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O ponto enigmático incinera a capacidade do ser-em-ser o ponto de mutação, mutação essa que seduz e encanta que embala e jorra a universalidade do empoderamento e retornar ao conceito primário político da recriação transformadora. O empoderamento de re-criar induz o individuo ao campo da percepção social e, ali mesmo, encontra-se consigo e com os outros, pois, reconhece em si o potencial de romper com ciclos literalmente enfadonhos e ligeiramente anestesiados por condutas impróprias e inadequadas.
Prof. Jacinto Junior
Prof. Jacinto Junior

O mundo não pára. O movimento pendular social é a essência da contradição cuja busca incessante pelo ser-em-ser é tentar aperfeiçoá-la cada vez mais; a ideia é o mote transversal da cultura subjetiva humana. O homem é um contínuo desabrochar da consciência plena e o curso natural de sua caminhada consiste fundamentalmente na luta permanente pela ruptura com o tradicional. Na tradição não é possível engendrar mecanismos vivos e restauradores, ao contrário, perde-se na sua minúscula mediocridade e passividade.

A ruptura por sua vez, induz ao movimento transformador, antecedido das bases revolucionárias; p. e., no período revolucionário francês o Antigo Regime tinha como forma de governo o Império e o sistema político a Monarquia; entretanto, tal estrutura fora questionada pelo terceiro estado. E pouco a pouco, a sociedade civil percebeu que não era viável a existência de tal modelo de governo e o pôs abaixo (a Bastilha é completamente demolida e um novo modelo de governo é erigido e uma nova democracia é instituída sob a égide da nova classe insurgente, a burguesia).
De igual modo, tal processo ocorrera 128 anos depois no Império Russo (o Czarismo é totalmente aniquilado). Aqui, temos dois fatos históricos extraordinários e estupendos! O poder de criação e destruição humano é algo espetacular. Seria mais razoável que o homem pudesse se tornar um ser menos agressivo e mais sensível, no entanto, tal condição é descartada pelo elo transitivo da ambição, opulência e ganância bestial daquele que se proclama o verdadeiro promotor do desenvolvimento.
A recriação transformadora é um processo inerente ao homem e se constitui num fenômeno fantástico, pois, agrega em torno de si dois elementos exuberantes: o discurso e a crítica. O discurso carrega consigo o germe da nova semente que deverá ser plantada e alimentada sistematicamente, até o momento de sua colheita. A dimensão que assumirá tal germe dependerá da capacidade reflexiva de absorção da sociedade civil com base em seu teor disseminado.
A crítica é o adubo fundamental para sustentar o germe proclamado; todavia, a concretude desse ato só encontrará ressonância se, de fato, houver uma correspondência biunívoca do homem em relação ao objeto proposto (a recriação transformadora). A priori, a lógica é exatamente a de contribuir para uma realidade cosmopolita satisfatória em que o objeto inservível e inútil seja lançado fora e, a partir dessa nova visão holística, o homem passe a condição de sujeito coletivo e pense coletivamente.
Por isso, o homem projetará sua percepção social elaborando e desenvolvendo diversos instrumentos para atender as necessidades humanas, suprimindo barreiras e superando problemas do cotidiano; sendo assim, a capacidade reflexiva condiciona tal sujeito a insurgir-se contra o caos e a desordem e revela-se como produtor e construtor de eventos sociais diferenciados. Nesse processo recriador/destruidor – recriador na medida em que supera determinadas circunstâncias consideradas ineptas e obsoletas; e destruidor na medida em que reage mediante tais circunstâncias substituindo-as por outras completamente novas, sanando suas debilidades e fragilidades – a criatura supõe ser, ao mesmo tempo, o elo intransigente da mudança e a mudança, efetivamente, será materializada quando os elementos apresentados pela criatura contiverem as bases empíricas suficientes para suportar os questionamentos e as hipóteses levantadas. Dito de outro modo: a concepção e/ou modelo pendular social proposto pela criatura na perspectiva de criar e recriar algo absolutamente novo deve pautar-se numa perspectiva democrática, equilibrada e aceitável; não é possível produzir uma alternativa sem, antes, demonstrar sua viabilidade.
