Os defensores públicos que atuam na cidade de Codó estiveram na carceragem da delegacia e se depararam com seu maior problema – superlotação.
Encontraram 102 presos onde deveriam estar apenas 20. Amontoados estão provisórios e muitos já com sentença definitiva. Eles reclamam bastante porque, sem advogados, ficam esquecidos quando, em alguns casos, já poderiam estar em liberdade.
“Neguinho que já era pra tá em casa, já era pra ter ido embora, nunca ajeitaram meu caso aí ó, fui na audiência aí, vou esperar a sentença, ele aqui também tá sentenciado, era pra ter sido transferido, eles não fazem transferência não. Aí diz que quer nossa colaboração, como é que eles querem nossa colaboração se eles não fazem acordo com nós”, reclamou o preso Manoel da Silva Alves
PUNIÇÃO
Por causa do número cada vez maior de pessoas nas celas, cumprir a punição do Estado, com o mínimo de dignidade, é cada vez mais difícil. Manoel Cardoso reclamou da falta de acompanhamento do seu caso, o que o deixa a mercê de todos os problemas da cela onde está.
“Quando eu fui pra uma audiência não tava nem com três meses, já vai fazer mais de (inaudível), queria que decidissem alguma coisa.Já faz tempo que eu to aqui só nesse quartinho, uma cela que é pra quatro pessoas eles botam 20, bota 17, dezoito”, reclamou
ESFORÇO DOS DEFENSORES
Os defensores iniciaram um esforço concentrado na solução do problema, que tem incentivado até fugas como a ocorrida na semana passada, envolvendo outros órgãos. A explicação foi dada ao blog pela Dra. Suzana Camilo.
“Estamos também tendo contato com o Ministério Público, com o Poder Judiciário e com os demais órgãos responsáveis para que possamos melhorar essa situação da delegacia que na verdade está funcionando como estabelecimento penal, está fazendo as vezes de estabelecimento penal, nós estamos atualmente com 102 presos, uma superlotação, várias reclamações”, explicou
PRÓXIMA QUINTA-FEIRA
Mas já se adiantaram determinando um dia da semana para ver a situação de cada detento. Segundo este defensor, serão oito revisões a cada visita e o trabalho vai começar na próxima quinta-feira (26).
“Nesse caso vai se ver, processo de presos sentenciados, os defensores públicos pedirão transferência para um local apropriado, processo de preso provisório, também tem que ser transferido a não ser que a Secretaria de Administração Penitenciária, ao assumir o local, transformar no centro de detenção provisória, mas já existe superlotação, reformar celas, para tentar diminuir a superlotação. Então com a transferência de definitivos a gente ganha espaço”, relatou o defensor público, Elcio Barros