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Quando decidi retrucar o discurso discrepante do gestor atual em relação ao instrumento abalizador da qualidade do ensino brasileiro – IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o fiz com o propósito de demonstrar que o sistema municipal de ensino permanece estagnado desde 2013. São fatos irrefutáveis e, a priori, requer uma atenção especial por parte do órgão responsável pelo sistema. Repito: fazer investimento tanto no pessoal quanto no material é fundamental para superar a inanição que asfixia o desenvolvimento desse importante indicador educacional!

Em sua entrevista concedida ao Programa Codó Notícias, tenta invocar uma realidade surreal de que o sistema municipal codoense atende as especificações dos investimentos operacionalizados. No entanto, fica patente a fragilidade desse discurso liberal e sem nexo. Note que, ao fazer referência a investimentos, incorre num equivoco grosseiro, pois, os ônibus escolares estão sendo utilizados a partir desta semana (01/09/2018) e, quanto à nucleação, ela só ocorreu no inicio deste ano e, ainda, citou que a merenda é de excelente qualidade, será que é mesmo? Estes três fatores por si só, denunciam a irrelevância de seu discurso, pois, as avaliações do desempenho do IDEB aconteceram no ano passado (2017) e, agora (2018), recebemos os resultados.

Podemos sim, considerar alguns aspectos objetivos para indicar perspectivas inovadoras e que contribua para a resolutividade desse crucial problema inibidor da qualidade do ensino. Entretanto, a ideia fantasiosa de que um ano e nove meses já suplantou a crise endêmica no setor educacional não é condizente com os fatos apresentados pelo IDEB. É irrelevante argumentar que escola X alcançou a Meta Projetada e escola Y conseguiu superar até mesmo o indicador da Meta Projetada. Portanto, é visível a tentativa de escamotear o resultado negativo do IDEB sob a sombra de algumas unidades escolares que alcançaram a média individualmente. Da mesma forma, em que tenta justificar o inexpressivo dígito de 0.4, comparado ao da gestão anterior que obtivera 4.0; o que de fato conta é aquele dígito indicado pelo MEC a cada dois anos para verificar o avanço médio de cada município bem como o do país na perspectiva da qualidade e equidade do ensino, notoriamente.

Professor Jacinto Junior – um pensador contemporâneo

Codó tem em média 26 escolas dos Anos Finais do Ensino Fundamental e 44 escolas dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental que são submetidas a cada dois anos à avaliação de desempenho do IDEB. Explicitando melhor o quantitativo de escolas que são avaliadas segundo o MEC, por exemplo, a Unidade Escolar Municipal Evangélica Estevão Ângelo de Souza opera com ambas as modalidades de ensino: menor e maior. Contudo, há outras Unidades Escolares que operam apenas com o Ensino Fundamental menor – os chamados Anos Iniciais (4ª/5º) por isso, a proporção a maior em relação às Unidades Escolares do Ensino Fundamental Maior (8ª/9º).

Para restabelecer a qualidade do ensino municipal é necessário suprimir o nó górdio que tem sido o grande empecilho para o consequente desenvolvimento educacional local. E onde se encontra esse aparente e ‘invisível’ nó górdio da educação? Descobrir sua localização não constitui grandeza nenhuma, entretanto, o fator determinante é refazer a cultura educacional na perspectiva ampla, democrática e libertária. O fundamento desse novo processo deverá nortear a restauração do novo educando que, por sua vez, notabilizar-se-á por sua criticidade dialética.

Já que o gestor busca esclarecer o modesto avanço de 0.4, a partir do IDEB de 2015, então, vejamos os seguintes resultados:

Conforme resultados apresentados pelo MEC, considerando a pontuação média por escolas, o IDEB 2017, apontou apenas 9 (nove) Unidades Escolares que atingiram a Meta Projetada. Conforme se verifica no quadro abaixo. Ora, se considerarmos o quantitativo de 44 Unidades Escolares – do Ensino Fundamental Menor – que foram submetidas à avaliação de desempenho no período em questão, o porcentual alcançado foi na ordem de 20,45%.

                                     Quadro I –   IDEB – CODÓ/2017 (4ª/5º)

ESCOLAS MUNICIPAIS OBSERVADO PROJETADO
01 Colégio Ananias Murad 4.0 3.6
02 EM Ana Luiza dos Reis Gonçalves 4.8 4.5
03 EM Santa Filomena 5.1 4.7
05 EM Talmir Quinzeiro 4.2 3.9
05 UE João Themistócles 4.0 3.9
06 UE José Domingues Araújo 5.0 4.6
07 UEM Machado de Assis 3.7 3.5
08 UIM Evangélica Estevão Ângelo de Souza 4.7 4.1
09 UEM Reinaldo Zaidan 4.4 4.0

 Fonte: www.ideb.inep.gov.br Acessado em 17 de setembro de 2018.

