Por falta de estrutura as creches de Codó não acolhem crianças de 3 anos de idade para baixo, ou seja, até zero ano como preconiza o Ministério da Educação. No município, conforme constatou o blog em visita recente à estas unidades, as crianças são aceitas só a partir do 3º ano de vida.
Mesmo com tamanha restrição, as nove creches continuam insuficientes e somente 3 oferecem tempo integral, isto é, a criança chega ás 7h da manhã e sai às 16h. São inúmeros os casos de gente em idade ideal para ser recebido, porém sem vagas.
No Codó Novo tivemos contato com a dona de casa Francisca Maria Sousa Ramos. Ela nos mostrou a filha Fabiana (hoje com 6 anos) e Antonio. Quando Fabiana completou três anos, ela tentou uma vaga na creche do bairro que atende somente à 60 alunos (no limite dos limites), mas se frustrou.
“Pra ela aí eu não consegui porque a mulher lá me garantiu a vaga e quando eu fui lá já tinha acabado (…) ela tem 6 anos…E ELA PASSOU PELA CRECHE? Não”, respondeu
Antonio, atualmente na idade exigida pelo município para ser atendido, também não conseguiu vaga e isso atrapalha a vida da mãe que gostaria de conseguir um emprego e trabalhar para melhorar a qualidade de vida na casa onde moram os três.
“Se ele tivesse na creche eu podia fazer, trabalhar, ter um emprego, estudar também…ANO QUE VEM VOCÊ VAI TENTAR DE NOVO? Vou”, prometeu
SÓ 853 CRIANÇAS
Na Secretaria Municipal de Educação obtivemos a informação de que em todo o município, só 853 crianças são atendidas nas 9 creches mantidas pela prefeitura, por isso Fabiana, Antonio e a vizinha deles Nathália, todos encontradas por nós no Codó Novo, estão fora do alcance do Poder Público.
Na opinião da secretária, Rosina Benvindo, como as creches que existem são antigas e, portanto, inadequadas pra suas finalidades o número de vagas não pode sofrer aumento por enquanto.
“ A gente poderia tá criando um problema à essas crianças por não dispor de condições físicas e também outras condições mais pra gente poder atender essas crianças com qualidade”, explicou a secretária
Ainda não há um levantamento do tamanho do déficit de vagas no município e muitos pais não entendem porque continuam com filhos desassistidos, como pude entender dos depoimentos que colhi nos bairros.
“Tá tendo pouca cadeira na escola porque não tá tendo vaga…NÃO TEM VAGA? Não”, disse Simone Ferreira de Sousa, por exemplo.
MAIS CRECHES, MESMO PROBLEMA
Professora Rosina garantiu que o município não está parado no sentido de resolver o problema. Quatro creches já estão sendo construídas, o que deve aumentar a oferta em apenas 400 novas vagas.
“Uma no Km 17, uma na Trizidela, outra na Vila Fomento e outra lá no Codó Novo. Então nós temos quatro pró-infância já esperando, praticamente, a inauguração para o próximo ano”, concluiu