O Conselho Tutelar ainda está concluindo o levantamento, mas a conselheira Iracy de Sousa já adiantou que passam de 10 o número de casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes só este ano em Codó.
As denúncias aumentaram, mas os violadores deste direito à integridade física e moral das vítimas, continuam sendo, basicamente, os mesmos – pais, padrastros.
“A maioria dá positivo…E O ABUSADOR É QUEM? O abusador é mais o pai, é o padrasto, este ano se tiver dois, três, casos de fora é muito (…) Nesse momento nossa preocupação maior é com as vítimas pra tirar desse meio pra botar ou num abrigo, ou num lugar onde fique resguardado a sua dignidade”, disse Iracy
ABRIGO
Apesar das notícias de punição ainda serem poucas, Codó vem ampliando sua forma de ajudar estas vítimas. Na atualidade, por exemplo, a criança que precisa ser retirada, imediatamente, de perto do agressor, que geralmente é da mesma família, já pode ficar em um abrigo com toda a assistência necessária.
Estivemos com a psicóloga do abrigo, Dra. Lorena Alves. O que mais chega à casa, segundo ela, são casos de abandono e agressão física, mas a frequência da violação sexual nunca deixa de existir. Casos que precisam de cuidados específicos.
“O trauma é maior e as crianças chegam aqui mais retraídas, então a gente tem que fazer um trabalho mais voltado pra ela poder se abrir e se relacionar com as pessoas de novo, perde muito a confiança, porque quem deveria estar cuidando, na maioria das vezes é quem mais viola”, explicou
COMBATE
Por conta deste problema, abril e maio são meses onde o combate à crimes sexuais contra esta faixa etária é intensificado.
Já foi realizada à visita ao memorial Márcia dos Santos Silva, menina de 10 anos violentada e morta em 04 de abril de 2006, e em maio uma vasta programação que inclui seminários, panfletagem e uma caminhada será desenvolvida.
“A comissão organizadora, formada pelo Conselho Tutelar, Conselho de Direitos, a prefeitura, as entidades da sociedade, ela realiza essa campanha como meio também de estar informando a sociedade para que ela esteja preparada para enfrentar esse mal que é abuso e violência contra criança e adolescentes”, frisou o conselheiro Manoel Junior