Com exceção do latrocínio registrado na madrugada de terça-feira e das mais de 50 prisões por baderna, o carnaval de Codó superou muitas expectativas, de público e até de organização.

Os hotéis lotaram, os barraqueiros venderam o suficiente para ter margem de lucro, os turistas apareceram, o codoense foi para a rua correr e dançar atrás do trio Eldorado, de bandas como Forró do Moído, saiu lado a lado do Novo Cornofolia, do Sirí, do Laranjão, do Rasga ‘Biquin’, dos 100 Vergonha e tantos outros blocos alternativos que marcam nosso carnaval.

O comando da PM, na pessoa no major Jairo Xavier, acertou no esquema de segurança, a polícia civil manteve seus plantões com a devida responsabilidade e até a Guarda Municipal mostrou a que veio no episódio triste do latrocínio (efetuando a detenção do suspeito).

SÓ FLORES?

Foram só flores? Lógico que não, houve quem pisasse na bola, mas ninguém mais que o ex-prefeito, Ricardo Antonio Archer e seu muro.

O major deu a ideia do tapume, Zito acatou e até mandou grafitar. Superman e a Mulher Maravilha (desenhados) deram a maior força para os idealistas fazendo com que os foliões esquecessem, durante os cinco dias, da existência intolerante daquele emaranhado de tijolos e vacilos de Ricardo.

INTELIGÊNCIA POLÍTICA

Neste ponto, convenhamos, o prefeito foi mais inteligente que o ex-prefeito. Em vez de mudar a folia de lugar ele, astutamente, manteve o local, assim poderá passar o ano, e o resto da vida se quiser, dizendo que alguém tentou acabar com o Corredor da Folia, ou como já ouvimos, que alguém tentou, mas não conseguiu, tirar o corredor do povo de Codó.

O discurso do prefeito ficou bonito e tem peso político contra o ex. Afinal, quem duvidará da palavra de Zito se o muro está lá para que todos possam apreciá-lo?

Quem veio visitar a nossa festa estranhou e, certamente, saiu fazendo a rádio peão pelo resto do país. O discurso será o que ele ouviu e viu aqui na boa terrinha – “alguém tentou acabar com o Corredor da Folia”.

MARCAS

Fazendo justiça o blog do Acélio lembra que Ricardo deixou boas marcas em seus 8 anos de mandato. Cito: a Escola Modelo Remy Archer (desde Biné, de modelo só o nome) foi algo inovador para os padrões de nossa educação; a boa fama de prefeito dos professores em função do pagamento e tratamento diferenciado (hoje criticada pelo Sindicato por falta de reajuste); e o primeiro a trazer para esta cidade um número maior de médicos e especialistas para atendimento público. Isso ninguém tira dele, friso, além de outras ações que aqui não convém para não alongar o papo.

Mas não é isso que interessa aos seus adversários políticos. Para estes, Ricardo havia deixado dois grandes legados, de forte apelo popular.

• A cidade cheia de lixo, com codoenses queimando seus dejetos em praça pública porque a coleta parou de funcionar.
• Urubus correndo atrás de quem vinha do mercado central. Era tanta sujeira no final do governo que estas aves não sabiam mais o que comer. Como a catinga era geral, eles confundiam carne fresca com a podre, e atacavam as sacolinhas se você vacilasse.

A MARCA DOS TIJOLOS

Agora o ex-prefeito acaba de deixar mais um legado para aqueles que o querem mofando na vida pública, que já lhe elevou ao cargo de deputado estadual e garantiu ao filho, Ricardinho, mais de 15 mil votos nesta cidade.

Archer, a partir deste ano, também sairá no rádio e na TV, sobretudo em ano de campanha eleitoral, como o “alguém que tentou acabar com o Corredor da Folia”, simplesmente o maior centro de diversão ao ar livre dos codoenses.

Querendo ou não, esta tijolada política nas costas, dada por Zito, Ricardo sentirá para o resto de sua vida pública, ainda que desista de tudo e mande derrubar o muro.

Carnaval de todos os sexos e sem preconceito

A idéia de criar o bloco das mulheres surgiu numa brincadeira entre amigos, segundo um dos coordenadores, Denys Assen.

“Foi de uma brincadeira na porta lá de casa, aí todo mundo tava bebendo, brincando e a gente já vai fazer 8 anos”, disse

O grupo passou a sair no último dia de carnaval vestido de mulher e até hoje a fórmula continua tocada pela criatividade de cada participante.

