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A tempestade do fim de semana deixou mais de 10 mil desparecidos na Líbia e destruiu cidades. Autoridades estimam que mais de 5 mil pessoas tenham morrido.

Um desastre natural de proporções inimagináveis. A tempestade Daniel atravessou o Mediterrâneo depois de castigar a Grécia, Bulgária e Turquia, e chegou com muita força à Líbia.

O representante da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, em Genebra, calcula 10 mil desaparecidosUm quarto da cidade de Derna, no leste, a 900 km da capital Trípoli, foi devastado por inundações. A cidade portuária de 125 mil habitantes foi a mais atingida. Viu carros revirados e amontoados.

Árvores foram derrubadas e casas abandonadas e inundadas. Prédios desmoronaram. Lama e destroços estão espalhados por toda parte. Estradas racharam. Duas barragens se romperam e liberaram mais de 33 milhões de m³ de água. Testemunhas falaram em ondas de 3 metros de altura.

Vídeos mostraram uma grande torrente percorrendo o Centro da cidade de Derna após o rompimento das barragens. Um representante do governo local definiu a cena como um tsunami. Mais de mil corpos foram recuperados até agora só em Derna. Outro vídeo parece mostrar dezenas de corpos cobertos nas calçadas.

O ministro da Aviação Civil e membro do Comitê de Emergência relatou o que viu, por telefone.

Benghazi, a segunda maior cidade do país norte africano, também foi inundada. Moradores procuram parentes pelas redes sociais e acusam o governo de negligência com a segurança das barragens, que precisavam ser reforçadas. Um relatório de 2022 denunciava os riscos de rompimento.

O auxílio começa a chegar.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, informou que três aeronaves com 168 pessoas, mais dois veículos de busca e salvamento e dois barcos de resgate foram enviados. Os Emirados Árabes Unidos mandaram alimentos e suprimentos médicos. Egito, Alemanha, Irã e Catar também já prometeram auxílio.

Mas a situação política da Líbia pode dificultar os trabalhos de resgate e distribuição de ajuda. A Líbia está dividida entre o leste e o oeste. A queda do ditador Muammar Kadhafi, em 2011, arrastou o país para anos de um conflito ainda não resolvido.

O comandante do Exército Nacional líbio, marechal Khalifa Haftar, que comanda a parte leste do país e não é reconhecido internacionalmente, anunciou, durante um discurso na TV, esforços de resgate e socorro.

A Líbia etá unida nesta tragédia. O governo de Trípoli, reconhecido internacionalmente, enviou ajuda médica para Derna e doações de empresários. Rico em petróleo, o país sofreu muitas interferências externas e invasões. A Itália foi uma das nações que colonizaram a Líbia, entre a Primeira e a Segunda guerras, e já disponibilizou a sua Defesa Civil.

FONTE: G1

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