Por que será que os políticos, mesmos os que se dizem de oposição, não querem proximidade com as manifestações? Deve ser para não serem questionados pelos seus esquemas. É muito mais “seguro”, cômodo e confortável para eles bradarem de alguma tribuna do que irem as ruas protestar contra a ineficiência política que, invariavelmente, ele fez ou faz parte.
Sobre as manifestações é preciso reconhecer que as reivindicações parecem mais uma colcha de retalhos, isso não tira legitimidade da manifestação, mas demonstra a dificuldade de articular uma agenda política capaz de mobilizar as forças democráticas em torno de um conjunto de ideias.
Do que aparece nas transmissões televisivas algumas demandas são legitimas: oposição ao aumento de impostos, punição aos corruptos, mais saúde, mais educação, transporte de qualidade, segurança pública etc. Outras totalmente sem sentido: volta da ditadura, Impeachment e outras loucuras.
O protesto possui também um caráter lúdico, recreativo e festivo de pessoas que estão na rua sem ter um motivo claro. Nesse caso, parece que o objetivo é fazer registros e compartilhar nas redes sociais. Uma espécie de ativismo “pau de selfie” que esgota seu sentido a cada click.
Tudo isso revela como os reais problemas do país estão sendo deixados de lado; ou alguém pensa realmente que o país vai mudar sem uma reforma política? Sem uma reforma tributária? Para citar somente dois casos mais gritantes. Sem atacar esses pontos continuaremos enxugando gelo, apagando incêndios, correndo atrás do prejuízo, no mato sem cachorro.
Podemos até mudar o gerente e o país voltar a crescer, mas as práticas já rotineiras no cenário nacional continuarão as mesmas: eleições viciadas, loteamento de cargos públicos, sucateamento das empresas públicas, desprezo às demandas sociais, corte de direitos trabalhistas, enfim, essa crise só se resolve mudando de “cabo a rabo”. A país precisa de um outro esquema tático.
Por Francisco da Silva Paiva
2 comentários sobre “Por Francisco Paiva – MUDAR O ESQUEMA TÁTICO”
Parabéns Vereador chiquinho do SAAE por demonstrar também seu lado cultural nestes artigos que você estar escrevendo nesse blog.
Franciso Paiva autor destes textos nao é o vereador. Este Francisco Paiva dos textos trabalha no IFMA/Codo.