Quem precisa da saúde pública oferecida pelo município de Codó continua experimentando situações de completo descaso para com o ser humano. Ontem o blog recebeu os reclames da família do lavrador Francisco Mauro Costa, de cerca de 30 anos, morador da rua Brasil, Vila Camilo.

Contou-nos o primo dele que se identificou, indignado, como Antonio Izael Costa de Oliveira, que Francisco saiu na sexta-feira (6) para pegar o filho na escola Reitor Ribamar Carvalho, na Trizidela. Ao tentar desviar de uma outra moto, ele derrapou na areia e, sem capacete, bateu com a cabeça no chão.

Começou aí, por volta das 11h da manhã,  o sufoco da família para salvá-lo.

Ele foi levado para o HGM. Segundo três parentes com quem estivemos, o paciente ficou sangrando pelo ouvido de 11h da manhã às 14h30 ou pouco mais em cima de uma maca gelada apenas tomando soro.

Relataram que foi feito uma tomografia, mas não há neurologista em tempo integral no HGM e ninguém sabia ler o exame para dar a real profundidade do ferimento. Tentou-se encontrar vaga em Coroatá e noutros municípios com medicina mais avançada (Timbiras, Peritoró, Alto Alegre), mas  havia dois problemas  – o neurologista do macrorregional coroataense só chegaria à noite e, ainda que estivesse lá, o paciente não poderia ser transferido por falta de ambulância adequada.

A chamada USA, a ambulância mais equipada de Codó, pelo visto só uma mesmo, estava para Presidente Dutra também cuidando de outro paciente grave.

MORTE CEREBRAL

Após bate-boca e pressão da família, por volta da 15h conseguiram transferir Francisco do HGM para a UTI semi-intensiva da UPA onde ficou internado até 8h da noite quando, só então, conseguiu uma vaga no hospital de Presidente Dutra, com nossa USA já liberada.

Ontem pela manhã a família recebeu a notícia médica de que Francisco Mauro Costa teve morte cerebral  e só Deus poderá torná-lo à vida. A espera da mãe e de uma irmã, que estão vindo do Estado de Goiás, a vítima está sendo mantida viva por aparelhos  à espera de um milagre.

Muito revoltada a família acha que se tivesse atendimento adequado e imediato (o que inclui neurologista no HGM com condições de salvar vidas ou mesmo duas ambulâncias bem equipadas para transferência imediata) Francisco não estaria em estado vegetativo, aguardando apenas o desligamento dos aparelhos para descansar de seu sofrimento.