“A Educação forma um povo fácil de governar; difícil de dominar, impossível de escravizar.”
Paulo Freire
A menina Carmem, de família humilde, nasceu na manhã de uma quinta-feira, 17 de outubro de 1912, no povoado Bonfim, no município de Codó, filha de José Raimundo Lago e Herminia Palácio Lago.
Com três anos de idade, seus pais vieram morar na Trizidela, bairro de Codó. Foi uma criança sadia, esperta, inteligente e já apresentava os atributos indispensáveis para torna-se a grande Mestra.
Iniciou os seus estudos aos sete anos na antiga Escola Estadual Singular, mais tarde Escola Ferreira Baima e atualmente Unidade Escolar “Colares Moreira”. A ilustre Mestra Filomena Catarina Moreira foi a sua primeira professora. Concluiu com brilhantismo o antigo primário, na sua terra natal.
Parou os estudos por algum tempo, devido não existir Curso Ginasial em Codó. Cedo, ainda, começou a lecionar como “professora leiga”, na Escola Gomes de Sousa, criada na gestão do prefeito Ramos Pires. Em 1935, foi para São Luis reiniciar os estudos; preparou-se para o Exame de Admissão, sendo aprovada com excelentes notas. Com dois anos apenas, cumpriu toda a carga horária correspondente ao antigo ginásio. Em 1941, conclui com destaque o Curso Normal.
Já diplomada em 1942, retornou a Codó, passando a lecionar em várias escolas na sede, inclusive na zona rural (Povoado Cocos). Em abril de 1947 a Escola Luis Rêgo passou a denominar-se de Grupo Escolar João Ribeiro, onde lecionou por algum tempo, até ser designada Diretora da referida escola, substituindo a professora Marita Bayma
Em 1952 foi fundadora do antigo Ginásio Codoense; membro do Conselho da CNEC local. Além de Professora de História do mesmo colégio até a década de 1970, teve uma participação muito significativa na criação da Escola Normal Ginasial de Codó, em 1965 e foi escolhida como Diretora. Em 1984, a Escola Normal Ginasial de Codó recebeu uma nova denominação, de Colégio Imaculada Conceição de Maria e continuou na sua direção por muito tempo.
Sendo filha de político, não fugiu a regra. Foi Vereadora na legislatura 1965 a 1970, e representou com muita dignidade e altruísmo a mulher codoense na Câmara Municipal. Ainda, como política, foi candidata a Vice-Prefeita em 1982 na chapa encabeçada por José Inácio Guimarães Rodrigues, defendendo sempre a sigla partidária do PMDB.
Professora Carmita, como era chamada carinhosamente, mesmo aposentada, continuou falando sempre em Educação, sua filosofia de vida.
A sua caminhada foi travada por inúmeras dificuldades inerentes a própria época, onde os meios de comunicação eram quase inexistentes e o acesso aos livros didáticos dependia de recursos financeiros para serem adquiridos em outras cidades. Predominou na professora CARMITA, a perseverança e o idealismo na defesa dos interesses da Educação, representando para a história da educação codoense um exemplo vivo a ser seguido por muitos que se identificam com a causa do ensino.
Na administração do Prefeito Antonio Joaquim, a ilustre professora foi homenageada com a construção de uma escola, à Rua Valter Zaidan, ostentando o seu nome.
A Câmara Municipal de Codó, também a homenageou, outorgando-lhe a Comenda do Mérito Codoense através da Lei n, 410, de 24/09/71. Esta grande educadora morreu no dia 18 de setembro de 1998, aos 86 anos de idade.
Trechos extraídos do livro “Escritos Avulsos” inédito. Autor Carlos Gomes da Silva.
Codó-MA, 19 de fevereiro de 2013.
Professor Carlos Gomes
5 Respostas
Ausente de Codó há mais de 40 anos, hoje morando nos Estados Unidos, sempre me vem na cabeça grandes lembranças desta grande educadora.
Justa homenagem!
Grandes lembranças. Parabéns Prof. Carlos Gomes da Silva, tb ausente de minha terra um pouco mais de 42 anos, faz um ano que visitei esta Terra, vivi a esperança de todos os jovem que estudou com a Profa. Carmita, no Ginásio Codoense, no longevo ano de 65/70 do século passado. Partir para vôo mais alto, creio que vencir.
* Pseudônimo
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Fiz o terceiro ano do ginásio em Codó n ano de1965 fiquei hospedado neste período na casa da professora, estudava no ginásio onde ela ensinava história, Professora Carmita era brilhante, uma notável e preciosoa mulher.
ESSA MAGISTRAL MESTRA CODOENSE FOI A MINHA TUTORA A PARTIR DOS MEUS TENROS 3 ANOS E MEIO DE IDADE, QUANDO ME ASSUMIU LOGO APÓS O ÓBITO DA MINHA AVÓ ANA E ANTE A IMPOSSIBILIDADE DE MINHA MÃE CARMELITA EM ME CUIDAR, POIS COMO MÃE SOLTEIRA OS ÓBICES, ATÉ MESMO PELA SUA ESTREMA POBREZA E A DISCRIMINAÇÃO PREVALENTE NA ÉPOCA E SEM APOIO DE QUEM QUER QUE SEJA E/OU DE QUALQUER INSTITUIÇÃO QUE NO PERÍODO, DIFERENTE DE ATUALMENTE, PARECIA INEXISTIR, SE TORNAVAM INTRANSPONÍVEIS, O QUE A FEZ ABRIR MÃO DE ME CUIDAR, QUANDO ENTÃO ENTROU EM CENA NA MINHA TRAJETÓRIA DE VIDA, A PROFESSORA CARMITA LAGO, SE TORNANDO A MINHA MÃE DE FATO E OUSARIA DIZER ATÉ, DE DIREITO.
FOI A MINHA SALVAÇÃO E TUDO O QUE CONSEGUI ATÉ AQUI, SE CONQUISTAS FORAM, DEVO A ELA.
HOJE, 17 DE OUTUBRO DE 2024, ELA COMPLETARIA 112 ANOS DE IDADE, SE AINDA ESTIVESSE CÁ, ENTRE NÓS.
CARMEM PALÁCIO LAGO, DINHA CARMITA, COMO QUASE TODOS A CHAMAVAM, MINHA HEROÍNA E MÃE, GRATIDÃO ETERNA E QUIÇÁ UM DIA, NOS REENCONTRAREMOS NO PORVIR.