viu nascer, mesmo contra suas vontades meus ancestrais viveram e estão enterrados aqui. E se os povos conteporaneos que aqui vivem não entendem e não se importam e querem ingnorar sua propria história, ai já são outros quinhentos, isso passa a ser um problema de suas próprias ignorâncias.
      Obrigado por você ser um codoense que se importa e se orgulha de sua historia assim como eu.
      Um grande abraço.
      Axé!
      Cicero Centriny.

  3. E o ícone BITA DO BARÃO? Ele é o âncora de qualquer livro que trate de terecô em Codó. Já começa com um ponto negativo para o leitor. BITA não pareceu nas fotos e nem na capa do livro ? E também não participou do lançamento?

    1. Meu caro com todo o respeito e consideração pelo meu “avô” Bita do Barão, o livro nao se trata dele, e sim do Terecô de Codó, para sua informação a capa é de uma sacerdotisa do Terecô.Por isso representa todos os terecozeiros (as), pois a tradição do mesmo sempre foi “matriarcal”, tudo no livro está totalmente fundamentado. Quanto a ausencia de fotos dele, é um mero detalhe tenho certeza que o capitulo que fala de sua vida tem mais importancia para o leitor do que uma simples ilustração.
      Falando da ausencia de Bita do Barão ao evento, tanto ele quanto os demais pais e mães de santo foram convidados, portanto só eles mesmos podem justificar isso pra você.
      Axé!
      Cícero Centriny.

  4. A ausência das autoridades no lançamento desta valorosa obra literária se deu devido a escolha do local, infelizmente….
    talvez o Cícero Centriny não soubesse desse detalhe, nem mesmo os membros do instituto estão frequentando a entidade, …..

    1. Realmente eu sou apolitico partidario, não sabia que Codó ainda vive uma mentalidade tacanha e continua vivendo na era do coronelismo, eu nao me meto em picuinhas de comadres, Apesar de tudo eu continuo achando o Instituto Histórico e Geografico de Codó um espaço maravilhoso e bonito, infelizmente mal utilizado pela maioria dos codoenses. Mais quero deixar claro que desde do inicio do meu projeto do lançamento do livro lá eu fui bem acolhido e tive todo o apôio possivél por lá também.
      Acho que a maioria dos codoenses deveriam deixar esse comportamento bobo de quem vive numa “vila” e aproveitar mais o Instituto, independente de quem o dirija.
      Axé!
      Cicero Centriny.

  5. Caro amigo Cícero, fiquei muito feliz e honrado em saber através desse Blog do lançamento do seu livro!!! Quero aqui te enviar um fraterno abraço, parabenizando-o por tão magnífica obra literária, que nos traz informações históricas valiosas acerca dessa “religião”, que poucos conhecem com tamanha profundidade!!! Obrigado meu irmão!!

    1. Oi queridissimo Xurica, quantas saudades.
      Pessoas como vc que é o meu combustivél diario para que eu possa dar continuidade na minha trajetória de luta e resistência, sempre.
      Sou brasileiro e não desisto nunca, apesar das tempestades, mesmo com os temporais, eu to sempre ajeitando as velas do meu barco.
      Obrigado pelas suas palavas de incentivo.
      Vai o meu grande, meu imenso abraço fraterno.
      Axé!
      Cicero Centriny.

  6. Quero parabenizar o meu velho amigo Cícero Centriny pelo lançamento do seu livro Terecô de Codó. O Cícero nos honra ao se dedicar a um tema que conta muito das nossas origens. Essa obra, certamente dará valorosa contribuição para desmistificar os preconceitos (frutos de mera ignorância)que ainda vitimam nossas tradições de origens africanas.

    Parabéns Meu Amigo! que as entidades espirituais continuem a abençoar a sua vida e a sua obra.

    Um grande abraço.

    1. È sempre bom contribuir de forma possitiva, pois só assim vamos diluindo os preconceitos acerca de nossa origens e religiosidade, obrigado pelo reconhecimento.
      Axé!
      Cícero Centriny.

  7. Estou muito feliz por mais esta obra q retrata mais um assunto de grande relevância, na qual a cidade de Codó é conhecida em todo Brasil, como adquirir um exemplar de mais uma obra da qual tenho interesse, já tenho outras, queria adquirir, mais e mais que ventura virão. Não moro na cidade, mas, tenho pessoas que ai residem, que poderiam adquirir, para mim, obrigado também ao Blog pela divulgação feita com ênfase.

  8. Olá querido, tenho absoluta certeza que sua leitura será proveitosa e certamente amenizará as saudades da nossa terrinha querida.
    O livro está sendo comercializado no Instituto Historico e Geografico de Codó, agora corra porque só tem disponibilizado poucos exemplares.
    Convido voce a acompanhar a trajetoria dessa obra em futuros lançamentos pelo Brasil afora pelo meu facebook Cicero Centriny Centriny.
    Axé!

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