
Rafael Araújo da Silva, além de atual presidente do SINDSSERM, é um dos principais militantes do PSOL no município de Codó.
Foi usando a sigla do partido que em sem blog lutasocialista.blogspot.com denunciou o que tachou de ‘fato próprio do período da ditadura” ao referir-se ao caso do lavrador, Francisco das Chagas Ferreira, morador do povoado Livramento.
Relata o militante que, no sábado (31), o lavrador estava em sua casa, com a família, quando chegaram até ele 3 policiais militares acompanhado de um gerente de fazenda. Chamado para fora da residência (para evitar o crime de invasão de domicílio) o agricultor teria, então, recebido voz de prisão, sem qualquer mandado judicial (o que é obrigatório para casos fora de flagrante delito).
De acordo com Rafael Araújo, que acompanhou o cidadão e o ouviu pessoalmente, a acusação que justificou o ato, que merece reparação inclusive moral, seria apenas de ‘ser líder dos pescadores que estavam no açude” (mais a frente é explicado que o açude em questão fica na mesma comunidade – LIVRAMENTO-, ora em litígio no INCRA já que a área é habitada por posseiros há mais de 50 anos).
MUITO ALÉM DA PRISÃO
Os PMs não se contentaram apenas em deter, sem ordem da Justiça, o lavrador na frente da esposa e dos filhos menores, algemaram o sujeito e o teriam trazido no carro do gerente da Fazenda (o que é gravíssimo e o comando da Nona Companhia precisa investigar tal denúncia para não sair conivente)
A pergunta é muito simples – agora se prende pessoas assim, fora do flagrante, sem ordem da Justiça e ainda se traz para a cidade no carro de gerente de Fazenda? Isso é polícia do Estado ou particular?
ALGEMA ILEGAL
Outra coisa a se observar no caso da prisão desse lavrador. O uso de algemas tem limite dado pelo próprio Supremo Tribunal Federal. De acordo com a Súmula Vinculante nº 11 – Só é permitida no Brasil em três ocasiões:
1 – RESISTÊNCIA DO PRESO (Pelo que narrou o militante do PSOL, o sujeito, alheio aos seus direitos, ainda fez o favor aos PMs de sair de dentro de sua casa para receber voz de prisão)
2 – FUNDADO RECEIO DE FUGA (muito improvável que um lavrador que tenha acabado de sair de um açude, suspeito de pescar, queira fugir de três homens armados e de um gerente zangado).
3 – PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA DO PRESO OU À DE OUTRA PESSOA (Não vamos nem comentar essa possibilidade – seu Francisco ia se bater ou bater em alguém numa situação dessas?).
Fora dessas situações, o uso da algema pode configurar crime de abuso de autoridade.
COMO TERMINOU?
Os lavradores se mobilizaram rapidamente e logo formaram um bom número na frente da Delegacia Regional de Codó. O caso iniciou-se por volta das 11h lá em Livramento (região do Barracão) e terminou por volta das 14h quando, segundo Rafael Araújo, a delegada Maria Tecla Cunha, de plantão, liberou o lavrador, Francisco das Chagas Ferreira.
No ato da liberação, quem o acompanhava teria ouvido que o lavrador ‘foi convidado apenas para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido”.
A justificativa, se foi mesmo esta, foi horrível, mas a delegada, com sua experiência, agiu corretamente, pois não achou motivos para indiciar seu Francisco e mantê-lo preso, o que nestas circunstâncias, não tenha dúvida, seria uma prisão, completamente, ilegal a ser relaxada pelas vias judiciais.
AO COMANDO
Volto então a me reportar ao Comando da PM de Codó. Vamos ver o que anda acontecendo com certos militares para que não tenhamos outra grande mancha nessa cidade sobre a briosa Polícia Militar que ainda nem se limpou da merda feita no caso do carroceiro Mauro Mariano Santana, morto numa operação desastrosa no dia 26 de abril no bairro São Sebastião.
A qualquer hora, com este tipo de serviço policial prendendo gente a contento de gerente de fazenda e transportando em carro particular, teremos outra grande manchete no Maranhão.
5 Respostas
Conheço esse rapaz e sei que ele é homem trabalhador e dedicado a família.
Esse abuso de autoridade tem de ser investigado a fundo. Não podemos ter uma policia a mando de coronéis como antigamente, onde se fazia tudo com o cidadão de bem e nada acontecia.
Sei que grande parte da população de Codó vai repudiar essa agressão covarde a um cidadão de bem.
Sei também que vários colegas advogados vão se mobilizar para prestar assessoria jurídica para esse cidadão processar o estado e esses “ditos” policiais e o tal gerente da fazenda.
JUSTIÇA!!!!
Esse é o nosso sistema de segurança publica quando é uma pessoa humilde, trabalhador, honesto é tratada dessa forma, eles pensam que a população não sabe de nada para aceitar um absurdo desses. Tomara que esses sujeitos sejam expulsos da corporação.
Por que esses caras não vão prender os políticos condenados por roubo, por que que eles não vão prender os f de timbiras, os fi…. condenados por formação de quadrilha, o z pelo corrupção eleitoral condenado em várias instancias, os ar… por desvio de recursos da educação e já condenados e inelegíveis, os ol…. por crime eleitoral e ambiental….
Depois quando se diz que polícia é para pobre tem gente que se ofende, mas são os fatos
Fazem merda mesmo, confiando no corporativismo e consequentemente na impunidade.
Esses desocupados não são trabalhadores. São uns aproveitadores que querem pescar no que não e deles. Uns bandidos que só sabem de festa e cachaça. E quando roubam são trabalhadores
por favor,falem os nomes destes policiais .A mas depois o margo vai falar que eles estao certos nos todos lembramos das palavras ditas por ele no caso do carroceiro mauro.