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Ao ler o comentário de um assíduo freqüentador do Blog do Acélio Trindade em que faz referencia a mim, fiquei excessivamente extasiado com o seu impressionante nível cultural. Diante disso, detive-me por alguns momentos refletindo sobre esse aspecto e decidi, então, apresentar ao ‘indomável crítico’ e ‘verdadeiro marxista’ (com M minúsculo), o genuíno sentido da categoria empregada por ele no afã de classificar-me sociologicamente.

Devo confessar: realmente ainda estou embriagado por sua profundidade teórica; é um gênio, permita-me tomar emprestada tal afirmação de Engels ao definir Marx quando de sua revolucionária concepção materialista da história. Creio que Marx nesse instante está se revirando em sua sepultura – 130 anos depois – por conta do avassalador poder de síntese e interpretação do ‘indomável crítico’.

Professor Jacinto Junior
Professor Jacinto Junior

Vejamos o que o ‘indomável crítico’ e ‘verdadeiro marxista’ pontua com determinação o gritante equivoco no que tange à categoria “maximiano alienado” (sic!): “Calma gente isso só são palavras de um MAXIMIANO(como dizem os sociólogos que diferenciam os verdadeiros Marxistas) alienado que utiliza palavras difíceis para querer mostrar que é culto perante algumas situações”. Esta frase é sintética e representa a totalidade de seu profundo conhecimento e intimidade com a concepção teórica marxiana.

Primeiro ponto, o eloqüente e arguto comentarista incorre num erro primário e até mesmo infantil, quando escreve a categoria de forma errônea (o termo ‘MAXIMIANO’ não existe no conceito marxista enquanto sistema teórico, ele pode sim, ser trabalhado na área da administração), contudo, no corpo teórico marxista jamais. Por isso, reafirmo que, o ilustre aprendiz de filosofia e política, precisa estudar com maior afinco o sistema marxista, para conhecer com propriedade algumas de suas categorias – especialmente, a alienação. O termo correto é escrito assim: MARXIANO. Note bem meu caro aprendiz e não erres mais (permita-me, aqui, dizer-lhe com toda humildade: não tente ser o que não é; e, principalmente, não aparente saber o que não sabe; isso constitui um erro grasso e estúpido!).

O homem que pretende ser uma projeção intelectual necessita dedicar-se inteiramente ao estudo e à pesquisa e, dessa forma, adquirirá conhecimento cientifico. Ele deve ter consciência de si e do mundo de tal modo que o seu pensamento o retrate e o simbolize enquanto sujeito histórico-crítico e sua historicidade, certamente, o colocará em evidência naturalmente. Não há necessidade de impostação! Na verdade, a impostação constitui-se numa horrenda falácia!

Segundo ponto, o fato de mencionar a categoria alienação não implica dizer que a compreende na mesma proporção que tenta demonstrar um vasto domínio do sistema marxista, entretanto, percebe-se a superficialidade de todo seu monocromático argumento. Mas, mesmo assim, terei o prazer de expor alguns pontos esclarecedores a respeito dessa fundamental categoria no contexto do sistema marxiano.

Falar de alienação nos obriga a voltar na história – especialmente, ao século 19 -, na década de 1840, quando a Alemanha prussiana é sacudida por uma tendência denominada esquerda hegeliana – composta por Ludwing Feuerbach (1804-1872), Bruno Bauer (1809-1882), Edgar Bauer (1820-1886), Max Stirner (1806-1856), David Friedrich Strauss (1808-1874), Arnold Ruge (1802-1880), August Von Cieszkówski (1814-1894), Karl Marx (1813-1883), Friedrich Engels (1820-1895) e outros -, que criticavam o sistema idealista hegeliano. Hegel (1770-1831), nesse período era o centro da polêmica; pois, sua teoria tinha no Estado Absoluto sua centralidade. Não farei uma exposição individual de cada autor e sua respectiva critica ao Idealismo hegeliano, pois, seriam necessárias muitas páginas e, pelo visto, as nossas Universidades Públicas e Faculdades Particulares estão formando verdadeiros “preguiçosos intelectuais”, com uma profunda aversão à dialética – mas, é mister fazer menção a esses inauditos intelectuais, objetivando provocar uma reação positiva em relação ao papel social de crítico (como propõe a si mesmo), pois, a crítica não é apenas rabiscar besteiras e achar-se o detentor do ‘bastião do saber’ -, porém, utilizarei alguns pontos para associar o seu inadequado comentário – és especialista nisso – sobre o conceito “Maximiano alienado”.

Partamos do discrepante comments apresentado pelo ‘indomável crítico’ e ‘verdadeiro marxista’ e, neste sentido, rebato afirmando que não há uma conexão plausível entre o que rabiscou e ao que leu, portanto é uma:

1.     Sacrossanta ingenuidade inferir uma categoria que não tem nenhuma conexão como o objeto em questão: o artigo publicado e o seu conteúdo.

