Codó importante celeiro agrícola maranhense. Era produtor do melhor algodão do Estado, fator que levou o empresário luso-maranhense Emilio José Lisboa, com a participação de um grupo empresarial, a instalar em Codó uma Fábrica de Tecidos – a Companhia Manufatureira e Agrícola do Maranhão.
Foi contratado para montar a fábrica o engenheiro Palmério Cantanhede e João da Cruz Ribeiro, mais conhecido como João Ribeiro, um dos diretores, homem sensato, organizado, empreendedor, cabendo-lhe a tarefa de contratar o pessoal para trabalhar na empresa que se instalava.
Concluídas as obras desse grande empreendimento, que se iniciaram no final do século XIX, chegaram em barcaças e batelões rebocados pelos navios gaiolas as máquinas, os teares, roldanas e equipamentos outros, adquiridos na Inglaterra, os quais foram assentados por técnicos de alto gabarito, sob a coordenação do competente engenheiro Palmério Cantanhede.
Um dos grandes problemas a ser enfrentado logo no inicio, foi a falta de pessoal qualificado para trabalhar nos teares, nas caldeiras, também auxiliares de escritórios e outros. Não há o que se estranhar porque à época, Codó ainda era uma vila muito pequena, por essa razão, teve que abrigar dezenas de operários em geral, vindos de diversas localidades do Estado, para fazerem funcionar a Fábrica de Tecidos.
A sua inauguração ocorreu no ano de 1892. Codó, a partir de então, o progresso bateu-lhe à porta, o comércio em geral cresceu a cidade também; o povo agregou novos hábitos e costumes.
Inicialmente a Fábrica produzia o brim “Floriano”, o riscado “Itapicurú”, ambos de grande aceitação no comércio local, nas cidades circunvizinhas e fora do Estado.
Com o falecimento de João Ribeiro, em 19 de fevereiro de 1928, Sebastião Archer da Silva, que já trabalhava no escritório da Fábrica, desde 1908, assumiu o comando da empresa, como proprietário, por possuir a maioria de suas ações.
A Fábrica continuou trabalhando, inclusive melhorou a sua linha de produção, surgiram novos tecidos, dentre os quais, o brim “Tabu”, o “Algodãozinho” nas cores azul e vermelho e o brim “5R” que traduzido, representa as letras iniciais dos 5 filhos de Sebastião Archer: Renato, Remy, Ruy, Rute e Ronaldo.
Com o surgimento de novos produtos utilizados pela indústria têxtil, em substituição ao algodão, as fábricas de tecidos no Maranhão, viram-se obrigadas a encerrarem suas atividades, por não poderem competir com as congêneres do Sul do país.
Relaciona-se a seguir os seus diretores: João da Cruz Ribeiro, Carlos Alberto Ribeiro, Sebastião Archer da Silva, Dr. Remy Bayma Archer da Silva, Waldemar Pinto da Veiga, Zenita Bayma, Deolindo Luiz Rodrigues, Raimundo Guilhom do Amaral, Raul Serra Martins, René de Matos Bayma, José Merval Xavier Cruz, Fernando Guimarães Carneiro.
Era grande o número de empregados, operários e operárias, as humildes tecelãs, que tinham o apelido de “pipiras”.
O parque industrial construído pela Companhia Manufatureira e Agrícola do Maranhão contribuiu durante muitos anos para o desenvolvimento econômico do Município, na geração de emprego e renda a centenas de famílias, além de inúmeros benefícios que proporcionou à comunidade codoense.
Hoje, restam apenas os escombros do grande edifício que foi marco de um novo tempo para Codó e sua gente, mas ainda persiste no tempo a sua grande chaminé, que sendo vizinha da torre da Igreja de São Sebastião, continuam símbolos da FÉ e do TRABALHO.
Codó-MA, de abril de 2013 Prof Carlos Gomes
Fonte: CODÓ – histórias do fundo do baú – João Batista Machado – 1999.
20 Respostas
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muito bom o texto, como Francisco falou fica mais atraente e faz com que nós mais novos e outros que virão é bom saber o que a nossa cidade já ofereceu antes e temos muito mais coisas boas pra revelar ao nosso conterraneos.
