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Sendo um leitor voraz, tanto de noticias políticas em periódicos como de trabalhos publicados em livros sobre o assunto ao longo de muito tempo, pude perceber que a política é uma arte difícil. E verifiquei, também, que depois que você participa das lides partidárias, aquilo se torna um vicio que entorpece o cidadão sempre que se depara com situações em que haja necessidade de se tratar de política.

Se me fosse dado o tempo e espaço necessários para discorrer sobre a prática política em todos os seus aspectos, seria fundamental analisar desde a sua essência até a finalidade precípua da política que é criar condições para uma vida melhor para a população. Seria um texto longo e improducente para o órgão de mídia. Mas como isto não é possível, mencionarei breves citações de renomados escritores mundiais, apenas para deleite daqueles que gostam do assunto.

Carlos Magno da Veiga Gonçalves
Carlos Magno da Veiga Gonçalves

Lendo um desses livros a que me referi, – lembro-me perfeitamente de um – em que um famoso pensador e escritor de teses consagradas, e ainda hoje mencionado por grandes cérebros da literatura mundial, Nocolau Maquiavel, que publicou um de seus grandes trabalhos, “O Príncipe”, uma espécie de manual político, uma passagem me chamou atenção, que diz o seguinte: “E, de fato, não raro a teoria, desamparada de mediações, redunda em abstração distante da vida real, impotente diante da riqueza múltipla das suas determinações. O inverso, contudo, não raro também sucede: homens eminentemente práticos, com notável sagacidade e treino nas coisas humanas – em particular, na difícil arte da política, que alguns veem como contígua à própria guerra -, podem se atirar de corpo e alma ao mundo real, onde se cruzam incessantemente paixões e interesses, sem obter, contudo, o resultado almejado, revelando, antes, uma certa incapacidade de entender as mediações da política democrática. Esta última, pela sua própria natureza, impõe limites e controles, freios e contrapesos, a todos os atores e forças presentes na cena pública, o que só não ocorre em indesejadas situações extremas de concentração e personalização do poder.”

Como muitos sabem, Maquiavel foi um grande teórico da atividade política. Ele só não sabia dos meandros desta atividade como também a praticava diuturnamente, chegando ao ponto de seu nome se tornar, mundialmente, negativamente adjetivo de pratica de atos, tanto políticos como na vida comum.

O pensador e escritor dissecava a personalidade do individuo no sentido mais amplo de seu comportamento, tentando direcioná-lo para um caminho político de atitudes não tanto éticas, o que aliás foi seguido por tantos no desenrolar dos tempos até os dias de hoje.

Outro grande pensador do mundo antigo, que ainda hoje é referencia entre os iluminados escritores de nossa época, foi Platão (428-328 a.C.), visto por Voltaire Schilling, que em sua obra menciona-o: “O mesmo não acreditava na democracia. Para ele a política, a boa condução dos homens em sociedade era um arte que somente bem poucos dominavam. O ideal, para ele, era uma coletividade governada pelos mais sábios, visto que os pensadores eram uma espécie de sócios humanos dos deuses, os únicos a entenderem os difíceis mecanismos da boa regência de tudo.”

No entendimento de Platão, somente alguns teriam o privilégio da sabedoria e que o restante da população teria que se submeter aos seus caprichos (daqueles), determinando, no poder, o que seria melhor para o povo.

Ao longo de muito tempo sempre ouvi dos que se arvoram de entendidos, de que o segredo (a arte) de fazer política se consiste basicamente em mentir, enganar, dissimular e prometer, fazendo crer, sempre, que é o salvador da pátria, principalmente nos momentos de crise, tanto política como econômico financeira, ludibriando os incautos, principalmente os mais desinformados, que não dispõem de conhecimentos necessários para se defender das investidas inquietantes dos políticos.

Invocando minha experiência de agente público e em razão de algumas funções exercidas – que lidava diretamente com representantes de partidos políticos – não posso nem devo acreditar na premissa daquela tese, isto porque conheci de perto várias personalidades do mundo político, muitos dos quais já se foram, que eram pessoas de caráter, de conduta ilibada e de comportamento irrepreensível.

