Poucos conhecem a história do PT em Codó. E muitos são aqueles que, a priori, em nome do que não sei e, do que não sabem; expõem suas argumentações sobre as inclinações gestadas no interior do PT e, assim, pretensamente pressupõem entenderem algo em torno deste que foi o mais singular partido da América Latina e em Codó tornou-se a vedete mais cobiçada e aliciada por todas as forças conservadoras e reacionárias. Não com o espírito de respeitá-lo, mas, de descaracterizá-lo; em torná-lo igual aos outros.

Devo dizer que, a história do PT se mescla à minha história e à minha militância, diria mais: é uma espécie de fusão entre o sonho de um homem e a identidade programática de um partido diferente a ser edificada estruturalmente numa perspectiva democrática, socialista e revolucionária.
Este ano, o PT completa 24 anos de existência em nossa cidade. Tive o orgulho de ser um dos primeiros fundadores. Lembro-me do primeiro momento de contato com os representantes da Direção Regional: Fernando Cintra, João Castelo, Waldemar Ter, Rogério Alves dos Reis e outros. Encontro memorável naquela tarde de domingo na sede do Centro Operário Codoense, em 1989 no mês de abril. Assistimos a um vídeo K7, que contava a história de luta de um operário retirante do Nordeste – Lula – na Vila Euclides e a fundação do PT no Colégio Sion – São Paulo. Aquele encontro marcou profundamente minha vida, pois, conheci a história de Lula. A partir daquele momento tornei-me um petista apaixonado pela luta política e social. Tornei-me um militante fervoroso e aguerrido. O ano de 1989 foi um ano marcado pelas primeiras eleições presidenciais depois da derrota do entulho autoritário em nossa nação.
O PT em Codó como em nível nacional sonhava com Lula no comando deste país. Contudo, o sonho fora abortado por três vezes, e a esperança foi vencida pelo medo. Apesar da manipulação que mais tarde é revelada o povo não perdeu as esperanças. O PT em Codó passou por várias etapas e conseguiu sobreviver a todas elas à duras penas. Recordo-me, também, de um fato muito singular que ocorrera durante a nossa campanha presidencial e que passo a relatar para que fique registrado nos anais do partido. Numa quinta-feira (2/11/1989), nos deslocamos para fazermos uma palestra na periferia Codó Novo. Saímos da residência do Raimundinho, como sempre fazíamos, nesse período o PT era um verdadeiro Coletivo de militantes desbravadores.
O carro que usamos para levar o material foi do Ribamar do ‘Gás’, hoje, advogado. Ao chegarmos à praça central (Bayma Serra), preparando o nosso material, começou a se aproximar várias pessoas curiosas para saber o que estava acontecendo e, de repente, quando aquela quantidade de pessoas soube que era uma apresentação da propaganda política do PT, do Comunista Lula, a reação foi de agressão e ameaça, inclusive, tentaram nos apedrejar, fomos salvos da agressão por intermédio de um ancião que observava toda a movimentação de um banco, por ser conhecido no local os agressores se retiraram e, assim, pudemos fazer nossa divulgação. Portanto, sou da época em que não se podia nem pronunciar a palavra Lula ou PT, onde ninguém queria ser petista; pois, era sinônimo de comunista que ‘comia cabecinha de criança’, era sinônimo de balbúrdia, confusão, briga.
Lembro-me, também, de alguns companheiros daquele período: Raimundinho do PT, Edna Maria, Raimundinha do PT, Roberto – o ‘locutor’ -, Edivaldo, Graça Rodrigues, Dr. Valci Cortez, Conceição Cruz, Edvaldo Mouzinho, Sr. Afonso – já falecido – nossas homenagens póstumas -; Clemilton Galvão e o seu violão cantarolando e musicando para o povo e a Socorrinha – também falecida e ex-esposa de Clemilton, Antonio Barros e tantos outros. Esta é uma justa homenagem que presto a todos os homens e mulheres que se entregaram e se dedicaram a uma luta política e social em nome de um povo e de uma causa nobre sob a bandeira de um programa do PT. Tal luta ainda continua, não terminou, pois, o PT ainda não conseguiu chegar ao poder local e realizar sua proposta democrática de governo.
A década sucedânea é promissora o PT cresce e começa a penetrar nas diversas camadas sociais. A década de 2000, a partir de sua segunda metade começa um processo de desconstituição e auto-aniquilamento. A direção partidária é repassada para um sindicalista e, este, renuncia a filosofia interna e, logo em seguida, passa a se aproximar de outro sindicalista de fama temerária e de postura duvidosa. A união dessa dupla sindical consolida a unidade do grupo contra a ala dirigida por mim e pelo Raimundinho e o choque fora inevitável. A princípio a disputa interna não ultrapassou os muros do PT, contudo, a disputa foi crescendo e ganhou dimensão maior tornando-se pública, então, o PT não tinha mais como evitar tal fato internamente.
