O dia começou com estandartes, foguetório e até banda nas ruas da cidade que tem cerca de 80% do seu povo formado por negros. Herança étnica dos bantos trazidos da África no final do século XIX, ainda na formação do município
O desfile de abertura é realizado há mais de meio século pelo Centro Operário Codoense.
“É a comemoração da Abolição da escravatura aqui no Maranhão só o Centro Operário faz esta festa, acho que São José de Ribamar também. Há 58 anos o Centro Operário Codoense faz esta festa, é uma satisfação fazer essa passeata hoje pra mim”, explicou o presidente do Centro, Justino Ferreira
A festa durante muitos anos comemorava apenas a abolição da escravatura. Hoje passou a ter um caráter mais de protesto – protesto contra a discriminação racial.
“Por entender que não houve a tão sonhada liberdade foram introduzidos outros elementos nessa festa. Hoje nós comemoramos também o dia nacional da denúncia contra o raciscmo, a umbanda comemora o dia do Preto Velho e a igreja Católica Nossa Senhora de Fátima. A festa não é apenas um momento de festa, é um momento de reflexão”, ressaltou o secretário de Cultura e Igualdade Racial, Augusto Serra
TAMBOR DE CRIOULA
Eles se divertem da mesma forma que seus ancestrais , aos som dos tambores. Grupos de dança se tornam a atração do 13 de maio. Este é o Afro Codó, especializado em tambor de crioula.
O blog do Acelio constatou que a maioria aprendeu algo com os pais ou com os avós. O talento de seu Ribinha Muniz, por exemplo, hoje aos 75 anos de idade, vem de 1960, quando ouvia o pai cantando.
“Acabei aprendendo meus parentes todos gostavam e eu, curiosamente, fiquei segurando e hoje cantos várias toadas, sou atoador e hoje nós estamos fazendo essa representação nessa festa”, disse Ribinha
A punga continua forte e animada (ato de pular contra o peito do outro), assim como a vontade de que esta comemoração nunca se acabe. Rostos jovens ocupando funções importantes dentro da tradição alegra os mais velhos, gente como seu José Conceição Moreira – apaixonado pelo som que ecoou preso nas matas codoenses por longos anos.
“Essa festa é uma tradição que eu tenho desde menino, desde 1960….Nós vamos segurando e querendo também que os mais novos dê continuidade pra que essa cultura brasileira continue”, concluiu seu Conceição