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Alunos  do Centro Quilombola de Formação por Alternância, mantida pela Rede Estadual de Educação, localizado na comunidade de Santo Antonio dos Pretos, zona rural de Codó, chegaram por volta das 15h de ontem (11) na sede da Unidade Regional de Educação (praça da Bandeira).

Eles vieram com um único propósito – reivindicar alimentação para cerca de 80 estudantes que cursam o ensino médio no centro.

Na pedagogia da alternância, eles ficam 15 dias  na escola e 15 dias aplicando seus conhecimentos na comunidade rural de origem. Na última segunda-feira (10), quando chegaram para iniciar mais um ciclo quinzenal depararam-se mais uma vez com a falta de alimentação.

“Iniciamos uma alternância ontem (10/segunda-feira) ao meio dia sem alimentação e nós passamos apenas 24h na escola e fomos liberados por falta de alimentação. Isso é coisa que vem ocorrendo já desde o ano passado com a gente e nós agora resolvemos nos reunir, enquanto alunos para reivindicar os nossos direitos”, disse a estudante Ruth Sousa

COBRANDO DIREITOS

Como ficam internados, precisam de cinco refeições diárias incluindo café da manhã e o lanche da tarde.

Diante do fato de que  foram dispensados com a desculpa  de que haveria um projeto pedagógico na escola de uma semana, que acabou durando apenas um dia, 30 alunos arrumaram bolsas, mochilas e malas e vieram para a cidade cobrar diretamente à gestora regional de educação, professora Rosa, alguma providência.

“Trouxemos nossas bagagens, estamos acampados aqui. Já tivemos uma reunião com dona Rosa (gestora regional) e já encaminhamos algumas coisas, mas o nosso foco principal agora é alimentação. Então, ela falou que haveria alimentação amanhã (quarta-feira), que iria ser feita a compra de alimentação e seria mandada, ela sugeriu que nós nos deslocássemos para a casa de parentes, amigos, mas aqui nós somos de longe, nós não temos onde ficar e decidimos ficar aqui mesmo”, disse

DORMINDO NO CHÃO/ COMENDO ESPETINHO

O blogdoacelio esteve visitando os alunos por volta das 8h da noite de ontem (11), após telefonemas convocando nossa presença para denunciar a situação. Presenciamos manifestantes fazendo a famosa ‘vaquinha’ para comprar espetinho para a janta. Eles também obtiveram ajuda do Simproessema ( professor Jean Pierry) e do Sindsserm ( na pessoa do prof. Antonio Celso Moreira).

Irritados com a situação, nos garantiram que só desocuparão a Unidade Regional quando o caminhão estiver na frente dela cheio de alimentação já com o motor ligado rumo à comunidade de Santo Antonio dos Pretos.

“Daqui nós vamos sair com alimentação, o carro sai com alimentação na frente e nós vamos atrás, se isso não ocorrer nós ficaremos aqui hoje, amanhã, depois, quanto tempo for preciso nós só saímos daqui com o que nós temos já direito porque nós não podemos nos deslocarmos de nossas casas pra tá numa escola passando necessidade”, concluiu Ruth

Os alunos do Centro Quilombola dormiram no chão da Unidade Regional de Educação.

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