É possível que o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV mude a opinião de um eleitor que já tenha preferência por determinado candidato a prefeito? Perguntou-me um leitor assíduo recentemente, numa conversa de calçada.
Exemplificando: Você acredita que um eleitor de Biné deixe de votar nele porque seus adversários mostrarão coisas ruins sobre a vida pública dele na televisão? Assim levando a mesma questão para Nagib, Zito, Zé Inácio e professor Celso?
NÃO MUDA
Na minha opinião, conhecendo minha Codó Codorniz como conheço, a resposta é NÃO, não muda.
O eleitor que tem paixão por um candidato fica odiado quando ver alguém falar dele, puxa até facão, vai aos tapas, arranca cabelo (caso de mulheres). Nada o faz ver os podres de seus feitos e os conseqüentes efeitos devastadores em suas próprias vidas, absolutamente nada.
Ainda que veja, não se deixa levar. Os candidatos sabem disso, daí o motivo pelo qual tanto gostam de abrir a boca no programa seguinte só para dizer ‘sem deixar a cara tremer’ – ESTÃO ME PERSEGUINDO, meu povo, isso é perseguição.
MAS, E AÍ?
Então Acélio, para que servem tais programas? Para cumprir a lei da propaganda eleitoral, para marqueteiro ficar rico, para nos entreter diante da telinha sorrindo e achando que somos melhores que alguns que se propõem ao ridículo e para tentar convencer eleitor que não tem um candidato definido ainda com as mesmas propostas do tempo de Pedro Álvares Cabral:
“Vou fazer isso, vou fazer aquilo. Vou lutar por você, mais emprego, mais educação, a saúde vai melhorar”
Masoquistas que somos, embebidos no sangue da pobreza de espírito e de secular falta de educação que nos desgraçam diariamente, parece que adoramos ver este espetáculo de promessas.
SÓ MAIONESE
Quer saber? Vou parar de viajar na maionese, pegar meu controle remoto e curtir o momento. Quem sabe um cabra desses não me convence de que um dia essa montanha de promessas realmente chegue à Maomé.