Agora, em relação ao Ensino Fundamental Maior, o resultado é mais medíocre ainda que o dos Anos Iniciais, pois apenas 4 (quatro) das 26 Unidades Escolares que são submetidas à avaliação de desempenho conseguiram alcançar a Meta Projetada pelo MEC. Conforme se vê no quadro abaixo. Tal performance representou o porcentual surpreendente de 15,38%.

                                    Quadro II  –   IDEB – CODÓ/2017 (8ª/9º)

ESCOLAS MUNICIPAIS OBSERVADO PROJETADO
01 EM Prefeito Henrique Figueiredo 4.0 3.6
02 EM Valentim Silva Sousa 2.9 2.9
03 UEM Machado de Assis 3.4 3.3
04 UIM Evangélica Estevão Ângelo de Souza 4.3 4.1

Fonte: www.ideb.inep.gov.br Acessado em 17 de setembro de 2018.

 Vejamos, agora, o motivo pelo qual o gestou comemorou tão espalhafatosamente o seu medíocre resultado:

                                   Quadro III  –  IDEB – CODÓ/2015 (4ª/5º)

ESCOLAS MUNICIPAIS OBSERVADO PROJETADO
01 Colégio Ananias Murad 4.1 4.0
02 EM Ana Luiza dos Reis Gonçalves 4.3 4.2
03 EM José Merval Cruz 4.4 3.8
04 EM São Tarcísio 4.4 4.4
05 EM Santa Filomena 4.5 4.4
06 UE João Themistócles 4.1 3.6
07 UE José Domingues Araújo 4.3 4.3
08 UEM Machado de Assis 3.6 3.2
09 UE Pica Pau 4.7 4.2
10 UIM Evangélica Estevão Ângelo de Souza 3.8 3.8

Fonte: www.ideb.inep.gov.br Acessado em 17 de setembro de 2018.

O IDEB de 2015 foi negativo. Não chegou à Meta Projetada. Entre a Meta Projetada e a média observada verifica-se um déficit de 0.2 dígitos (4.2 – 4.0= 0.2). E quando fazemos a operação matemática, isto é, o porcentual dista-se o seguinte resultado: 22,72% (ou seja, a relação entre o número de escolas que atingiram a média projetada pelo MEC e a quantidade geral das escolas participantes que deixaram de alcançar a Meta Projeta).

E, agora, voltemo-nos para saber como se comportaram as Unidades Escolares do Ensino Fundamental dos Anos Finais (8ª/9º) na avaliação de desempenho em 2015. Verifica-se que, o quantitativo de Unidades Escolares é inferior ao do IDEB de 2017. A diferença puxada para baixo é de uma Unidade Escolar que fez toda diferença para a que o IDEB de 2017 tivesse alcançado o incrível índice de 0.4, e que fora efusivamente festejado pela atual gestão, causando-nos a impressão de que o Município havia conquistado o objetivo desejado.

Ora, das 26 Unidades Escolares do Ensino Fundamental dos Anos Finais, apenas 3 (três) atingiram a Meta Projetada, e, isto, implicou num porcentual de 11,53% promovendo a descendência do IDEB naquele ano (2015). Note que, apesar de superar em uma Unidade Escolar, a atual gestão não conseguiu evitar a queda livre da Meta Projetada para 2017.

                                      Quadro IV  –  IDEB-CODÓ/2015 (8ª/9º)

ESCOLAS MUNICIPAIS OBSERVADO PROJETADO
01 EM Cristo Rei 3.0 2.7
02 EM Prefeito Henrique Figueiredo 3.7 3.3
03 UEM Machado de Assis 3.2 3.0

Fonte: www.ideb.inep.gov.br Acessado em 17 de setembro de 2018.

QUADRO COMPARATIVO ENTRE OS IDEB’s DAS TRÊS ÚLTIMAS GESTÕES

Para não tornar cansativa a leitura sobre a avaliação de desempenho e proficiência dos 2 (dois) Ideb’s da primeira gestão do ex-prefeito Zito Rolim – discriminando as Unidades Escolares e seus respectivos desempenhos de proficiência -, apresentaremos apenas as Metas Projetadas e as Observadas dos períodos em questão. Para facilitar a compreensão dos leitores farei separadamente os períodos e, assim, será mais fácil entender onde houve de fato, crescimento do Ideb codoense. Veja quadro abaixo e identifique o período positivo do sistema municipal de ensino e, também, sua posterior queda.