Nesse processo a ala comandada pelo dirigente sindical e, agora, presidente do partido se amplia numericamente, pois ele é ajudado sistematicamente pela ala de Conceição Cruz. Das disputas ocorridas pelo instrumento democrático de 2001, 2005, 2007 – um detalhe: no PED de 2007, conseguimos derrotar o candidato do sindicalista com uma diferença de um voto, contudo, logo na seqüência, fomos traídos pelo presidente que havíamos colocado à frente do PT -, 2009 e, agora, 2013, a ala dominante do PT pós-moderno sempre apontou o caminho e a direção que iria percorrer, assim, foi em 2004, em 2008 e, recentemente, 2012; todas essas articulações demonstraram a desestabilização, o desequilíbrio, o interesse individual de cada membro da direção e a incapacidade política dos dirigentes petistas marcarem as estratégias lógicas para consolidar o projeto político reformista do PT em Codó, porém, tal lógica sofreu um duro golpe.
Por conta disso, a tensão foi sempre forte interna e continuará ressoando com repercussão nos quatro cantos da cidade de forma negativa. Aos olhos da Direção parece que o PT permanece como partido virgem em sua filosofia, que não possui nenhuma mácula em sua ideologia; o fato de estabelecer alianças não o impele a realizá-las de qualquer forma e sob qualquer guarda-chuva partidário de conotação neoliberal. Esses foram os grassos erros irremediáveis para sentenciar a morte política da legenda do PT. Somente uma nova geração inteira e comprometida com a ossatura ideológica será capaz de proporcionar ao PT uma nova roupagem, caso contrário, se permanecer os atuais ‘negociadores’ e ‘experts’ a tendência natural é implodir definitivamente a legenda vermelha, causando desta forma, a fossilização de um partido que não experimentou a saudável virtude de administrar o aparelho de estado de forma democrática, coerente e transparente.
Volto a alertar o PT: se permanecer o atual modelo de aliança tática e a correlação de forças internas – sob o espectro ideológico -, o véu será completamente rasgado e não servirá para mais nada, isto é, ou, o PT retoma sua forma original de luta política, ou, então, deixará de ser a possível alternativa futuramente. O pragmatismo político está liquidando com a credibilidade do PT. O processo de dilaceramento interno produzirá a derrota inegável do PT enquanto partido de mudança. O culto ao capitalismo e a demência ao retrocesso constitui pólos simétricos que darão a medida correta para a fragilização ideológica cada vez mais intensa dos representantes do PT em Codó. Para salvar o PT só há uma alternativa: deixar de ser uma sombra e um trampolim político para alimentar a insaciável sede de poder da burguesia local.
O que fora sonhado a partir da fundação do PT em Codó, praticamente, virou pó e pesadelo! A sociedade codoense já não acredita mais nos dirigentes petistas que contribuíram para sua bancarrota ideológica sem, ao menos disputar com autonomia o poder político. As ideias e as propostas progressistas foram alijadas, condenadas ao silêncio em favor do bel-prazer daqueles contorcionistas e malabaristas a-políticos que defendem a destruição completa do PT.
Não concordo com essa atitude e nem tampouco com essa estratégia equivocada. O PT é muito maior do que todos nós juntos! Os ‘negociadores e experts’ precisam entender que o modelo tático de alianças adotado por eles não forneceu benefícios ao partido e, especialmente, à comunidade codoense.
Estou sendo criticado injustamente por algumas pessoas que, a principio, não as conheço pessoalmente, no entanto, gostaria de externa e tornar público a respeito do discurso que tem sido sistematicamente disseminado na mídia, de que não pertenço mais ao quadro partidário e não posso, por isso mesmo, pronunciar o nome dessa legenda. Devo alerta aos meus detratores e inimigos pessoais, de que há um processo correndo na instancia imediatamente superior (Estadual) para ser analisado e, certamente, até o momento da realização do PED obterei uma resposta, seja positiva ou negativa; mas, o fato a ser considerado é que, apesar de ter sido “excluído” (coloco entre aspas, para chamar a atenção sobre o modo como fora feito os tramites com a anuência da Direção Municipal) arbitrariamente, usei do amplo direito de defesa considerando o nosso Estatuto e, sobremaneira, a Carta Magna que me assegura tal direito. Vamos aguardar a decisão!
O pragmatismo político do PT pós-moderno utilizado pela Direção como recurso essencial para o crescimento da legenda transformou-se num instrumento torpe. Ele tem gerado certa confusão na relação estabelecida conferindo-lhe um defeito: circunstâncias imprevisíveis no contexto desenhado. O que parecia ser íntegro e intacto na ótica pragmática dos petistas pós-modernos acabou se desintegrando e se dividindo. Na verdade, instaurou-se uma espécie de insurgência medíocre e efêmera. O pragmatismo político pseudopetista pós-moderno é a síntese do oportunismo danoso.
