Nelson Mandela, o Madiba, carinhosamente apelidado pelo seu povo, não foi apenas um teórico da política, foi também um pensador da educação. Aliás, ele concebia a educação como um processo libertador e profundamente revolucionário.
Dotado de uma densa capacidade e um conhecimento histórico da realidade humana atreveu-se a desbravar o campo da ciência educacional. E é a partir de uma reflexão sua que buscarei aprofundar o sentido por ele definido e, assim, ele conceitua a educação: “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”.

Não sei em que período de sua intensa e conturbada vida de militante social e político – talvez na prisão enquanto estivera preso por 27 anos – elaborou esse conceito primoroso sobre educação, mas o fato determinante a ser esmiuçado é o desmembramento desse conceito para nossa acanhada realidade sociocultural.
É a partir desse discurso tocante que tentarei esboçar uma convergência dialética, a priori, para a formação intelectual do indivíduo enquanto ser social inacabado com necessidades e carências. A ideia de uma educação com qualidade pressupõe, antes de tudo, uma formação intelectual do indivíduo (ou sujeito histórico autônomo) baseada em sua realidade social. E pensando nessa importante causa, tomei a liberdade de, deliberadamente, apossar-me da reflexão de um dos maiores ícones e ativista político do século 20, para alargar sua idéia basilar sobre educação.
Antes, de iniciar meu argumento, faço uma significativa provocação: qual é o preço que paga aquele que decide lutar por uma causa tão nobre? Respondo: certamente, um preço bastante alto. O exemplo de Mandela é um caso típico dessa atitude ousada. Poderia citar outros notáveis exemplos de teóricos brasileiros que souberam com irrefutável desenvoltura lutar por seus ideais.
Pois bem, passemos ao epicentro desse debate fundamental: a ideia de educação como instrumento elementar na e para a promoção da cidadania e, ao mesmo tempo, peça indispensável para o desenvolvimento da humanidade em suas diversas facetas.
Vamos especular com esmerado cuidado o pensamento acima citado e tirar dele algum aprendizado prático e concreto.
Primeiro ponto a ser observado em sua assertiva é que o princípio fundamental gira em torno do sujeito em querer ser a ferramenta dialética caracterizada pela multifuncionalidade social. O seu ponto de vista vai forjando os alicerces necessários para a formação intelectual do sujeito a ponto de colocá-lo frente a frente com a realidade totalizadora e, desse modo, tal sujeito seja capaz de identificar um fato de ordem econômico, social, político, cultural posicionando-se por si mesmo; ou seja, tal sujeito sendo o próprio condutor nas decisões e não abjetamente mera reprodução de um processo manipulável.
Quando um determinado sujeito consegue imprimir um posicionamento de forma independente e que, contraria interesses estranhos aos seus, podemos perceber claramente a percepção intelectual desse sujeito rompendo com o comum e o vulgar.
O argumento proposto por Mandela evocando o sujeito a transformar ‘a educação numa arma poderosa’ ele simplesmente institui aquilo que é um direito natural de todo homem que se relaciona e vive socialmente, instiga o homem a se apropriar do saber, do conhecimento e a ter um sentido de luta por uma condição social melhor e de forma permanente, sem, contudo, enxergar apenas uma perspectiva transformadora. Ele propõe um novo paradigma pautado no multiculturalismo.
O sujeito precisa tomar consciência de si enquanto unidade social que se relaciona e convive com o outro em diferentes ambientes e situações. O sujeito dotado de saber e de conhecimento nunca ficará sob o jugo do sistema autoritário e nem tampouco se submeterá a um regime de opressão e exploração silenciosamente.
Na verdade, o homem que consegue ultrapassar os limites impostos pelo sistema autoritário (a sociedade pós-moderna é uma sociedade caracterizada pelo autoritarismo ideológico de classe, pois, o mercado invisível é que impõe e determina aquilo que é ‘bom’ e aquilo que não é ‘ideal’ para a sociedade consumir) tende a usufruir melhor de sua liberdade em todos os sentidos.
Mas até que ponto a liberdade é liberdade? Será que existe liberdade em toda sua plenitude sob o prisma da educação, da cultura, da economia, da filosofia? E o que nos diz as ciências humanas e sociais como a Sociologia, a Antropologia sobre liberdade humana?
Mandela é enfático quando infere a segunda parte de seu argumento afirmando ou dando uma quase ordem: “que você pode usar para mudar o mundo’. Aqui, ele tem particular interesse que o sujeito ou, o homem, torne-se um ser dialético em sua totalidade. Isto, de fato, implica uma correspondência mútua entre o sujeito e sua trágica realidade social. O sujeito como agente/interventor deve aprimorar sua condição teórica para compreender de forma ampliada a realidade-local e a realidade-mundo. São dois instrumentos interligados.
Não basta apenas conhecer a micro realidade é fundamental alargar sua capacidade e compreensão teórica e isso requer, de um lado, aprofundamento nos estudos dos mais variados campos sociais e, de outro, a cultura e sistematização de pesquisas cientificas visando a resolução de problemas de toda ordem. É nítido que, para propiciar uma mudança nas estruturas sociais vigentes a passos largos torna-se imprescindível a ruptura com o tradicional modus operandis do não-fazer e do fazer inconscientemente. Urge, por conseguinte, que haja uma alteridade nas relações de poder.
Penso que, a cultura do novo requer o rompimento com o modo caótico de como se comporta os responsáveis pelo processo educacional em sala de aula. Reciclar e atualizar são apenas institutos que fazem parte do processo ensino-aprendizagem e que, quando postos em prática reduz-se os indicadores educacionais – pelo menos é a lógica expressa em sua didática formal.
Descortinar de maneira mais detalhada a idéia de educação vislumbrada por Mandela é trazer à luz do debate elementos como o multiculturalismo e o Conhecimento Complexo teoria proposta por Edgar Morin e que fica para outro momento.
Vixe, …………….. voltou!
Rapaz, tu num sabia que o apelido dele sempre foi “manequim de cemitério”? Ele num zanga não. Nos desfiles no Guarapary, só dava ele, tem até fotos.
TA RINDO DO QUE??? JACINTO PELA ADMINISTRAÇÃO DE M…….QUE VC FEZ, DEVERIA ERA CHORAR