A conseqüente viabilidade pode ser operada por intermédio de um processo empírico que apresente elementos capazes de florescer sua eficácia, eficiência e potencialidade. De nada adianta propor uma alternativa se a mesma não for convincente.
A construção imaginária humana parte do pressuposto de que a ideia é um elemento significativo para a realização de um determinado fim. Na realidade, o objeto em foco idealizado – o fim – é a relação social e, por isso mesmo, deve ser o principal ethos da formulação teórica para a ocorrência dos eventos sociais distintos e suas mudanças substanciais. É impossível pensar a mudança substancial se a sociedade como um todo não estiver a par e preparada para se atrelar a esse construto social inovador (a recriação transformadora).
Ao se pensar em mudança, transformação ou reestruturação social ou, ainda, uma apaixonada revolução; antes de qualquer coisa, é indispensável que o homem como pensador-recriador-destruidor conheça os procedimentos históricos, domine os espectros naturalizantes e compreenda a dimensão social numa relação isenta que, a princípio, os fenômenos sociais sejam os fundamentos intrínsecos para a produção social da acalentada visão revolucionária.
A nossa história local é um campo fértil para ser estudado, avaliado e, observado com o olhar isento sem perder o objeto de vista. A nossa percepção deve aflorar sem nenhuma temeridade, pois, o ato de refletir as circunstâncias históricas e os fenômenos sociais supõe a liberdade de pensamento e expressão; para além, constitui uma razão incompreensiva para quem não encontrou ainda seu caminho e sua pisada deixou marcas que não se apagarão e cicatrizes que certamente nunca se fecharão.
Ao propor o tema recriação: a retomada dos sentidos tenta-se formular as bases fundantes de uma tênue ideia com o firme propósito de provocar uma discussão dialética com os diversos campos sociais e tendências políticas. O texto evidencia certa urgência pela necessidade de se restituir o conceito fundamental – do homem para o homem sem usar a máxima: a exploração do “homem pelo homem” – do sentido da vida e a sua percepção social diante das circunstâncias cotidianas, como reflexo das tomadas de decisões dos governantes, cujos efeitos diretos recaem sobre a sociedade civil e, para, além disso, trazer à luz do rico debate questões sociais prementes que, de certa forma, traduzam nossas angústias, inquietações e impressões.
É inimaginável que o homem contemple a natureza sem que não pense na possibilidade da transformação e do controle sobre a mesma, como tem sido desde a Idade Média, quando a Igreja Católica empreendeu a mais vigorosa e intensa campanha contra a Ciência e os cientistas e religiosos. Exemplos: Giordano Bruno (1548-1600), Galileu Galilei (1564-1642), Martinho Lutero (1483-1546) e, tantos outros, visando somente o empoderamento nos diversos campos sociais, com ênfase na política e na cultura basta que assistamos ao filme: O nome da rosa, homônimo do livro de Humberto Eco, para testificarmo-nos dessa estratégia contracorrente da criação transformadora.

O que se propõe neste texto parco é apenas uma coisa: a reflexão sobre a história social, econômica e cultural de nossa cidade. Eis o verdadeiro sentido. Retomar o sentido da política, da participação, da ética, da cultura, da liberdade, da democracia e da cidadania. Evidentemente que tais pilares devam ser aceitos como elementos singulares numa relação social visando reacender o sentido da consciência de classe. A construção do projeto radical da criação transformadora deve ser um instrumento de mudança sob a co-responsabilidade de cada codoense.

4 Respostas

  1. Cumpade véi, o Che Guevara de Shopping Center deveria ter implantado a tal “recriação transformadora” quando esteve à frente de secretaria de Educação, mas o que constatamos foi algo escandalosamente diferente do que o mesmo “prega” no texto. Esse “textículo” rebuscado é pura falácia. É a tal coisa: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Só isso e nada mais.

  2. Enchendo linguiça mais uma vez! texto incoerente, sem sentido e confuso, sem objetividade. E como falou o primo do zé matraca, com esse texto o autor só ratifica sua hipocrisia, já que sua prática é diametralmente oposta ao seu discurso (vide sua atuação como secretário de educação).

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