Do que vem por aí sei muito pouco, mas o pouco que sei vou lhe contar

Vou tentar lhe abrir os ‘zói’, pra bomba que ta pra estourar

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Numa cidadizinha do Leste, pacata, bondosa e divina

Onde glaucoma vira colírio e o consumo cresce mais do que na China

Um candidato se enrolou numa história, que eu já sei como termina

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O ‘homi’ pedia voto como de costume fazia,

Cheirava véa, beijava menino, não escapava ninguém naquele dia

O perigo estava perto, mas sua turma empolgada nada dizia

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Na cidadizinha também mora um ‘homi’ que tem câmera pra todo lado

Sujeito com fama de investigador que gosta de ver tudo filmado

E nesse Big Brother nordestino tudo pode ser flagrado

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Desavisado do perigo, o candidato entrou na casa pra lá de ‘arretado’

Sacou o dólar do bolso e foi dizendo – ‘miafia’ isso aqui é pra seu supermercado

Depois tem muito mais, mais agora eu preciso ser ajudado

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O filme tava rolando e o candidato logo teve que sair

Contente saiu pulando sem desconfiar que o pior tava porvir

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O telefone tocou mais tarde no gabinete do ‘dotô’

Do outro lado era o ‘homi’ das câmeras dizendo ‘preciso falar com o ‘sin-ô’

E num diga que num tá NÃO porque a casa ‘dismantelô’

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Homi deixe de besteira, venha aqui tomar um café

Amigo como você eu quero é perto, porque já vi que este ano tu num ta ‘botano’ fé

Venha ‘meno’ tomar um chá que eu já sei até o que tu quer

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Quando o outro mostrou a fita, o candidato ficou apavorado

Viu o dinheiro rolando e pensou logo – agora eu tô lascado

Subia e descia no sofá com o rosto todo suado

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– Onde você filmou isso, pelo amor de nossa senhora

– Me diga quanto cê quer, que to lhe pagando agora

– Se é dinheiro o que tu queres, me diga logo sem demora

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A conversa não terminou bem e o ‘homi’ das câmeras deixou vazar

Indo atrás doutra pessoa, pra com ela também conversar

E se o espírito num me engana, a coisa lá também foi na base do quanto cê pode dá

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Se for denunciada agora pode dá cassação de registro, depois de eleito – cassa o diploma

Algo que é difícil ser visto.

Mas não perca a esperança, vamos todos confiar

A Justiça diz que é cega, mas desse jeito também num dá

Afinal, voto é coisa secreta, não mercadoria pra comprar

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A história é mais cumprida, mas tenho a precaução como amiga

Por isso devo parar por aqui, se não quiser acabar com a boca cheia de formiga

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Esta é uma obra de ficção da cabeça de um louco lunático que adora viajar na maionese. Qualquer semelhança com a realidade, daqui há alguns dias, será mera coincidência.