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Palestra sobre o tema para professores e supervisores escolares
Palestra sobre o tema para professores e supervisores escolares

A mais famosa comunidade remanescente de quilombo  é a de Santo Antonio dos Pretos, mas em território codoense  existem mais de 30, entre oficiais e não documentadas.

Mesmo assim, explicou ontem à nossa reportagem a coordenadora do CRAS QUILOMBOLA, Lúcia Brandão Salazar, que é difícil encontrar em registros de programas governamentais, como o Bolsa-Família,  beneficiários que se identificam como moradores destes povoados.

“Eles não perguntam, as vezes a pessoa que vai se identificar também não pergunta e fica sem saber, no cadastro de procura a gente não tá achando como quilombola”, disse

Neste contexto, ela é obrigada a reconhecer.

 “Na comunidade também tem preconceito, isso aí acho que por onde a gente anda é uma coisa que não acaba”, lamentou a coordenadora

MEDO DE SER NEGRO

Estamos em um município cujas bases de colonização têm grande contribuição dos negros. Estima-se que atualmente mais de 80% da nossa população pertençam à esta etnia, mas pequenas pesquisas veem mostrando que o medo do preconceito tem inibido muita gente na hora da autoidentificação.

Na semana da Consciência Negra foram revelados dados de um estudo do tipo realizado em algumas escolas da rede pública municipal. O resultado foi surpreendente e preocupante, segundo o seecretário de Cultura e Igualdade Racial, Augusto Serra.

A maioria de nós ainda se declara PARDA ou ‘moreno’, nunca negro. Outra coisa que não aparece nos levantamentos é gente que pratica cultos afros, como a umbanda.

  “Dentro dessa pesquisa feita pela escola, a maioria dos alunos se identificam como pardas, em segundo lugar aqui em Codó como brancos e em terceiro é que vem a população negra, o que não reflete a realidade do nosso município…E QUANTO À RELIGIOSIDADE? Quanto a religiosidade, numa das cidades tidas como berço de uma das religiões de matrizes africanas que é o Terecô não aparece nenhum aluno que se autoidentifica como religiosos de matriz africana”, revelou Augusto

No polo educacional supervisionado por professor Paulo Roberto da Costa Nascimento o problema também existe mesmo dentro de duas comunidades negras,  reconhecidas – Rumo e Mancal.

 ‘O que a gente tem observado é que as pessoas das comunidades não se identificam mais como pessoas quilombolas, já tem uma vida normal, já foram esquecidos alguns valores”, contou o supervisor meio entristecido.

SECRETARIA ATUANDO

Desde 2009 a Secretaria de Educação do Município vem se mobilizando contra isso e agora vai estender a pesquisa de autoidentificação ao maior número de escolas possível.

“Esta é uma forma da gente conhecer a população educacional, da gente conhecer a comunidade escolar e como ela se autoidentifica,  isso pra nós é muito importante porque nós tratamos das questões das relações étnicos raciais no cotidiano escolar”, explicou Augusto Serra após participar de uma palestra a respeito ministrada pela professora Joseane Cantanhêde.

Outras medidas já estão em andamento, uma delas é a aplicação de projetos pedagógicos e programas de governo que tentam resgatar a história dos negros codoenses.

 “as danças, remédios caseiros, as comidas, as lendas e etc…TUDO PRA RESGATAR? Com certeza, trazer esses valores de volta, resgatar”, concluiu professor e supervisor Paulo Roberto

6 comentários sobre “20 DE NOVEMBRO – Negros codoenses não gostam de se autoidentificarem como negros”

  1. Um dia da consciência negra não é uma exaltação dos negros, de uma cultura em detrimento de outra; é, antes de tudo, uma manifestação da própria consciência humana. O adjetivo negra, apenas identifica, um processo de reconhecimento e de denúncia de um sociedade, onde a dignidade da pessoa, enquanto ser humano, é esquecida. Claro, que precisamos de 365 dias de consciência humana, mas enquanto não tivermos, precismos pelo ao menos de um, para recordarmos que agimos como irracionais, intolerantes, preconceituosos e prepotentes. Por isso, é fácil dizer que não precisamos de um dia da consciência negra, e sim de uma consciência humana; quando na verdade somos coniventes com a discriminação velada, a corrupção: desde o furar fila, do receber um troco a mais, dos favorecimentos; da apatia sócio-político, e da alienação… Realmente, preciso reconhecer que nos falta um consciência humana; pois, sermos racionais já não diz muita coisa!

  2. Pingback: A realidade sobre os negros de Codó, uma das cidades mais negras do Brasil | Correio Codoense

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