2.    A tentativa de inserir-me sociologicamente num contexto falso e imaginário demonstra a incapacidade teórico-reflexiva do ‘indomável crítico’, em fazer análise de cunho político, sociológico, antropológico, cultural e etc. Dito de outro modo, o ‘indomável crítico’ ainda precisa acurar sua visão teórica e aprofundar seus estudos no campo das ciências sociais e humanas – particularmente sobre o sistema marxista – para poder emitir com palatável precisão e habilmente um ponto de vista denso e coerente. Além disso, para confortar-lhe o ego afirmo que precisas crescer interiormente e internalizar a teoria marxiana com vista a um debate maduro, sensato, equilibrado e sustentado na dialética.

3.    Evite comentar por comentar. Tal procedimento não o eleva em absoluto ao ponto de uma projeção satisfatória. A projeção não se conquista somente lançando farpas infelizes e bobagens; o ponto consiste no equilíbrio da razão em ser adequada ao fato, nunca ser por ser por não ser nada. A dialética sintetiza nossa razão em três fases, só precisamos descobri-las e torná-las concretas. Agora, com um posicionamento ambíguo e descabido não é possível construir uma crítica efetiva e consistente. Seus comments precisam ter substâncias e estejam cercados de boas inclinações teóricas.

4.    É visível a ira transbordante que irrompe em cada palavra e vírgula escrita pelo ‘indomável crítico’ e ‘verdadeiro marxista’. Falta-lhe, na verdade, bom senso e preparo; maturidade e juízo de valor, ética e honestidade intelectual. Seu comments é uma clara singularidade: ausência de neurônios.

5.    O ‘indomável crítico’ ousa querer ser o ‘iceberg da cultura’ ao frisar minha incapacidade reflexiva chamando-me de alienado. Mas, ante essa assertiva marxiana retruco: o sujeito que é capaz de rabiscar com tamanha habilidade textos e discorrer sobre fatos merece essa pecha mesmo? Ou, o que por trás desse discurso malbaratado encontra-se uma tensa e forte intolerância de vossa parte em relação ao meu posicionamento teórico? Aliás, hás de convir que pela tonalidade  como tens se comportado diante de meus textos; verifica-se fortes evidencias autoritárias e manifestações de vilezas; repito: respeite a individualidade e mantenha-se exclusivamente ao fatos.

6.    O vosso comportamento desnuda sua fragilidade intelectual, ao mesmo tempo, revela uma indômita vontade de ser um sujeito capaz de açambarcar conhecimentos em áreas que não é de vossa alçada; isto sim caracteriza o nexo elementar entre o saber e o não-saber dialético. Precisas antes de tudo ter humildade e compreender a dimensão política e social do processo alienador, inclusive, de forma subjetiva. Ó ‘indomável crítico’ reconheça tal realidade e procure atualizar-se. Não vo-lo desmoralizarei no sentido humano, contudo, teoricamente, devo rechaçá-lo por intentar um posicionamento repleto de falhas e desconectado da realidade.

7.    Ao fazer referencia à minha estada na SEMED já está FEDENDO (perdoe-me a expressão vulgar e anti-acadêmica), procure outro argumento para balizar suas imprecisas impressões; igualmente, ressalto: mas tenha cuidado, pois, se não o fizer bem feito, eu o farei em sentido inverso. Ó ‘indomável crítico’ e ‘verdadeiro marxista’, sensatez é um caminho espetacular, solidifica a convivência humana numa esfera de reciprocidade mútua e denota sua impiedosa força e constrange a violência seja ela moral, ética e profissional.

Mas, considerando ainda seu ponto de vista míope e letal, consagrarei apenas mais um incisivo argumento: Pensar uma categoria na dimensão histórico-dialética é preciso antes de tudo, conhecer sua gênese e estrutura. Faça isso! Será o primeiro passo essencial para romper com a naturalização dos fatos sociais que permeia vossa inconteste visão míope reprodutiva burguesa. Sem dúvida, o conceito MAXIMIANO tão mal focado por vós, não representará absolutamente nada em sua essência; conquanto a categoria marxiana, inversamente, simbolizará a essência fundamental para a ruptura do sujeito em relação à alienação social, e quem sabe, assim, vós poderdes vos libertar das amarras e grilhões alienantes que pesam por sobre vossa pesada iconoclastia.

2 Responses

  1. Meu amigo, você com esse espantoso conhecimento perdido aqui em Codó. Não sei o motivo dessa demonstração de domínio intelectual o que sei era que você deveria ter usado toda essa teoria na educação de Codó quando o senhor era secretário de educação. Talvez esse seja o problema dos nossos gestores muitos discursos e muitas palavras pomposas, mas pouca ação… práxis

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