“Lady Gaga e Maria Chuteira e ainda to menstruada”, brincou Leandro Viana mostrando sua fantasia ao blog do Acélio

Freiras, bruxas, chapeuzinho vermelho, umbandistas. O bloco fez tanto sucesso que as mulheres resolveram não ficar de fora e passaram a fazer parte seguindo a tendência da transformação.

“Vestidas de homem …ISSO É LEGAL? É porque é tudo o mesmo sexo”, explicou a jovem Emanuele Duailibe

TUDO PRA CRESCER

São 8 anos de bloco das mulheres e pela primeira vez ele se torna o centro de uma multidão que desceu ontem a Av. Augusto Teixeira. Foi muita gente na folia e quem já é antigo freqüentador só pensa em vê-lo crescer ainda

“Esse bloco das mulheres tem muito a crescer ainda e Codó é isso, é brincadeira é carnaval”, disse o contador Wellington Almeida

“Pra mim é uma diversão imensa, melhor do que isso só no próximo ano. NÃO DÁ VERGONHA? Não, todo ano eu to aqui vestido dessa maneira, pra mim é uma alegria”, completou o motorista Fernando Nóia

Eles fecham o carnaval de Codó com irreverência, bom humor e uma mensagem anti-preconceito

“Dizer para o Maranhão que Codó não tem preconceito com ninguém, todo mundo é bem-vindo Codó é isso, só alegria, vamos pulaaaaaaar”, garantiu Joaquim Santos

Muita gente parou para ver o bloco passar na Augusto Teixeira.

blog do Acélio homenageia os puxadores

Eles são a voz da escola e merecem destaque no carnaval 2011. Sem os puxadores o samba não tem vida e sem vida não há nada na avenida.

Ciba Carvalho, cantor e compositor, chegou para encantar e dá o recado da Unidos de São Sebastião na João Ribeiro. Cantou Carmem Palácio Lago, “a professorinha” e, apesar do atraso, disse a que veio este ano.

Ribinha Muniz, imbatível, incasável, segurou o ritmo de sua Escola do Coração até a chega da Ciba.

Quem o via cantar este ano emocionava-se pelo esforço vocálico e tonalidade garantindo a passagem da Unidos. Igual à este poucos ficarão no carnaval codoense, mas é certo que ainda o teremos por muitos anos disputando o mais concorrido da região. A Unidos de São Sebastião ficou em segundo lugar em 2011.

Alex Brasil é dono de uma vozes mais bonitas e afinadas do Maranhão, destaca-se pela performance sempre empolgadora na avenida. Há alguns anos vem aceitando o convite das escolas para puxar samba de enredo, tem dado conta com louvores.

O cantor e compositor este ano esteve a frente da Águia do Samba.

No quesito inovação, a Estrela do Oriente colocou muita gente no bolso da casaca este ano, começando pelo casal de puxadores.

A puxadora é animada, sabe chamar a bateria para a responsabilidade e conquistar o público. Tudo isso, sem perter o tom do samba de enredo da campeã Estrela.

Eles mereceram destaque e aqui no blog do acélio, só é esquecido quem, realmente, não aparece.

Madrugada com sangue no corredor da folia

A madrugada desta terça-feira de carnaval , 8, por volta de 3h40min, foi marcada por um latrocínio. Atrás do palco do corredor da folia o cidadão, Flávio Sousa Ramos da Silva, foi abordado pelo latrocida, Francisco Sousa, vulgo Galetinho.

A vítima fotografava o evento e quando o assalto fora anunciado nem teve tempo de esboçar reação, segundo testemunhas. Galetinho teria pedido a câmera fotográfica e em seguida desferido duas facadas contra Flávio, uma sobre o peito e outra na região do umbigo.

O homem ainda chegou a ser levado ao HGM, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

A ação de Galetinho foi ousada no sentido de que foi praticada a poucos metros de uma guarnição da Guarda Municipal, sob o comando do soldado Rafael. Imediatamente os guardas sairam em perseguição à Francisco Sousa e o prendeu.

A faca usada no crime, ainda suja de sangue, também foi apreendida e encaminhada à delegacia onde o detido foi autuado em flagrante por latrocínio – roubo seguido de morte.

Assinaram o boletim como condutores de Galetinho, os guardas Aguiar e Medeiros, mas ambos foram ajudados por mais 19 companheiros de farda que, rapidamente, se reuniram para efetuar a prisão com o auxílio da PM.

Galetinho é um velho conhecido da polícia. Em seu histórico constam além de prisões por assaltos, algumas ameaças de morte à policiais militares e civis.