
A entrevista do Confidencial, comandado pelo jornalista Marcelo Rocha, no último sábado, 3, foi com o funcionário público, lotado na Secretaria Municipal de Agricultura, Luís Carlos Tomé, profissional envolvido com mais de 200 comunidades rurais e também conhecido na cidade como competente árbitro de futebol.
SEM AUTONOMIA
Com vários anos de experiência técnica e política no contato com o homem do campo, alguns deles vividos como Diretor de Agricultura do governo Cuidando de Nossa Gente, Luís Carlos revelou que não se compromete em nome do prefeito, pois sabe que nem ele, nem o próprio Secretário de Agricultura tem autonomia para dizer que fará algo. A palavra final é do gestor.
‘Eu tenho que ir à estas comunidades e se eu mentir pra eles, se eu me comprometer em nome de uma gestão pública e não cumprir, com que cara eu vou poder ir lá? Se eu vou continuar na Prefeitura, é eu chegar nas comunidades e eles – ah! Lá vem o enganador de novo. Então eu não prometo eu digo – olha eu vou anotar essas prioridades e vou levar até a gestão pública e saber qual a resposta que ele vai dá e isso eu fiz”, disse complementando que tem comunidade que espera benefícios há mais de 3 anos.
“Ele pediu que vocês aguardassem. Tem delas que está aguardando há 30 dias, tem delas que está aguardando há 3 anos, mas ta na mão da gestão, é o máximo que posso’, concluiu
“ZITO SEM PULSO”
O ex-diretor de agricultura, disse que o prefeito de Codó fora da política é excelente pessoa, inclusive bom comandante e comerciante, mas dentro dela é completamente o oposto. Falta pulso, comando, liderança.
“São poucos os cidadãos, pais de família, comerciantes, homens que eu conheço assim, igual a personalidade de seu Zito, são poucos. Agora se você trouxer isso para a política, comando, pulso, eu não posso dizer a mesma coisa, não posso dizer a mesma coisa. Eu acho que a Estrela Maior de uma comunidade, primeiro são aqueles que são servidos, agora dentro da questão política a estrela que brilha é a do gestor (…) Quando o gestor perde o pulso diante de seus secretários, seus diretores alguma coisa está fora da cabeça”, frisou
MÁGOA COM SECRETÁRIO
Sua desvalorização dentro do governo Cuidando de Nossa Gente, ou ao menos sua insatisfação, pode ter iniciado por causa de um pagamento de seu trabalho como árbitro de futebol, ligado à Secretaria de Esporte Lazer e Juventude.
Ele contou que tinha valores a receber (R$ 355,00) foi até o gabinete do ‘gestor’, recebeu a promessa de que o real sairia na íntegra e acabou não recebendo sequer a metade do dinheiro, (recebeu só R$ 190,00).
“Eu não posso continuar servindo politicamente um gestor quando um secretário dele sacaneia comigo de todas as formas, mesquinha, que podia sacanear, até me roubar, tirar fruto do meu trabalho, trabalho arriscado que é apitar jogo e eu ir até o gabinete do gestor, ter um comprometimento de que eu iria receber meu dinheiro e quando eu chego lá encontro só a metade, que eu gostaria de saber aonde está a outra parte”, disse
Também revelou que fora tirado do comando da arbitragem, arbitrariamente.
“Por razão nenhum, eu to na minha secretaria e recebo uma comunicação de afastamento, o presidente da Liga me afastando das minhas funções, que a partir daquele momento a SEDELJ que iria escalar os árbitros, um cargo que foi me dado pelo clubes, então, aí veio minha primeira decepção (…) depois de tudo me roubar o fruto do meu trabalho e o gestor saber disso e não fazer nadinha”, reclamou-se
Fechando o assunto, citou o nome do secretário.
“Então eu não aceito. Se eu tenho importância política, isso aqui tem que ser respeitado porque as estradas que eu percorro, este secretário aqui que é seu Galiléia, não anda. A estrada que eu passar ele não ver nem meu rastro. Então ele não tinha necessidade nenhuma de fazer esta sacanagem comigo’, disse
TRATAMENTO DESIGUAL
Outra reclamação latente de Luís Carlos é quanto ao tratamento dispensado pelo prefeito aos pré-candidatos do grupo. Nas palavras dele, tem gente que recebe incentivo para fazer super festas onde ‘até cachorro come salgadinho’ e outros não conseguem incentivo nem pra compra um foguete.
“Como é que eu posso ficar no teu grupo e que tu tiras minhas possibilidade e dá para o Antonio, para o Francisco e para a Teresa. Ou você usa uma medida pra todos ou você não usa”, questionou completando.
“Mas você ver aí pré-candidato fazendo festa de R$ 6 mil, distribuindo 2 mil salgadinhos, dando cerveja pra todo mundo e ver um outro querendo 1 foguete pra soltar e não consegue…AÍ É SACANAGEM? Sacanagem não, é muita sacanagem. Qual chance eu teria. Tem um candidato aí botando pra quebrar, até cachorro comeu salgadinho lá”, afirmou
NOVO GRUPO
Diante da confirmação de que não acompanharia mais o grupo de Zito nas eleições de 2012, Marcelo Rocha perguntou sobre quem apoiaria a partir de então.
O ex-diretor de agricultura respondeu citando o empresário, Francisco Carlos de Oliveira. Nele, teria encontrado reconhecimento. Luís Carlos também garantiu que faz parte agora de uma ‘briga’ pela efetivação de um novo projeto político.
“Você não vai me ver lhe difamar, eu não tenho este defeito, mas a partir de hoje eu vou dizer a pessoa que eu estou com ele, a pessoa que me valorizou meus conhecimentos de campanha, me fez um reconhecimento, que eu seria covarde em não melhorar o bem estar de minha família …QUEM FOI? O seu FC Oliveira, me fez uma proposta interessante, me mostrou um projeto que nós temos, digo nós porque a partir de hoje eu to dentro da briga, nós temos um projeto pra colocar alguém como gestor, já pra essa eleição agora, estamos levando este nome, sem lembrar de quem está ou de quem esteve. A mim não interessa, se eu tenho um produto eu tenho que mostrar a qualidade do meu produto, o seu, é o seu”, destacou
Luís é funcionário público efetivo e entregou o cargo comissionado recentemente.
‘Entreguei meu cargo comissionado. Estarei na Secretaria, de segunda a sexta, das 7h30 até às 13h como funcionário até o final dos meus dias, ou até o meu aposento”, disse