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A sociedade contemporânea experimenta uma verdadeira via-crúcis. Temos tido a oportunidade de testemunhar alguns fatos espetaculares, por exemplo, o 11 de setembro de 2001, a crise global capitalista que destronou a Europa – cujo inicio, se deu em 2008, com a bolha imobiliária nos EUA, e, que, ainda repercute sobremaneira em nosso meio gerando mais crises e golpes.

Professor Jacinto Junior - um pensador contemporâneo
Professor Jacinto Junior – um pensador contemporâneo

Historicamente, somos impelidos por nossos pais a agarrar com ‘unhas e dentes’ a formação educacional – pedem que dediquemo-nos aos estudos como única via de acesso para garantir nossa cidadania plena. Nesse processo, deparamo-nos com um discurso verticalista que permeia a fala de nossos genitores que replica na agenda do mundo globalizado. E qual é o principal filete que o mundo globalizado exige para atender sua concepção de sociedade? Apenas um: o cidadão enquadrado no modelo padrão de produção social. Estamos na chamada Terceira Revolução Industrial: a tecnológica – consensualmente, denominada sociedade do Conhecimento, para Morin, a sociedade da ‘Complexidade’.

A identidade do individuo para o capital não tem importância, o elemento primordial para o ingresso no trabalho é a meritocracia. E em que consiste esse instrumento para o individuo que consegue atingir o ápice de sua carreira? Nada mais, nada menos do que ser um sujeito alienado cuja habilidade tornar-se-á mera rotina em suas tarefas. Essa relação social implica justapor a realidade social numa perspectiva ‘harmoniosa’, em que o individuo não perceberá a ‘roda da história’, pois, estará ocupado demais para cumprir metas e atingir objetivos. A meritocracia, portanto, é uma forma sistêmica de reprodução social da alienação do individuo numa sociedade baseada na seletividade e na exclusão.

A ideia de conceber uma escolha como projeto de vida mediante o uso da liberdade requer do individuo a capacidade de apreensão e um nível de consciência social para além do consenso habitual e da aparência. O modo como realiza as tarefas e atividades cotidianas impeli-o a reconhecer a não simplicidade desse ato como ator social, e, sim, como sujeito independente, pois, esta simbologia – a meritocracia – é ‘apresentável’ e ‘não nociva’, conforme defendem os conservadores liberais. Neste caso, é preciso que estabeleçamos uma distinção essencial entre uma e outra. O individuo alienado, por seu turno, não reclama, não questiona nada, para ele, tudo está bem; sua ocupação é seu maior prazer, é o seu mundo fantástico, afinal, desempenhou com eficácia e extrema mestria suas tarefas e, habilmente, atingiu os objetivos propostos pela empresa. O sujeito não-alienado (dialético) é aquele que sabe o que faz e como faz, sem, no  entanto, deixar de perceber a relação social conflitiva; não permite a superexploração de sua força de trabalho que, por sua vez, pode ser manual e/ou intelectual. Cada movimento nesse contexto expressa sua finalidade e especificidade.

Nossa cidade está inserida nesse contexto, e, não poderia ser diferente, afinal, concebe a mesma ideologia que prevalece na atualidade: a da dominação de classe e a da exploração do capital sobre o homem.

Em tudo o homem faz uma escolha, na verdade, através dessa escolha projeta sua vida. Tal escolha pode ser de natureza boa ou má, por isso mesmo, é necessário muito cuidado para não incorrer numa escolha torpe e desfigurada. O ideal é optar por uma escolha boa, saudável, sem nenhuma possibilidade de prejuízo. A marca dessa escolha, obviamente, tem de ser a irretocável moral e a notória ética. O homem que valoriza uma escolha boa deve, por seu turno, preservar o sentimento da humildade, para, assim, convencer seu semelhante de que é possível a realização daquilo que desenhamos em nosso imaginário como prioridade em nossas vidas.

Refletir sobre a liberdade e a escolha como projeto de vida, obviamente, nos coloca diante de uma realidade social concreta que obriga-nos a, de fato, fazermos uma escolha de natureza política que, apresenta-se como perspectiva de mudança e desenvolvimento.

A perspectiva política que se apresenta para a comunidade como mudança e desenvolvimento, precisa ser avaliada sob a ótica da crítica, crítica essa sem a costumeira paixão partidária, afinal de contas, quem, efetivamente, fará essa escolha e com total liberdade será o conjunto da sociedade civil e não apenas os militantes e cabos eleitorais de cada facção e corrente política.

Nesse processo desejamos apenas alertar ao individuo-eleitor(a) – sim, aquele(a) que decidirá se quer uma cidade livre, próspera, democrática e menos injusta – para escolher com responsabilidade e total independência seu projeto de vida política; ou, se quer aludir um retrocesso político sem precedência na história; esse ato é de única e exclusiva competência do individuo. Portanto, escolher um projeto de vida política requer essencialmente o livre arbítrio. Você possui livre arbítrio ou é meramente conduzido por terceiro para agradá-lo e deixa de lado sua vontade própria?

A sedução e o fascínio que determinado individuo sente pela riqueza de outrem não o torna igual a ele, apenas o leva a uma falsa sensação de que, pelo fato de se relacionar com o mesmo, sente-se como se fosse igualmente rico.

A verdadeira liberdade e o projeto de vida político que o individuo opta tem como pano de fundo o desejo de querer preservar o sonho de ser gente e ser respeitado e, para isso, a condição sine qua non é escolher aquele projeto que integre seus ideais e inspire sua vida na perspectiva de uma cidade melhor.

