Por Vinicius Gomes
Nesta quarta-feira (27), foi a vez de Marina Silva ter os seus 15 minutos de rolo compressor na bancada do Jornal Nacional. O apresentador William Bonner começou as perguntas falando da polêmica que envolve a aeronave que caiu em Santos matando Eduardo Campos e outras seis pessoas e a negociação milionária através de empresas fantasmas para o seu uso. “A senhora confiou cegamente em seus aliados e tentou se informar?”, questionou Bonner, sugerindo que o fato de Marina Silva ter usado o avião sem saber sobre sua legalidade, era também um exemplo da “velha política”, tão combatida pela candidata.
“A informação que tínhamos é que [o avião] era um empréstimo, onde as contas seriam prestadas após as eleições para o TRE”, disse Marina, que afirmou mais de uma vez – frente a insistência do apresentador, que não sabia de qualquer ilegalidade quanto ao avião.
Foram mais de cinco minutos de debate sobre a “nova política” e a irresponsabilidade de usar um avião, onde tudo parece indicar, da maneira ilegal. Foi a apresentadora Patrícia Poeta que interrompeu o duelo para falar sobre as eleições propriamente ditas.
Ao relembrar as eleições de 2010, onde Marina Silva ficou em terceiro lugar, Poeta apontou que naquele ano, a candidata acriana também ficou em terceiro lugar nas pesquisas dentro de seu estado – uma reprovação que indicaria que nem em seu “berço político”, Marina era bem vista.
Confrontada com isso, a presidenciável pelo PSB disse que talvez a apresentadora não conhecesse sua trajetória política, que sempre foi de ir contra os interesses político-econômicos de poderosos: “Não sou filha de políticos tradicionais, nem de empresários”, disse Marina, relembrando ainda que chegou a se posicionar ao lado de Chico Mendes – o líder seringueiro assassinado em 1988, queela classificou como elite – contra esses interesses, resultando então na desaprovação em seu estado natal.
Marina prosseguiu falando sobre sua carreira política mesmo quando ambos os entrevistadores tentaram interrompê-la para dar prosseguimento à entrevista. Quando William Bonner tomou a palavra, ele retornou a apontar as contradições da “nova política” de Marina Silva, afirmando que a presença de Beto Albuquerque em sua chapa como vice – ele sendo um antagonista de Marina em debates sobre cultivo de soja transgênica e pesquisa com células-tronco – era apenas uma aliança interesseira, uma prática comum da “velha política” que ela acusa seus adversários de praticarem:
Bonner – “Esses exemplos não mostram que Marina e Beto são a união de opostos, tão comum como a ‘velha política’, para viabilizar a eleição?”
Marina – “Nós somos diferentes. E a nova política sabe trabalhar na diversidade e diferença”
Bonner – “Então apenas quando seus adversários unem opostos é a ‘velha política’? Não fica claro para mim o que é essa ‘nova política’”.
Silva -“Não está claro para você, mas deixarei claro para os telespectadores”.
Marina disse ainda que nunca foi contra os transgênicos. “Não sou contra os transgênicos, defendo o modelo de coexistência”, afirmou.
4 comentários sobre “Marina Silva no Jornal Nacional”
Ela já tava “peidando” de raiva do Willian Bonner.
A temática dessas entrevista da Globo esses ano foi emparedar todos os candidatos, coisa que deveríamos fazer num debate aqui neste estado feudal, mas quem tem coragem?
A Marina é dura na queda, não deixou seu bonner interrompê-la, como fez com o dilmão
Ela me ganhou, vou votar nela.
Eh de dar dó . Início da ladeira , abaixo.