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Saulo Leblon mais uma vez, em seu mais recente artigo que trata da questão da carência de médicos no Brasil cujo título é: “Cubanos chegam e já diagnosticam a doença do Brasil”; remete-nos ao indisfarçável ódio desferido pela elite conservadora brasileira e a garbosa mídia de direita.

Prof. Jacinto Junior
Prof. Jacinto Junior

Agora ela tem nome e tem classe: os aprendizes de medicina. Quão vergonhoso fora o gesto realizado pelos jalecos brancos e de pele alvas, vaiando, uivando, hostilizando os solidários agentes salvadores de gentes anônimas e despossuídas de cidadania e de atendimento elementar como o de uma consulta digna. Mas, o mais esquálido ato desprezível fora o coro uníssono denominando o médico cubano ao desembarcar no aeroporto internacional de Fortaleza sendo recepcionado com essas duras palavras: “Escravo!” “Escravo”! “Escravo!”

Saulo Leblon continua a nos ensinar sobre a importância da solidariedade, do internacionalismo e do respeito entre os povos do mundo inteiro; cita alguns fatos históricos ocorridos em nosso país que desencadearam as lutas sociais para romperem e superarem as barreiras da exclusão social, econômica, política, cultural e, sobremodo, a soberania dos povos.

Ao reportar-se ao país caribenho central (Cuba) não deixa de notar que lá, verdadeiramente, os cidadãos são tratados com dignidade e respeito. A medicina cubana é a melhor da América Latina. O conceito de solidariedade suplanta o de enriquecimento e acumulação de riqueza. Lá em Cuba a relação social é baseada na igualdade e todos, indistintamente, são atendidos pelo Estado Socialista.

A firmeza com que a presidente Dilma decidiu importar Médicos foi uma ação emergencial e necessária.

Para esclarecer melhor sua opinião, Saulo Leblon utiliza-se de um comentário de uma leitora afirmando o seguinte em seu blog:

“A geração dos nossos jovens doutores”, escreve, “ jamais compreenderá de que se trata. Foram criados nos shopping centers. A escola secundária limitadíssima no seu alcance humanístico os fez também vítimas sem que o saibam que são. Uma revolução que durou vinte anos e cujo sentido era o de esvaziar de sentido a vida de todos nós deixou no seu rescaldo, esse bando de jovens, como são os nossos doutores, muito alienados. É tempo de aprender com os cubanos” (Odette Carvalho de Lima).

Na verdade, a autora do comentário revela o novo modelo de comportamento vivenciado pelos novos jovens da classe média que, diretamente, desconhecem a relação fundamental entre os diferentes seres viventes; em que desprezam o sentido da vida em comunhão, rejeitam aproximar-se dos esfarrapados e indolentes (conceito preconceituoso), pois, preferem clinicar em suntuosas salas refrigeradas; detestam a pobreza! Não sabe no fundo, o motivo pelo qual os levaram a se formaram em medicina!

Só para refrescar a memória daqueles que hoje detém um diploma com um juramento de Heródoto em salvar vidas. Na cidade de Imperatriz o governo municipal está oferecendo salário médio de R$ 15.000,00 para um médico trabalhar na zona periférica e, por incrível que pareça a vaga não fora preenchida! Mediante isso, cabe uma indagação despretensiosa: afinal, para quê serve a formação de um médico que se recusa trabalhar por uma quantia dessa? Se não estou equivocado na Europa, especificamente, na Espanha um médico ganha em torno de R$ 3.500,00!

Por fim, quero parabenizar Saulo Leblon por seu excelente artigo sobre a questão da contratação de médicos cubanos, argentinos, espanhóis; pois, o país possui um déficit histórico com seu povo e a presidente Dilma ao criar o programa Mais Médico, demonstra toda sua sensibilidade política para equacionar essa matemática social.

E aí reside toda a rejeição, antipatia e o incontrolável ódio da burguesia dominante contra o programa que vai proporcionar uma melhor qualidade de vida ao povo trabalhador que não tem acesso à saúde privada e privilegiada. Queremos que a medicina cubana sare os nossos irmãos necessitados; que a ciência da Nação cubana transforme vidas e dê sentido verdadeiro ao ato de servir e servir com bondade, coração e amor fraternal com base no internacionalismo. Viva Cuba!

P.S: Esqueci de mencionar um detalhe sobre a cultura solidária cubana: em 2005 (23 de agosto de 2005, para ser mais preciso), aconteceu a maior catástrofe nos EUA, com o Furacão Catrina. Atingindo o sudoeste dos EUA (New Orleans). Morreram 1.833 pessoas.

O governo cubano ofereceu ajuda humanitária aos EUA, com sua equipe especializada, contudo, passou-se três dias após o contado do governo cubano, o representante do governo ianque, disse não. Aqui vemos uma decisão política prejudicando o seu próprio povo. Mesmo sendo um país perseguido pelos EUA, com o bloqueio econômico desde 1949, Cuba demonstra sua solidariedade internacional até mesmo para o seu maior inimigo!

4 comentários sobre “Por Jacinto Junior – A DOENÇA DO BRASIL: Preconceito de classe e falta de solidariedade”

  1. Li atentamente a sua reflexao sobre os nossos mèdicos e sinceramento penso que a maior parte dessa categoria faz parte de uma classe de verdadeiros mercenarios, que sò pensam ao proprio bolso, em enriquecer mas no momento do desespero, da angustia, da emergencia maxima eles viram as costas se antes eles nao veem o cartao de credito, seguro ou o Deus dinheiro em especie e depositado na propria conta em antecipacao, de tal episodio juntamente com a minha familia fomos vitimas, pois estava perdendo minha mae se naquele nao tivessimos algum recurso pois teriamos sido vitimas de um absurdo e injustica, infelizmente a vida no nosso Pais vale muito poco. Presenciei episodios realmente lamentaveis dos nossos medicos que sò daria o proprio plantao depois que fosse depositado o maldito salario. LAMENTAVEL, SEJA BEM VINDO AOS NOSSOS IRMAO E SALVADORES MEDICOS CUBANOOOOOOOOOOOOOOOO.

  2. Sou professor e observo há anos em sala de aula que, infelizmente, os maiores interessados em fazer uma faculdade de medicina, de longe tem interesse por fazer o bem, se quer interesse por ciência. O interesse é financeiro ou por status.

    Na verdade fiz essa observação tanto para medicina como para direito, e percebi que os piores alunos são os mais interessados em cursar medicina ou direito. Claro que em outra época esses mesmos alunos jamais conseguiriam realizar seus desejos, mas hoje em dia com a vulgarização das faculdades qualquer infeliz, com dinheiro é claro (e nem precisa ser muito)consegue se formar em medicina ou direito (ou seria torto?).

    OS HOSPITAIS ESTÃO REPLETOS DE MÉDICOS QUE DETESTAM GENTE!

  3. Caro Thomáz,
    O propósito de minha reflexão foi exatamente nesse sentido. Enquanto a saúde cubana é humanizada e tem como conceito máximo, a valorização da vida; a nossa cultura se pauta na/pela exploração intensa da mão-de-obra especializada e como resultado dessa prática, sobrassai-se a acumulação do capital em detrimento da vida! A questão fundamental não é meramente o valor salarial, mas, sobretudo, o compromisso do médico para salvar vidas.

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