Por Jacinto Junior

15 comentários sobre “A liberdade e a escolha como projeto de vida”

      1. Replay: Assim como a traição está para Temer, a corrupção está para Eduardo Cunha; assim como a sabedoria está para Marx, a ignorância está para o dr. cascagrossa.

    1. Você sabe o que é livre arbitrio? Sigilo? Pois é, minha cara, eu preservo valores que projeta a minha conduta. Outra coisa, eu não sou de mentir, esse verbo não faz parte de meu mundo social. Não sou hipócrita e, menos ainda, dissimulado. O direito que me assiste a CF/88 de me manifestar é o mesmo que me gaarante o sigilo!
      Tchau, e não esqueça: seja uma cidadã independente e humilde.

    2. Você sabe o que é livre arbitrio? Sigilo? Pois é, minha cara, eu preservo valores que projeta a minha conduta. Outra coisa, eu não sou de mentir, esse verbo não faz parte de meu mundo social. Não sou hipócrita e, menos ainda, dissimulado. O direito que me assiste a CF/88 de me manifestar é o mesmo que me gaarante o sigilo!
      Tchau, e não esqueça: seja uma cidadã independente e humilde.

  1. vou votar no candidato inventado pelo zito, só por causa do professor Elson/Elcio que convenceu, estava em dúvida, mas do vídeo agora estou decidido…

  2. Jacinto, meu filho, deixe de retóricasinha barata, cheirando a naftalina de panfleto guardado. Desde a perestroika esse seu berro perdeu força no mundo; inclusive no mundo comunista. Vai um conselho: recicle sues conhecimentos acerca da política moderna. Até a China mudou sua política de produção. Na terra de Confucio e Mao Tsetung hoje prevalece a livre iniciativa. Tudo muda. Mas o Jacinto não sente.

    1. Não o conheço, pessoalmente, entretanto, você demonstra ser um excelente retórico da extrema-direita (com enfase no capitalismo degradante). Seria interessante que fizesse uma abordagem local para esclarecer ao povo de como funciona os limites da iniciativa privada (um detalhe: não é preciso buscar exemplos de outras nações para comprovar o que representa a doutrinação do capitalismo na vida de um trabalhador que é explorado intensamente e, além, disso, o próprio trabalhador não consegue ter uma vida plenamente satisfeita em suas condições de trabalho).
      para simplificar tua tese da livre iniciativa, dar-lhe-ei um exemplo: o traidor e conspirador e atual presidente interino Temer está promovendo um verdadeiro desmonte da CLT. Você sabe o que significa isso? Significa a Quebra dos direitos históricos dos trabalhadores, a supressão do 13º Salário, o 1/3 de férias, redução da hora do almoço de uma para meia hora,e, ainda, mais,submeter os trabalhadores a contratos escorchantes, sem nenhuma garantia. Essas são as grandes benfeitorias que o capitalismo promove à cidadania do trabalhador. Se não fosse comico, seria trágico, sr. Junior. A sua condição deve ser a de um membro da classe media média alta para flertar apaixonadamente pela teoria dos liberais e conservadores que desejam o fim das garantias trabalhistas, sabe por que? Porquê é um grande negócio para os empresários roubar dos trabalhadores suas conquistas suadas. Sr. Júnior, a grande vergonha dos capitalistas brasileiros e da famigerada classe média média alta é ser serviçal dos EUA. A burguesia brasileira adora, ama, ser submissa aquele Estado opressor. Ao que parece, você ama a extrema-direita e toda sua filosofia degradante e espoliadora. Meu nível de consciência não permite me sbmeter aos caprichos e ao discurso do neoliberalismo como alternativa de desenvolvimento harmonioso, porqur não o é, pois a própria história nos revela a contradição desse discurso mentiroso. Sr. Júnior, o fato de me posicionar no campo da esquerda não me torna um sujeito menos importante do que aquele que pressupõe ser o capitalismo o ‘talismã’ do mundo, na perspectiva da justiça social para todos – isso, sim é uma afronta à dignidade do homem. Ademais, o capitalismo é a expressão máxima da miséria que povoa o mundo inteiro.

      1. P.S: Em breve, você (sr. Junior) vai sentir na pele (se não fores realmente um membro da alta burguesia e não precisar trabalhar) o resultado do Programa do PMDB – “Uma Ponte para o Futuro” -, quando estiveres na lide aos 70 anos, para poder se aposentar. Esse é, socialmente, o gesto humanitário do sistema capitalista para quem produz a riqueza: o trabalhador.Sinceramente, espero que você seja um trabalhador para experienciar esse resultado concretamente.

      2. Dois grupos de países:
        1. Estados Unidos, Canadá, Austrália, Cingapura, Hong Kong (China), Maldivas, Ilhas Marshall.

        2. Bolívia, Venezuela, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Tanzânia, Congo e República Centro Africana.

        O primeiro grupo são dos países que têm menos leis trabalhistas. O segundo grupo são os sete países que mais “protegem” os trabalhadores com leis trabalhistas.

        Pergunta:
        Se leis trabalhistas são tão boas para trabalhadores, por que as condições dos trabalhadores do primeiro grupo são imensamente melhores do que as do segundo grupo?

        Espanhóis e portugueses (onde há mais leis trabalhistas) emigram para a Inglaterra, onde há menos leis trabalhistas. O mesmo vale para mexicanos em relação aos EUA. O mesmo também vale para indonésios em relação à Malásia, Austrália ou Cingapura.

        Porque?

  3. Excetuando-se algumas discordâncias — como a relação proposta entre meritocracia e alienação –, uma vez que defendemos percepções antagônicas de configuração do tecido social, concordo com aquilo que foi exposto. Excelente texto, professor.

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