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Crianças no lixão de Codó

Elas andam livremente pelo local insalubre, brincam e até trabalham no lixão de Codó. A mais nova que encontramos não soube dizer a idade, mas não aparentava mais que 9 anos. Só de chinelo, a menina revelou que estuda pela manhã, horário em que a encontramos com um saco e com um gancho para revirar o entulho.

Existem situações piores. É possível encontrar crianças que já abandonaram de vez a escola para se tornarem catadores de lixo.

É o caso de menino de 11 anos que aceitou conversar conosco. Há cerca de 30 dias ele não vai à escola e não demonstra o menor interesse em retornar à sala de aula. Tomou gosto pelo trabalho no lixão onde diz conseguir R$ 15,00 por dia.

“VOCÊ NÃO VAI PRA ESCOLA? Não..DE MANHÃ, À TARDE? Não… POR QUE VOCÊ NÃO VAI? Para trabalhar…PAROU DE ESTUDAR QUANDO? Só ta com 1 mês que eu parei…E SEUS PAIS TRABALHAM AQUI? Não”, respondeu o garoto

PAIS COLABORAM

Os pais colaboram para que isso ocorra, dizem que, as vezes, não dá para deixar os filhos em casa, sozinhos e, por isso, os submetem á todo tipo de risco. A catadora de lixo Maria dos Reis Lopes de Oliveira nos disse.

“Uns veem sozinhos outros vêem com os pais…ATÉ OS PAIS TRAZEM? As vezes pra não deixar no meio da rua, é obrigado trazer…VEM TODO MUNDO TRABALHAR NO LIXÃO? É o jeito…SEM BOTA SEM LUVA? Sem nada”.

PALAVRA DOS RESPONSÁVEIS

Vivendo no lixão

O Conselho Tutelar, na pessoa de Iracy de Sousa, ouvida pelo blog, acha que só a ação direta da família pode acabar com o problema, pois outras saídas já foram tentadas.

A diretora do departamento de proteção especial do governo municipal, Patrícia Gadêlha, informou que existe uma equipe que faz a busca ativa dessas crianças, com freqüência, para retirá-las desta atividade, mas não consegue conter o trabalho.

Muitas famílias já foram até punidas com a perda da inscrição em programas sociais e depois reabilitadas, mas ainda assim insistem em não colaborar com a fiscalização. Sobre as imagens mostradas na reportagem prometeu intensificar o trabalho de coibição.

O promotor da infância e juventude, Tharles Cunha, foi procurado, mas estava fazendo um júri popular e não pôde falar sobre o assunto.

Assista à reportagem produzida pela TV Mirante sobre o assunto.

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