Os microfones foram abertos para a participação popular quando da passagem da sessão itinerante na Palmeira do Norte (Lagoa da Onça). A TV Cidade mostrou o discurso de um lavrador chamado Eduardo Lima, simples, direto e verdadeiro.

CARREGADO NA REDE

Seu Eduardo contou que a maior vergonha da vida dele foi ter visto um amigo doente sendo carregado numa rede até a estrada onde passava carro porque de onde vinha não havia a menor possibilidade de tráfego.

“Eu nunca me esqueci de um cidadão morador, meu vizinho, trazido bem pra cá pra entrada na rede  eu não me esqueço disso, foi a maior vergonha que eu já passei na minha vida”, disse no trecho exibido ontem (30) pela TV

A reportagem não disse à que povoado da Trizidela seu Eduardo pertencia, mas lá, além de posto de saúde, falta estrada (como podemos observar no caso do doente carregado na rede como ocorria  no século passado) e energia elétrica.

SÓ UMA CISTERNA

O agricultor foi bem enfático – disse que a única coisa que chegou à localidade foi uma cisterna (programa Água Para Todos, Governo Federal) distribuída pela prefeitura.

“Será que nós tem direito de beber uma água fria, nós não temos direito de assistir a imagem de uma televisão? Nós estamos isolados do mundo (…) nós não podemos assistir nenhum evento esportivo do mundo…O PRINCIPAL PROBLEMA DE VOCÊS É A ESTRADA? E a energia, nós não tem água todo dia pra beber, nós não tem benefício nenhum do governo Federal, do estadual, nem do municipal. O único benefício que nós recebemos foi um cisterna” reclamou-se

PUXADO PELO BEIÇO

Em seu discurso, o lavrador deu um puxão de orelha nos vereadores que abdicam de seus deveres para ficar o tempo todo batendo palmas para o prefeito.

Eduardo Lima foi duro e disse, na lata dos homens de paletó,  que vereador não é pra ficar ‘puxando saco’ (foi este o termo usado) de prefeito e que, na opinião dele,  prefeito é pra ser puxado pelo beiço.