
A turma que presenciamos era de alunos do ensino médio do Instituto Federal do Maranhão, Campus Codó, orientada no caso do autismo, por exemplo, por aqueles que estavam cursando nível superior. Raíssa Nogueira deu uma aula sobre a doença para despertar, no mínimo, a identificação dos casos dentro de casa.
“Estima-se que no mundo exista cerca de 1 bilhão de pessoas com autismo, no Brasil 2 milhões, apesar dessa frequência de casos muitas pessoas não sabem, realmente, o que é o autismo”, explicou num dos trechos da palestra bem ilustrada
EXPERIÊNCIA INOVADORA
Depois os alunos foram envolvidos numa experiência, para todos, inovadora. O professor Paulo Roberto de Jesus Silva sugeriu que, voluntariamente, eles se submetessem à algumas deficiências.
Óculos preparados para o momento tiraram 50% da visão, mas houve quem quisesse experimentar um pouco da vida de quem nada mais enxerga. Dária Barros e Ana Kássia de Jesus mergulharam na experiência vendando os olhos.
“Apesar de que a sensação é só por um momento, mas é péssima, é horrível, é escuridão total”, disse Dária ao final
Mas nesta total escuridão, Ana Kássia foi estimulada a pensar como gostaria de ser tratada uma vez ficando nesta situação para o resto da vida
“É com respeito, tem muitas pessoas que agem com preconceito, acham que a pessoa com deficiência visual pode ser limitada, mas não, a pessoa pode viver também socialmente”
Carlos Henrique de Sousa preferiu a cadeira de rodas, lembrou-se da dificuldade de acesso que os deficientes físicos enfrentam na rua.
“Codó como é uma cidade que já tá com mais de 100 mil habitantes não tem uma rampa para subir as cadeiras de roda, como cidade grande tem, aqui não tem não (…) isso aí é um problema pra quem é deficiente, isso aí é um problema”, disse

SEM BRAÇOS
Laine Sousa teve os braços isolados, seus companheiros também perderam a mobilidade dos membros superiores. À eles o professor pediu uma tarefa até então muito simples – escrever o próprio nome. Conseguiu fazê-los entender que deficiência também é sinônimo de desafio diário.
“Eu tive que me virar de qualquer jeito, tinha que dá o meu melhor, eu sei que é muito ruim pra pessoa que não tem braço”, frisou Laine
“A gente percebe que os alunos se surpreendem, primeiramente, com a dificuldade e depois, gradualmente, eles vão percebendo que podem superar”, salientou professor Paulo Roberto em sua observação de mestre em meio às atividades
A GRANDE FINALIDADE
A experiência teve finalidades específicas, uma delas foi eliminar o preconceito contra pessoas com deficiência.
“Quando o aluno passa por uma vivência e depois é esclarecido sobre esta vivência ele tem muita chance de remover preconceitos acumulados no seu imaginário”, concluiu o professor