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Jacinto Junior
Jacinto Junior

Raras são as pessoas que aclamam um gosto especial pela leitura! Eu não as culpo e nem as condeno, pois, esse hábito é cultural em nosso país. Geralmente, os homens que expressam gosto especial pela leitura são os pertencentes às classes dominantes, classe média e classe média alta, pouquíssimos são aqueles de origem popular que se apaixonam pela leitura inspiradora e revolucionária; entretanto, há sim, aqueles que conseguem quebrar a redoma tradicional e se inserem no campo da leitura e, em muitos casos, para além. Esse fato é concreto.

Diante dessa repreensível realidade o que fazer para que a grande maioria da massa de homens, mulheres, crianças, jovens e adultos apreciem a leitura de um robusto livro e apreendam em si o peculiar gosto pela leitura? Além disso, temos outro elemento constituinte: o analfabetismo – que não é exclusividade de nossa cidade. A tarefa para reduzi-lo e/ou suprimi-lo deve ser priorizado com planejamento, equilíbrio e prazo estipulado para sua execução/término.

Esse nosso drama certamente, pode ser resolvido com medidas simples e, ao mesmo tempo, sem onerar de forma exacerbada o poder público. Existem modelos inovadores e idéias fantásticas que tem proporcionado a inversão dessa cultura rasa. Exemplo: a confecção de bibliotecas itinerantes (sua articulação poderia ser planejada a partir de um bairro e, ali, as pessoas responsáveis pelo projeto, interagirem com a comunidade de forma informal) e, assim, influenciar toda a comunidade a participar de uma ação coletiva.

A leitura é a porta fundamental para o ingresso do homem no mundo concreto e ao conhecimento. Podemos distinguir duas vertentes no campo da leitura, a saber: de um lado, a que trata do mundo real, onde se apresenta a realidade como ela o é; o nosso cotidiano, enfim, a análise teórica da ciência em várias correntes de pensamentos revelando-nos as suas inevitáveis contradições sociais; e, de outro, o campo da imaginação que ilustra situações fantasiosas, ilusionismos, ficção científica, utopias e etc.

O fator preponderante é que a leitura pode servir como álibe libertador das angústias dilacerantes ao indivíduo que não vislumbra nenhuma perspectiva para além de si mesmo enquanto sujeito aprisionado ao mundo opressor.

Em que medida a leitura modifica um homem e sua realidade? É possível isso?

Acredito que o poder da leitura seja o elemento indutor capaz de fomentar uma transformação intelectual aguda em qualquer indivíduo, bastando para isso, querer se despir da velha cultura sustentada no conceito de dominação de classes, ou seja, de que somente pode ter acesso à cultura e à leitura, quem é rico. Tal conceito se materializa na alienação do homem socialmente, reproduzindo sua contínua paralisação no que se refere ao gosto e ao ato de ler e estudar concomitantemente. Portanto, evidencia-se por meio da não-leitura a ideologia de dominação de uma classe sobre outra.

Uma Resposta

  1. Parabéns, aqui você mostrou que adequação da linguagem tem que facilitar para quem está recebendo a mensagem. O mestre Evanildo Bechara nos propõe que adequar a nossa lingua, para entendermos nossa população é preservar patrimônio da nossa cultura. Ele diz que devemos usar palavras simples, ou seja, são palavras teoricamente usuais que são do conhecimento da maioria, principalmente do destinatário do texto. Dessa maneira torna-se importante escolher vocabulário acessível ao leitor. O advogado pode usar termos técnico usar o latim, com certeza o juiz não terá dificuldade de entender, mas se o mesmo advogado estiver fazendo um relatório para um leigo – em direito – deve buscar um vocabulário que seja do entendimento do leitor. O professor Sergio Nogueira, costuma dizer que por mais estudo que tenha, por mais culto que seja, por mais educado que seja, há situações que o uso popular vulgar se torna até necessário. Há quem diga que você não usar a palavra mais chula popular que você conhece, não extravasa raiva nenhuma em algum momento da vida.

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