Sobre a influência dos políticos junto aos cidadãos, vale lembrar aqui, o artigo que escrevi há pouco tempo com o titulo EDUCAÇÃO: A PORTA PARA O DESENVOLVIMENTO. Segue um trecho que diz bem sobre a formação do cidadão, que serve de anteparo ao ataque desenfreado dos políticos: “Os degraus de conquista da vida passam pela educação. O analfabetismo gera pobreza, atraso, ignorância, sem perspectivas para o indivíduo. A educação gera o conhecimento, a esperança, e o futuro promissor para o cidadão. Todos os postos de chefia e de administração de uma nação e de empresas, do estado ou da municipalidade, sejam elas estatais ou privadas, são ocupados por pessoas com maior ou menor grau de formação acadêmica. A maioria fez curso de especialização, doutorado ou pós-graduação. Em menor grau de relevância estão aqueles que, cursando o ensino médio, principalmente os cursos técnicos, galgaram funções de destaque em diversos ramos de atividade, seja empresarial, seja estatal. O exercício da cidadania, enfim, passa, também, pela educação.”

A política em si, penso eu, deve ser exercida sempre obedecendo os preceitos estabelecidos na Carta Magna que é a Constituição, também denominada de Carta Política. Ela é a lei maior da nação. Nela estão escritas as normas que devem ser seguidas por todas as pessoas que vivem em um país. Regula desde a forma de governo até o funcionamento de empresas particulares, diz as responsabilidades e objetivos de cada um, os direitos e deveres do cidadão, enfim, fica de olho em tudo o que todos fazem.

Outro foco, que demandaria muito espaço e tempo para uma análise mais profunda, é a questão da ideologia política, vez que muito já se escreveu sobre o assunto. Hoje existem dois pólos ideológicos em completo antagonismo: a direita e a esquerda.

Alguns se intitulam de centro-esquerda, outros simplesmente de centro. Com relação à esquerda, esta, como sabemos, sofreu um baque enorme, no mundo, com a derrocada do regime comunista na Rússia. A direita, por sua vez, sempre esteve representada por alguns setores conservadores, cuja bandeira mais representativa encontra-se no Partido Republicano dos Estados Unidos.

Aqui no Brasil, – já tive a oportunidade de ler – alguns críticos tecem comentários irônicos quanto a admissibilidade da ideologia de esquerda por parte dos brasileiros, que vem de encontro com o modo de vida e a natureza dos tupiniquins com a rigidez da pratica política de esquerda. Os brasileiros, dizem, leva tudo na troça e não se adéquam aos princípios emanados da esquerda. Muitos participam de partidos emblemáticos sem ter a mínima noção do que representa realmente a ideologia de esquerda.

A história nos conta que já tivemos vários levantes de esquerda que nunca prosperaram, sempre cedendo terreno para a direita. O mais recente foi o golpe de 1964, onde o movimento de esquerda foi praticamente dizimado.

Em variadas épocas de minha vida fui tentado a entrar na política, por influência de alguns amigos e de pessoas que me eram caras, sobretudo os de comportamento exemplar, como Reinaldo Zaidan, meu pai Walter Zaidan Gonçalves, o ex Senador Clodomir Millet, entre outros, que sempre foram, para mim, a bandeira da honestidade, da honradez, e de austeridade com o trato da coisa pública, acima de tudo.

Recebi de várias correntes políticas, em diversas vezes, fichas partidárias para que fosse preenchida e devolvesse aos respectivos Diretórios Municipais, para, iniciar ali, uma possível carreira política. A idéia de participar das batalhas políticas, empunhando uma bandeira partidária, defendendo as diretrizes de um partido, me empolgava, mas, ao mesmo tempo, que lembrava das campanhas eleitorais nas quais os antagonistas se digladiavam de uma maneira agressiva e até mesmo com falta de respeito para com o seu adversário, me deixava apreensivo, pois, sendo de minha índole que os nossos semelhantes devem ser tratados com educação e respeito, – pois cumpro religiosamente a máxima que diz que “o direito seu termina quando inicia o direito do outro”, – guardava a ficha e ao ser cobrado pelo membro do partido dizia que estava pensando.

Para encerrar, aproveitando esta janela – este órgão de mídia – que se abre para o mundo, principalmente para nossa comunidade, conclamo a todos os políticos de todas as ideologias e cor partidária, que façam um exame de consciência, procurem analisar o que mais o povo necessita para melhoria de vida, neste ano de eleições, estabelecendo um programa condizente, sempre pensando no futuro da população. Agindo assim estarão cumprindo definitivamente o seu papel de protagonista no cenário político do nosso município e porque não dizer, também, do Estado e consequentemente, do País.

Carlos Magno da Veiga Gonçalves, notário.

Um comentário sobre “Por Carlos Magno – POLÍTICA: Uma arte difícil”

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