Nós estivemos ontem pela manhã na escola onde crianças e adolescentes de CORUJÃO, zona rural de Codó, estudaram por décadas. Hoje dizem que mesmo em condições bem precárias não ficavam sem aulas por causa de problemas envolvendo transporte escolar porque ficava perto de todos, era só sair de de casa e ir pra perto da professora.
Mas elas foram retiradas e o prédio voltou a ser apenas o local de reunião dos pais que vivem no povoado.
Corujão é uma das 9 comunidades do Projeto de Assentamento CIT Novo Horizonte. Assim como os alunos daqui, os de todas as outras comunidades foram remanejados para uma única escola – a que fica localizada no povoado Lagoa da CIT. Só que muitos estão enfrentando dificuldades para chegar a nova escola.
SEM ESTRADA, SEM AULA
O ano levito em Codó começou atrasado, dia 11 de março. Mesmo assim, Maria Raelma Alves da Silva, mãe de 5 filhos, garante que suas crianças nunca conseguiram assistir aulas até hoje. O transporte que apareceu na região ficou impedido de rodar entre os povoados.
“A estrada, a estrada não presta…DIZ QUE TEM UM CARRO LÁ QUE NÃO PODE VIR? Nem vem, desde que entrou não saiu mais, né, atolou mesmo e a estrada pra lá tá ruim mesmo, com o inverno tá pior ainda”, confirmou a mãe
As chuvas trouxeram atoleiros e em muitos pontos riachos cortam as estradas, impedindo a passagem de veículos mais pesados como micro-ônibus.
“É a estrada que tá muito ruim, cheia de lama, aí o carro não dá pra ir, pra Lagoa, pra escola…PRA VOCÊS ISSO É RUIM? Bastante, porque nós quer aprender mais pra frente ser alguma coisa na vida…E SEM A ESCOLA? Não vai pra frente”, respondeu Marcos Ivanilson da Silva, aluno do 7º ano.
SÓ PROMESSAS
Francisca Maria Pereira que preside uma das associações da área prejudicada diz que os lavradores já ouviram promessas.
“A pessoa responsável por esta infraestrutura falou que assim que desse um pouco de sol, eles iriam lá, iriam consertar para que esse ônibus pudesse entrar com essas crianças…AGORA COM ESTA HISTÓRIA DE SOL E CHUVA, POSSIVELMENTE NÃO SERÁ AGORA? Não será agora, então, assim, o que a gente quer é que as pessoas responsáveis possam vir e arrumem a escola para que as crianças possam ir a escola”
Ir à escola é tudo que dezenas de alunos da região continuam desejando.
“Eu queria que estivesse tendo aula pra gente ir pra escola”, disse Edilson da Silva Santos