
A AGERP ofereceu o projeto, chamado de agroecológico, por meio do Sindicato da Agricultura Familiar e oito mulheres dos Kms NOVE e DEZ , da zona rural de Coroatá, aceitaram o desafio.
“trouxe carro de mão, trouxe motor bomba, pra ficar no açude que a gente tem, trouxe a bom da gente botar adubo, veio kit de irrigação todinho, cano mangueira, aspeçores de água, veio tudo…O RESTO FOI O TRABALHO DE VOCÊS? É, agora fazer o canteiro foi esforço nosso”, explicou a horticultora Marilene da Silva ao programa Mirante Rural (TV Mirante)
No centro da estrutura agrícola, que se destaca no meio da comunidade (Km 10), elas vão criar galinhas, mas por enquanto são os canteiros em forma de círculo que estão mudando, aos poucos, a vida de todas elas.
Reunidas assim só na hora da colheita. Para cuidar da alface, cebolinha, do coentro, pimentão, quiabo e da vinagreira só uma dupla fica por dia, mas tem trabalho pra todo mundo o mês inteiro.
“Nós já aguamos já plantamos sementes de cuxá, que chama vinagreira, aí agora à tarde a gente vai plantar umas alfaces nos canteiros…SEMPRE TEM TRABALHO? Sempre tem trabalho (…) POR QUE ESSA FELICIADE? É PORQUE é muito bom a gente tá aqui dentro cada dia que passa a gente vai ficando mais e mais animada”, disse dona Maria de Fátima de Sousa Mesquita

A VENDA E O RETORNO
De 15 em 15 dias um carro da Prefeitura de Coroatá aparece para buscar as produtoras e a produção, esta para ser vendida na cidade. Elas contam que este é um dos dias de maior satisfação nesta atividade conjunta porque é quando podem sentir, sobretudo no bolso, o resultado de horas e horas de um trabalho duro.
Participando de cursos preparatórios dona Antonia Mesquita Pereira e suas companheiras descobriram que poderiam levar para a feira tudo que antes se estragava nos quintais e não apenas a produção da horta.
“ Laranja, lima, limão, limão azedo se perdia demais, chegava amarelo, a carambola…E AGORA? E agora, agora não perde nada, todo mundo pega seu limãozinho, leva, vende (…) levo até medicinal…QUE A SENHORA LEVA? Levo caboclo, malv grossa, hortelã, AS e capim limão (…) E O DINHEIRO VEM? O dinheiro vem, só nas minhas vendinhas que eu fui eu fiz R$ 76,00, só meu mesmo, do meu quintal”, revelou a horticultora
Tirando o que se leva do próprio quintal, todo o lucro é dividido, segundo dona Dôra (Maria das Dores Mesquita)
“A gente tira 7 pro dono daqui e o resto nós parte em 8 (…) melhorou porque aumentou a renda da gente e a felicidade da gente também, né, porque a gente sempre tem o que fazer porque quando a gente não trabalhava aqui era só no pé da televisão direto ou então no mato quebrando coco”, revelou
ANTES BABAÇU, HOJE HORTA
Aos 59 anos e com muita experiência na mata dos Cocais dona Fátima DA Silva comparou os rendimentos atuais com o que conseguia quando vivia da quebra do coco babaçu.
“Mesmo que nós ganhe R$ 50 cada uma, é um ganho bom porque 15 dias quebrando coco ninguém fazia isso (…) OU SEJA, ENTÃO ESSE TRABALHO AQUI DEU UMA MELHORADA? É deu uma melhorada pra mim e pra todas, porque viver no coco é mais ruim”, frisou
Mais dinheiro chegando às casas, mudanças confirmadas na qualidade de vida e na autoestima.
“Para o que a gente pensa do que era de primeiro, que a gente passava de primeiro e o que a gente passa agora, que gente não podia ter, não tinha uma geladeira não tinha uma televisão e agora todo mundo tem e pode pagar”, destacou Marilene da Silva
O sucesso do projeto é tão animador nos dois povoados que trouxe até vida nova à terceira idade de dona Antonia.
“Muito feliz, aqui pra cá animou muita gente, mulher trabalhadeira e nós que já estamos idosa quanto mais a gente mexe, melhor pra idade da gente…FELICIDADE MESMO? É, felicidade porque ficar parada é mais ruim, tem que movimentar o corpo que é pra ficar mais novo (sorrindo)”, brincou dona Antonia Mesquita Pereira