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A ÉTICA POLÍTICA: UMA NECESSIDADE CONSTANTE AO INDIVÍDUO

Vivemos um período extremo de inversão de valores, de ideias e de saberes!

Professor Jacinto Junior

A moral, por exemplo, tornou-se mera falácia nos fervorosos discursos dos aproveitadores e negligentes politiqueiros. A decência, por sua vez, tem sido maltratada cotidianamente por esses mesmos calhordas. A ética, essa primorosa identidade humana, tem sido objeto nada agradável para aqueles que amam e idolatram a falsidade, a hipocrisia e a intolerável corrupção.

No fundo, bem no fundo, esses valores fundamentais para uma sociedade que preza e retêm em si a beleza e a leveza de uma relação social baseada na reciprocidade envergonha-se destes sujeitos que cultuam a ladroagem, a expertise no sentido lato do termo, de forma negativa e ensaiam um festim acrobático de honradez; e, ainda mais, impõem-se com sua vestidura amoral agindo como um moralista atacando aqueles que, com escrúpulo irredutível, não comungam dessa cultura e, ao mesmo tempo, condenam tais práticas.

Que período nebuloso e confuso onde, precisamente, os fanfarrões e bufões tentam desalojar a inarredável condição social do cidadão que agrega em seu intelecto esses invendáveis valores!

O batalhão de politiqueiros imprestáveis e indesejáveis procura demolir esses valores numa óptica sem precedência, pois, aliciam, compram e negociam suas posições sem nenhum pudor. A relação social tornou-se um verdadeiro comércio, antes, durante e depois do processo eleitoral. E o mais grave: a legislação eleitoral contribui decisivamente para esse mecanismo ser operacionalizado.

A nossa dramática realidade social sofre um corte epistemológico oriundo desses elementos nocivos retratando a fluidez dessa conduta e pondo o absurdo como uma força crível e indispensável para a sobrevivência do indivíduo forjado na imperfeição e que se alimenta exatamente desse lixo toxico – ou melhor, no deleite dos estilhaçados valores que os mesmos desprezam sutilmente.

O atual modelo de desenvolvimento político-econômico-social que permeia nossa existência material – baseado na ideia ultraliberal da meritocracia – demonstra sua faceta maléfica e afrontosa à dignidade do cidadão comum. Esse conceito deturpado de relação social – em que o sujeito deve ser o melhor, o maior, o excepcional – nega a verdadeira essência humana: a reciprocidade da relação entre os sujeitos de maneira respeitosa e aponta para a seletividade social.

A ideologia macabra do ultraliberalismo atravanca a perspectiva de se viver de forma sustentável e plenamente. Ela entorpece os neurônios dos menos prevenidos e os aliena tornando-os meras marionetes ou, ventríloquos no interior do sistema capitalista. Ela direciona o campo matricial da divisão e soberba entre os indivíduos, formando assim, o batalhão da intriga, do chauvinismo, da individualidade, enfim, põe em risco, a naturalidade da beleza humana fundada na possibilidade da igualdade, fraternidade e solidariedade.

Somente aqueles que são livres intelectualmente, possuem a capacidade para contestar esse modelo divisionista/individualista e lutar por sua superação projetando a emancipação do individuo desse processo alienante/alienador.

Torna-se, indispensável que se insurjam sujeitos históricos predispostos a lutar por uma nova versão de vida, propugnando, por sua vez, a garantia e proteção dos valores elementares – valores esses que estão sendo dilapidados vergonhosamente pelos politiqueiros salafrários -, no intuito de preserva-los à futura geração e, assim, evitar que essa geração futura não se torne mera caricatura de um cidadão alienado e incapaz de se articular enquanto sujeito histórico-crítico independente.

Estamos vivenciando um estágio perigoso, onde o ciclo histórico da honestidade, da decência, e da ética política estar sob a perspectiva de um retrocesso inimaginável, pois, a dissipação dos valores sociais pode originar um processo letal de esgotamento da verdade: ou seja, a supressão da civilidade em favor da barbárie. E pasmem essa tese é tão perigosa que há ressonância no interior da sociedade entre aqueles sujeitos que se submetem, se amoldam docilmente ao discurso fácil de uma transformação absolutamente inútil – basta observarmos os resultados originados de atos e ações governamentais nos últimos sete anos.

A política como instituto para normatizar a sociedade numa perspectiva democrática deve ser tratada com zelo, especialmente, por aqueles atores que farão a escolha dos legisladores e do gestor público – vereadores e prefeito – periodicamente. Esses atores sociais – eleitores – devem atuar com propositura, não podem agir de maneira insólita, pressupondo que sua participação é insignificante pós-eleições; ao contrário, a responsabilidade em cobrar dos representantes eleitos é determinante; ou seja, pressionar diretamente os representantes constitui a pedra de toque para fazer a engrenagem da máquina pública – dos poderes constituídos – funcionar a contento.

Não há mudança substantiva na estrutura de poder sem a presença do povo promovendo, articulando e propondo debates sobre temas relevantes que são inerentes às condições materiais do ambiente em que vive. Uma mudança estrutural verdadeiramente revolucionária só ocorrerá quando a base social explorada tomar consciência de si, e, ao mesmo tempo, de sua condição expropriada.

Um dos mecanismos mais influentes para consolidar esse processo transformador é a sociedade civil exercer pressão de fora para dentro da estrutura de poder – ou seja, participar ativamente da política e acompanhar o movimento dos politiqueiros e fazer-se notar por suas ações objetivas.

Portanto, um dos meios eficazes para conservar a existência dos valores sociais e morais é preciso empreender ações condizentes e de forma articulada. Os movimentos sociais são os sustentáculos dessa mobilização.

Construir um movimento unitário e indissolúvel torna-se a tarefa histórica para cada cidadão codoense reinventar o conceito de política, realizando uma modificação radical no espectro do processo eleitora substituindo os velhos políticos que ronda nossas portas de quatro em quatro anos prometendo o impossível. Basta desses discursos repetitivos, cansativos tentando convencer-nos de uma realidade há muito esquecida, porem, tão presente e real, assim como os maledicentes politiqueiros.

4 Respostas

      1. Jacinto, se você leu um dia o Manifesto Comunista, não entendeu. É triste ver uma pessoa que se diz educador, defender uma ideologia nefasta como essa, e ainda se achar defensor da democracia. Em nenhum lugar que foi instaurado essa ideologia juntamente ao governo deu certo. Mas, você prefere ou dar uma de doido ou cego.

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