O resultado do PED no dia 10 de novembro de 2013 será um momento que indicará uma possível mudança de grau no sentido horário.
Caso o PT pós-moderno (o PT submisso e dependente da elite burguesa da extrema direita) saia vitorioso, o modelo de alianças continuará e, provavelmente, provocará mais prejuízo do que propriamente benefícios. Mas, afinal, o novo PT que quer emergir – ante tal turbulência negativa – sob uma nova perspectiva está nas mãos dos filiados.
O comportamento pragmático dos petistas pós-modernos engendrou um caldo cultural político pautado na crença das alianças pontuais com os setores conservadores e, isto, tem decisivamente contribuído para uma projeção teórica extremamente prejudicial e estereotipada. Refuto veementemente tal estratégia, pois, ela carrega uma profusa incerteza capitaneada pelo egocentrismo dos ‘negociadores’ e ‘experts’ e, como resultado desse caldo cultural frêmito acalentado, fervorosamente, evoluiu para a supressão da legitimidade e a conseqüente exclusão identitária petista.
Por mais que tenho sido criticado por elementos que desconhecem a nossa história e a do PT, permanecerei acreditando na possibilidade de reescrever a história desse partido ou, pelo menos, retornar aos seus quadros com dignidade e cabeça erguida, redimido de uma ação maléfica, incongruente, descolada da verdade. A verdade insurgir-se-á no momento oportuno, acredito sim, no bom senso da instância imediatamente superior e, particularmente, numa decisão equilibrada, justa, equânime e sem influência de terceiros.
11 Respostas
Caro Che Guevara de Shopping Center, gostaria de saber porquê vc foi expulso desse partido que tanto idolatras.
deus Cérbero é uma pena que, apesar de tanta vigilância ao oráculo (Portal do Acélio) tenha, efetivamente, se furtado de acompanhar essa discussão sobre a minha “expulsão” do PT. Continue a vigiar o oráculo talvez você consiga enxergar a mantra posta sobre vossos olhos e as várias cabeças! Obrigado.
Agora o homem endoidou mesmo.
Alto lá ! Respeite o Che Guevara. Ele pode ser o Che Q vara. Nunca o Nosso líder revolucionário. Respeito. O Jacinto é um excluido por sua traição aos principios. Vai morrer em Codó como um aj da vida,um s…,z…,joao. Ele escolheu um lado: dos mortos vivos.
O Jacinto esqueceu o momento em o mesmo saiu do PT para fazer política com Dr. Antonio Joaquim.Também esquece quando negociou com o FC o apoio a Zito.
Outro fato na vida do Jacinto que ele mesmo não escreve é sobre a chegada dele na secretaria de educação, onde tudo foi articulado na clandestinidade, nos porões dos conservadores que hoje ele ataca.
Também, por que o Jacinto não fala nada sobre o vereador Dominguinhos do PT, que nunca defendeu as bandeiras do partido na Câmara? Por que o Jacinto se cala diante da aliança do PT com a oligarquia Sarney?
O pior de tudo isso é que o candidato que o Jacinto ataca nesse artigo é o …., que tem o apoio do Dominguinhos, do Geziel e do Zito.
Diante disso, o Jacinto é o menos indicado par ter credibilidade em criticar qualquer membro do PT de Codó, pois ele foi o que mais traiu as bandeiras do partido.
És de fato,um alienado. Repito, precisas conhecer a história do PT. Criança bobinha!
Essa tal de fidelidade partidária, que todos dizem ter, na verdade um querendo ser melhor que o outro.
FIDELIDADE COM POVO? “NUNCA QUE TEM”
O povo é quem vota, fidelidade tem que ser feita com nós eleitores.
O ex-presidente Lula…
“Mesmo o Partido dos Trabalhadores, que ajudei a fundar e que tem contribuído muito para modernizar e democratizar a política no Brasil, precisa de uma profunda renovação. É preciso recuperar suas ligações diárias com os movimentos sociais, oferecer novas soluções para novos problemas, e fazer as duas coisas sem tratar os jovens de forma paternalista”, diz Lula.
Em Codó tbm o PT “precisa de uma profunda renovação”
e essa renovação vai ser no PED dia 10 de novembro de 2013
(Cerka presidente)
AINDA VAI,AINDA VAI,AINDA VAI,JOGUEI OS BUZIOS,MINHA FILHA E VAI DA MAGNO DO PT,SE NAO ACONTEÇE,IREI VIRAR MEUS TAMBORES E DEIXO CODÓ PELA PARAIBA,O MINHA MAE OXALÁ ME SEGURA PAI
caro amigo Claudio vc. foi muito preciso em seu comentário… Ex petista (aloprado) Jacinto Jr. não tente subestimar as pessoas.
Lucinete, te admiro muito, mas ainda tem tem tempo para refletir. prete atenção, não voto em….até para abrir a boca o Cerka, pede autorização ppara oo DR. Yuri …. Correia