A presença de crianças no grande lixão de Codó continua existindo debaixo das barbas das autoridades. No local trabalham diariamente cerca de 40 famílias.
O local oferece diversos tipos de riscos à saúde e todos que lhe frequentam estão sem a menor proteção do tipo botas, luvas, máscaras, roupas adequadas. A prefeitura não desenvolve qualquer atividade informativa ou de assistência para com estas famílias, segundo denúncia colhida no ambiente inóspito.
Pior que ver os adultos em condições degradantes de trabalho é ver crianças circulando sozinhas ou, muitas vezes, com a anuência dos pais ou responsáveis, também catando lixo e brincando em meio ao chorume (substância líquida e tóxica produzida pelo lixo) tendo contato até com material hospitalar.
PALAVRA DO CONSELHO
Sobre o assunto quem nos concedeu entrevista foi o conselheiro tutelar Manoel Junior. Disse que o Conselho só vai ao local quando recebe denúncia da presença de crianças no lixão da cidade.
Quando isso ocorre, os conselheiros encontram sim crianças, mas nenhuma delas está com problemas de ausência em sala de aula ou com falta de assistência do governo por meio de programas como o Bolsa-família.
“O Conselho Tutelar tem ido lá no lixão de Codó quando há denúncia, quando a denúncia chega aqui ao Conselho e nós temos constatados que tem crianças, quando a gente fala com a família, fala com a mãe, aquela criança tá matriculada, tá na sala de aula, aquela criança tem o Bolsa-família e aí a gente só conversa com a família para que não leve aquela criança para aquele local porque a criança tem que tá na escola”, afirmou
Disse que o Cras do Codó também tem ido atrás das famílias que levam crianças ao lixão, mas, infelizmente, a falta de consciência destas a presença de crianças no lixão é um problema crônico.
“O município através dos Cras, principalmente o CRAS do Codó Novo tem feito busca ativa atrás dessas famílias pra estar conversando, orientando que a família não pode tá levando a criança para aquele local”, afirmou
É HORA DE AÇÃO
Diante dessa realidade, está na hora de Conselho, Promotoria da Infância, CMDCA e Secretaria de Assistência Social acharem outra solução, ainda que mais rígida e impopular.
Mas, pelo amor de Deus, não vão realizar mais uma audiência pública para chegar à algum plano que depois vai pra gaveta.
Por favor, pessoal, é hora de sermos mais pragmáticos.