Seis adolescentes do Centro Educacional Millenium, escola particular da cidade de Tuntum, continuam internadas no Hospital Geral de Timbiras, desde o dia 10 de abril. Entre elas, as gêmeas Ana Caroline e Ana Izabel Silva Araújo.
Contam que assistiam aula de geografia, no segundo horário, quando pelo menos 10 alunas começaram a passar mal.
“A gente tava em sala de aula e aí começou a sentir um cheiro estranho que nem cheirava, nem fedia, só que tinha uma falta de ar, uma queimação e muita, muita tosse, tossia demais. A gente tentou sai da sala, aí conseguimos depois”, disse Ana Caroline
SINTOMAS GRAVES
Levadas para o pronto-socorro de Tuntum todas apresentaram os mesmos sintomas – O inchaço que ainda aparece no rosto de Rafisa Cantanhêde (também internada), náuseas, tontura, desmaios, dor de estômago e falta de ar. Dado a gravidade, a maioria foi transferida para cidades com atendimento especializado.
Ana Izabel chegou a perder o movimento de membros superiores.
“não conseguia mexer meus braços, também sentia uma falta de ar muito grande, gastura muito grande na barriga, não conseguia”, afirmou a estudante
A CAUSA
Pais e alunos acham que o gás respirado na escola veio do ar-condicionado da sala que tinha passado por uma revisão recente. O dono da escola, José Araújo, disse que não. Chegou à Timbiras na última segunda-feira (15) contando que uma outra aluna confessou ter jogado na classe spray de pimenta.
“Ela confessou que expeliu gás de pimenta dentro da sala, ela está em estado de choque, a família, caso impensado que ela alega que fez (…) ela disse que exprimiu no braço de um menino e numa parede, o que eu tenho a dizer é só isso mesmo”, justificou
As vítimas contestam. A estudante Ana Izabel, por exemplo, entende que se fosse gás de pimenta todos teriam sentido logo no primeiro horário, o que não ocorreu.
“Pode ter sido do ar porque se fosse brincadeira a gente tava assistindo aula, e isso não foi assim espontâneo, a gente começou, depois de muito tempo foi que veio dá efeito e tudo, daí se fosse botado pimenta a gente tinha sentido no primeiro horário, isso foi no segundo horário pra frente de aula”, contestou
RESPONSABILIDADE JUDICIAL
O pai das gêmeas , Hugo Leonardo Andrade Araújo, quer um exame mais detalhado.
“A gente tá querendo uma coisa mais a sério, uma perícia, uns exames mais a fundo, a gente não tá concretizado que tenha sido isso”, garantiu
Dona Nildes Catanhêde Oliveira que acompanha a filha Rafisa, desde o ocorrido, planeja responsabilizar a escola na Justiça caso seja comprovado que a possível intoxicação tenha vindo do ar-condicionado.
“Se for o spray como essa menina uma adolescente como as nossas e ela não fez com intenção tudo bem, mas se foi nós vamos tomar providência…se for mesmo o caso da manutenção que foi mal feita, nós vamos tomar providência”, destacou
Ainda não há prazo para alta das adolescentes de Tuntum, mas o estado de saúde delas é estável, considerado fora de perigo.
Três delas chegaram a ir para a Unidade Semi-intensiva do Hospital Geral de Timbiras (uma espécie de quase UTI). Ainda não há resultado de um exame toxicológico que apresente a causa do problema.
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