Durante muito tempo a passagem (travessia) do Rio Itapicurú no Porto de Codó era feita através de canoas, de acordo com o estabelecido nos Termos de Arrematação em hasta pública, existentes no Arquivo da Prefeitura Municipal de Codó.
Em ligeira pesquisa ao Arquivo da Municipalidade, encontramos Termos de Arrematação em apreço, datados de: 1921 (Prefeito Manoel Simeão de Macedo e o Sr, Antonio Barbosa Lima); 1923 (Prefeito Henrique Tavares Figueiredo e o Sr. Moisés da Silva Mourão); 1932 (Prefeito Gentil Silva e o Sr. Leandro Frazão Corrêa). Para quem não sabe, o Sr. Leandro Frazão Corrêa era o pai do conceituado médico, Dr. João Corrêa; 1937 (Prefeito Sebastião Archer da Silva e o Sr, Luís Gonzaga Ribeiro)
Com certeza, outros Termos de Arrematação e/ou Contratos de Arrendamento encontram-se nos Arquivos da Prefeitura.
Era uma situação bastante difícil para os comerciantes e agricultores da Região da Grande Trizidela e de municípios circunvizinhos trazerem seus produtos até às grandes casas comerciais de Codó, assim como atravessarem as mercadorias adquiridas para seus comércios.
Só no inicio dos anos 50, o bem sucedido comerciante Abdon Murad conclamou os comerciantes, principalmente seu patrícios árabes e construiu uma ponte flutuante ligando a cidade a Bairro Trizidela. Mas a ponte, nas grandes cheias do rio, descia na correnteza, sendo reconduzida, quando já bem distante de Codó.
O autor destas linhas vivenciou ambas condições de travessia no Rio Itapicurú: em canoas e pela ponte flutuante, isto porque, seu pai, pequeno comerciante na localidade Rodeio, município de Chapadinha, limítrofe com Codó, vendia babaçu em Codó e comprava as mercadorias para seu pequeno comercio.
Devido a essa situação da ponte, houve trocas de ofensas entre comerciantes, segundo nos relatou o Dr. Sebastião Murad que, ainda adolescente presenciou um desses momentos, e afirmou aos contendores: “ ainda construirei uma ponte sobre o Rio Itapicurú” não construiu a ponte, no entanto, construiu a passarela que aí está, quando Deputado Estadual, na gestão do Governador João Alberto.
O problema da travessia no Rio Itapicurú, só foi resolvido em definitivo, com a construção da ponte de concreto armado, no final da antiga Rua da Bomba, dando continuidade a MA-026 com destino a Timbiras, Coroatá e assim por diante.
Essa ponte foi inaugurada no dia 20 de janeiro de 1964, sendo Governador do Estado, Dr. Newton de Barros Bello, Diretor do DER, Dr. Sebastião Ferreira Diniz Neto e Prefeito de Codó, Moisés Alves dos Reis.
Em justa homenagem, denominaram-na: “Ponte Engenheiro Antonio Alexandre Bayma”, codoense ilustre, foi vereador à Câmara Municipal de São Luis, Prefeito da Capital Maranhense e Senador da República.
Codó-MA, 12 de março de 2013. Prof. Carlos Gomes
2 Responses
Prezado Acélio, sempre tenho acompanhado suas publicações “PAGINAS DE CODÓ”, onde com muita destreza o Prof. Carlos Gomes relata os fatos históricos de nossa amada terra.
Hoje fui surpreendido com o relato referente à “Passagem (TRAVESSIA) do Rio Itapecuru”, onde me fez relembrar as histórias contadas pelo meu saudoso avô Leandro Frazão Corrêa, quando este era o responsável pela travessia.
Um homem filho de um escravo liberto com uma índia e que em sua época muitos serviços prestou à nossa comunidade, seja na travessia do rio, seja como delegado, seja como vereador, seja como pequeno industrial com sua usina de arroz no alto da fabrica.
Olhar para o passado e vê entranhado na história de nossa amada cidade a história de nossa própria família é algo que me faz encher os olhos de lagrimas, pois me orgulha muito.
Ao vê meu querido avô sendo lembrado no presente texto, pude observar que os anos se passaram e continuamos presentes no dia a dia de Codó, hoje como oportunamente lembrou o saudoso Prof. Carlos Gomes, com esse conceituado médico Dr. João Corrêa, que assim como seu pai, também vem prestando relevantes serviços a nossa amada Codó.
Tenho orgulho do ontem, tenho orgulho do hoje e procurarei fazer com meus filhos assim como eu me orgulho hoje, possam se orgulhar no amanhã.
Agradeço a você Acélio e ao Prof. Carlos Gomes, por sempre estarem trazendo para os codoenses de hoje, as lembranças e as história de nossa amada Codó…
Muito bom saber da história de nossa cidade.