No Encontro Intersetorial realizado ontem, pela manhã, no Salão do Júri, do Fórum de Codó, nos foram revelados dados alarmantes de casos envolvendo crianças em situação de trabalho análogo a de escravos no Maranhão.
Brígida Rocha, da Comissão Pastoral da Terra, analisou 20 processos nos últimos anos e encontrou situações preocupantes em municípios como Buriti-cupu, Açailândia e Codó.
“Em 20 que eu estive analisando, 49 crianças e adolescentes, crianças de 10 anos, de 11 anos, de 9 anos e também o público adolescente em maioria e são meninos e meninas, infelizmente agora recente a gente também teve casos de crianças com menos de 7 anos trabalhando com a farinha, com a mandioca e assim há várias outras questões”, disse
Especificamente em Codó, alertou-nos o conselheiro tutelar, Franck Sousa, há uma resistência entre os adultos que submetem filhos ao trabalho diário, o argumento usado nunca muda, a situação financeira também não.
“Muitos alegam que desde criança trabalharam, mas você ver que aquilo ali virou um vício, um ciclo pra ele e a família não conseguiu nada e aí o que eles tão querendo é que os filhos fiquem o mesmo, na mesma situação”, frisou Sousa
O encontro contou a participação de um representante da Organização Internacional do Trabalho.
Para Eric Ferraz há uma estreita relação entre o adulto submetido à condições degradantes e as crianças da mesma família que trabalham, algo que precisa ser combatido.
“A pessoa que se tornou um trabalhador escravo ele vai ter poucas condições de oferecer uma condição financeira adequada para a sua família, naturalmente os filhos deles vão ter que trabalhar cedo pra ter que ajudar a família e aí com o tempo passando aqueles filhos vão ser os futuros trabalhadores escravos, um ciclo geracional que acontece aí de maneira muito perversa que impede que a família saia desse ciclo de pobreza e miserabilidade”, disse o oficial de projetos da OIT
Discutir o assunto é o passo inicial, fazer com que políticas públicas cheguem à casa de quem é identificado numa situação, ao menos, de risco, é o grande desafio de Codó.
“E a gente conta ao longo de todo o mês de junho com o trabalho na zona rural, nos CRAS, aqui esse seminário acontecendo, que foi idealizado, Então a gente tem até o final de junho ações pontuais sobre essa temática no município”, concluiu a coordenadora do AEPETI, Maria José Sampaio Silva, assistente social.
2 comentários sobre “Trabalho infantil alimenta ciclo de pobreza que passa de pai para filhos em Codó”
A MAIORIA DAS PESSOAS QUE SÃO CIDADÃOS DE BEM HOJE SEMPRE AJUDARAM OS PAIS QUANDO CRIANÇAS E ESSES DELINQUENTES DE HOJE SÃO TODOS PROTEGIDOS PELO ECA. SOU CONTRA EXPLORAR A CRIANÇA AGORA AJUDAR A FAMÍLIA NÃO TEM NADA DIMAIS.
TEM QUE TRABALHAR MESMO, SE NÃO, VÃO VENDER DROGA, E NÃO TEM JEITO, E MUITA CONVERSA MOLE.