A situação de Codó em termos de recursos financeiros para a Educação é das melhores do Maranhão.

Levantamento apurado nos sites do Governo Federal que disponibilizam repasses aos municípios mostra o montante de encher qualquer olho magro e de matar de inveja qualquer olho gordo.

De janeiro a setembro deste ano, o governo Descuidando de Nossa Gente recebeu em seus cofres, apenas do FUNDEB, a lapada de R$ 44.046.795,70 (olhe de novo e reveja a quantia para não achar que está lendo errado – SÃO  R$ 44.046.795,70  ).

Se considerarmos que 40% deste valor é para ser usado em investimentos de melhoria das condições do ensino-aprendizagem o que inclui a construção de escolas, só este ano nós teríamos em caixa a ‘lapadona’  de R$ 17.618.718,28.

Quantas escolas você, enquanto administrador de Codó, construiria com  quase 18 milhões?

Você eu não sei, mas o prefeito Zito se já fez alguma não divulgou e se divulgou ninguém ficou sabendo. O vereador Leonel Filho, por exemplo, defendendo o governo na última segunda-feira (7)  falou em 126 salas de aula na administração todinha (5 anos) – escola completa nada.

 A desculpa da falta de dinheiro está sempre galopando à frente da Secretaria de Educação quando o governo é acuado pelo Ministério Público Estadual ou pelos poucos ‘pelegos’ da edilidade que rosnam manso lá pelas bandas do parlamento.

MAIS DE DOIS ANOS DE SOFRIMENTO

Prova disso é a triste realidade enfrentada há 2 anos e 4 meses por alunos da escola de Mata Virgem, região de Cajazeiras.

Ontem (8) nós visitamos a comunidade. Os pais nos contaram que a escola de alvenaria começou a apresentar problemas no piso, no telhado e nas paredes. Por conta disso, em acordo com os professores, resolveram tirar as crianças para uma capela onde foram encontradas e fotografadas pelo promotor Vicente Gildásio Leite no início de junho, conforme relatamos em matéria anterior.

Quando de nossa visita, as crianças (em número de 16 pela manhã do infantil níveis 1 e 2, além do  1º ano do Ensino Fundamental tudo misturado// e 18 à tarde) já não estavam mais na capela.

Haviam mudado, no início de julho, para o Salão de Festas de Mata Virgem. O vídeo feito pelo blog mostra a situação de calamidade da educação. Não há paredes no lugar, os alunos reclamaram da poeira levantada por rajadas de vento, do sol que invade a área dependendo do horário e da chuva quando cai (ontem choveu duas vezes na região, enquanto lá estávamos).

Encontramos chocolate com biscoito seco sendo servido, mas isso só é possível quando algum vizinho, geralmente, pai de aluno, sede a cozinha para a merendeira do povoado trabalhar. No salão, claro, não há estrutura para isso.

MIJANDO NO TUCUM

Outra dificuldade mostrada no vídeo que fizemos é a falta de banheiro. Quando estavam na capela faziam suas necessidades no matagal, agora usam um banheiro de talo do salão onde filmamos até uma ‘moita’ de tucum cheia de espinhos. Sem o devido cuidado, as crianças podem se ferir com muita facilidade.

 Apesar dos 40% do FUNDEB para investimentos corresponderem, só este ano, à R$ 17.618.718,28, quando acochada pelo promotor de Justiça nossa secretária, que alegou desconhecimento, ainda pediu 30 dias para fazer um levantamento da situação de Mata Virgem.

Serão então 2 anos e 5 meses de espera por um planejamento, só pelo planejamento.

Execução da reconstrução da escola de alvenaria, como quer a comunidade,  talvez, se o Ministério Público realmente meter um Termo de Ajustamento de Conduta na Prefeitura, saia ano que vem, que, diga-se de passagem, será um ano milagroso.