Parabens Professor, que a cada dia Deus lhe enriqueça com sabedoria.
Francisco e Carol Silva, caros internautas, agradeço penhoradamente o breve comentário sobre o meu singelo texto “Paginas de Codó” (XIII) como surgiu a fabrica de tecidos em Codó.
Olá! estou fazendo um imenso trabalho à qual preciso saber ao certo qual foi o nome do primeiro engenheiro português que foi para o Codó para investir na primeira fábrica de tecido, mas ele acabou não dando certo e deixou a fábrica. Se souberem de alguma informação desde já eu agradeço.
Hoje, 1° de Fevereiro de 2025, foi com muita emoção e surpresa, que cheguei a esta página, e descobrir um pedaço da história do meu Avô Sebastião, juntamente com o resto da família, nessa memorável cidade de Codó…! Foi muito emocionante, Professor Carlos Gones, lembrar desses tempos…!
Muito obrigada…!
tambem comungo com a opiniao dos caros colegas. Acho inclusive que nosso querido professor deve urgetemente publicar um livro contato a historia de nossa querida Codo para que as futuras geracoes conhecam a origem e grandeza do seu povo.
Informações pequenas, mais de grande valor..
show, obrigado!
colocarei seu blog em meu artigo.
gostei das informações…
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Essa fabrica era pra ta na ativa ate hoje.
Adorei a matéria sobre meu avô Sebastião Archer da Silva. Meu pai Renato Archer contava muitas histórias…pena que tem pouco material.
Parabéns
Alexandra Archer
Olá! Gostaria de conversar com você para a produção do meu trabalho, meu livro sobre algumas pessoas que viveram em codó, será que tería como conversar comigo?
Gostei muito da matéria! Melhor ainda conhecê-lo pessoalmente em Codo! Obrigado pelas belíssimas explicações!
Bom dia Acélio!
Gostei muito da matéria acerca da fábrica em Codó. Chamo a atenção para o trecho do texto “A sua inauguração ocorreu no ano de 1892. Codó, a partir de então, o progresso bateu-lhe à porta, o comércio em geral cresceu a cidade também; o povo agregou novos hábitos e costumes.” Qual foi o impacto da instalação da fábrica sobre os hábitos e costumes da população? Caso você tenha material em mãos, e dependendo de sua disponibilidade, seria possível uma publicação a respeito?
Antecipadamente grato, Paulo da Trindade.
Este texto é de um senhor muito sábio chamado professor Carlos Gomes. Não tenho informações sobre vossas indagações, mas ele tem. infelizmente não tenho o celular dele, nem e-mail pois enviava estes textos por meio de outras pessoas (com e-mail). Desculpe-me.
Como os políticos mudam o rumo da nossa historia, o pior quando essa mudança é para pio, o nosso estado já foi primeiro mundo mais devido as, mas gestão dos políticos, o estado que concentrava as únicas fabricas de tecidos no Brasil o que era primeiro mundo foi caindo, segundo lugar com os políticos civis, depois com os políticos militares, outra vez com os civis da mesma família que levou o estado ao quinto mundo e tornando o mesmo no mais pobre da federação, em vez de trabalhar pelo desenvolvimento do estado levou o mesmo à miséria do seu povo, isto é Brasil, as fabricas mudaram para o sul do país que se desenvolveu e continua desenvolvendo ate hoje, esses políticos continuam enganando o povo e só há dois anos o progresso começou engatinhar e quem sabe se o povo não se deixar ser enganado novamente talvez daqui a quinze ou vinte anos nós saímos dessa situação atual.
Concordo com você Adalberto.
O artigo propunha conhecimento da história de Codó, gostei professor Carlos Gomes, se me permite sugerir propunha um outro sobre “os pipiras” assim chamados os trabalhadores dos quais foram aqueles que se empenharam para fazer com que a Fábrica fosse cada dia aquecida pelo motor do progresso.
Acelio, parabéns por sua matéria.
Vc tem mais informações sobre a fábrica?
Gostaria de saber como as máquinas chegaram a Codó, quem as trouxe, quem as montou.
Vc tem esses detalhes ou mesmo sabe onde posso encontrá-los?
Um abraço e muito obrigada!