        Quadro V – IDEB-CODÓ/2009

Ideb Observado Meta Projetada
3.4 3.2

Fonte: www.ideb.inep.gov.br Acessado em 17 de setembro de 2018.

         Quadro VI – IDEB-CODÓ/2011

Ideb Observado Meta Projetada
3.6 3.6

Fonte: www.ideb.inep.gov.br Acessado em 17 de setembro de 2018.

 

       Quadro VI – IDEB-CODÓ/2013

Ideb Observado Meta Projetada
3.6 3.9

Fonte: www.ideb.inep.gov.br Acessado em 17 de setembro de 2018.

        Quadro VII – IDEB-CODÓ/2015

Ideb Observado Meta Projetada
4.0 4.2

Fonte: www.ideb.inep.gov.br Acessado em 17 de setembro de 2018.

       Quadro VIII – IDEB – CODÓ/2017

Ideb Observado Meta Projetada
4.4 4.5

Fonte: www.ideb.inep.gov.br Acessado em 17 de setembro de 2018.

Analisando criteriosamente todos os períodos de medição do Ideb codoense, – a partir de 2009 – é possível constatar que o Ideb codoense tem uma elevação considerável, pois ultrapassa a Meta Projetada em 0.2; e no ano de 2011, atinge a Meta Projetada de 3.6. A evidência testifica o crescimento progressivo da qualidade do ensino nesse período.

Entretanto, quando se analisa os outros 2 (dois) Ideb’s (2013/2015) nota-se uma acentuada descendência do indicador. Observe que, no ano de 2013 o dígito sofre um decréscimo de 0.3 – na realidade, o indicador repete a Meta Projetada do ano de 2011! E, no ano de 2015, semelhantemente, reproduz uma queda de 0.2.

E, finalmente, o Ideb da gestão atual – de 2017 -, mostrou novamente a descendência do indicador quando se olha para a Meta Projetada. Diante dessa realidade inconteste, os fatos demonstram que só houve medição positiva no período de 2009 e 2011! Simples assim.

E AGORA, O QUÊ FAZER?

 Tal indagação faz recordar-me do que Lênin tratou em seu clássico: “O que fazer? Problemas candentes do nosso movimento”, quando elabora a famosa tese: ‘Sem teoria revolucionária, não há movimento revolucionário’. Diante disso, faço a seguinte provocação: qual o caminho que o atual gestor tomará para restabelecer essa grave crise educacional já que o IDEB sofreu sua terceira queda consecutiva? Onde reside o cerne dessa crise endêmica? Quais os obstáculos que emperram a eficácia desse processo numa perspectiva progressista? Faltam alternativas que possibilite a recuperação de nosso sistema que não consegue ‘mais avançar’ e menos ainda garantir novas e ‘mais conquistas’? Eis, ai, o grande desafio para o próximo ano em que será realizada mais uma avaliação de desempenho do IDEB para medir a proficiência de nosso sistema municipal de ensino!

Nossa intenção foi clara e objetiva neste pequeno texto: demonstrar que o gestor tentou seduzir a opinião pública com um argumento destituído da verdade retratada pela Meta Projetada pelo MEC. Vejo com muita apreensão esse tipo de estratégia. É como se o governo desejasse encobrir as flamejantes labaredas ultravioletas do sol com uma peneira. Por conseguinte, é importante que os técnicos da SEMECTI façam uma avaliação mais criteriosa sobre os 4 (quatro) Programas que estão sendo executados com o fito de quantificar e qualificar o sistema – isto é, no que tange aos velhos/novos problemas do domínio da leitura, escrita e do cálculo que pesa sobre os educandos –  que são: o Novo Mais  Educação, Aprender prá Valer, Alfabetiza Codó e PNAIC. Um detalhe: há, ainda, a importação do modelo referência para o Brasil oriundo de Sobral-Ce. que está repousando suas asas aqui. Esperamos que toda essa virtuosa articulação por parte do atual gestor, de fato, produza uma nova relação entre os educandos e os novos saberes que estão sendo construídos e, desse modo, possamos credenciar o conhecimento cientifico para adornar e retomar o tão sonhado lugar ao sol no campo educacional. A ver.

3 comentários sobre “Por Jacinto Junior – AINDA SOBRE O IDEB NEGATIVO CODOENSE – PARTE II”

  1. Esse rapaz ai ele quando era secretario de Educação nem atendia os professores na sua secretaria e hoje ele quer dar uma de santo porque ele não esta no governo por isso ele fala isso mais se estivesse não falaria nada ficava calado.
    Ele esta querendo se autopromover as custas dos professores isso sim.

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