A situação por que passam as 35 associadas da Associação Comunitária dos Artesãos Codoenses é lamentável. Tudo passa pela falta de um local para exposição permanente dos produtos, como bem destacou nossa professora e artesã Elizane Torres
“Nós somos uma associação mas ainda não temos uma casa nossa, um espaço pra expor nosso produto para que a pessoa vá até a gente comprar. A gente tem uma pequena lojinha lá no Centro de Cultura, mas que não é tão visível, a gente queria um espaço onde a gente pudesse expor e não temos”, disse
O artesanato de Codó recebe muitos convites para feiras noutros municípios, até fora do Maranhão como o mais recente que veio de Recife. Mas até mesmo oportunidades como estas ficam pelo caminho do descaso das autoridades e das dificuldades financeiras das associadas.
“Mas aí a gente já fica assim pensando, como é que é o transporte, ir com essas peças daqui pra lá. Como ficar hospedado porque o convite é feito ele não lhe dá condição de você ir – PRA QUANDO É? (interrompo) – é depois de junho, depois das festas juninas (…) a gente também recebe o convite de outras cidades, mas aí a gente não tem a condição financeira de sair e se deslocar até lá e passar o dia, ficar mais tempo, dormir dois, três, dias”, explicou Elizane Torres
Enquanto isso, vão driblando os obstáculos com as feiras esporádicas, explorando datas importantes como a do dia das Mães, Natal. Para 2024, de acordo com a presidente da ACAC, Maria dos Anjos, estão previstas 10 edições.
Todas elas são tentativas de amenizar a falta de dinheiro na casa de quem precisa do artesanato para viver (exclusivamente dele) ou para complementar a renda familiar.
“Pois é, Acélio, esse é o incentivo que a gente tem pra não deixar acabar a tradição aqui do artesanato, da nossa cultura, aí a gente vem lutando com as nossas feiras culturais em busca de conhecimento, visibilidade e também é sustentabilidade”, justificou dona Maria dos Anjos ao jornalista Acélio Trindade