Numa casa humilde – pequena e de taipa, com duas salas onde ficam as redes para dormir e uma cozinha com fogareiro de barro, numa delas, a menos de 700 metros da escola Mundoca Alvim, em Timbiras, mora Dona Maria Helena da Costa e seus 11 filhos.
O marido é lavrador, vive de pequenas diárias quando surgem, e ela dona de casa. Toda a renda fixa da casa vem do Bolsa-família de um filho apenas, no valor de R$ 104,00. A per capta da residência é de apenas R$ 8,00 por mês, muito abaixo da extrema pobreza, segundo estatística criada pelo Governo Federal para aferir a sobrevivência dos brasileiros.
Há dias em que as panelas não cozinham absolutamente nada no fogareiro de barro que pode ser visto logo que se entra por uma das portas laterais da residência.
“Tem dia que fica sem nada mesmo, não vamos se envergonha porque a gente tá falando a verdade mesmo né, agora mesmo anteontem não tinha almoço pra eles, só mesmo na manga”, revelou com lágrimas nos olhos dona Maria Helena
A HISTÓRIA DA CRIANÇA
A condição financeira da família não permitiu que ‘Tetinha’, de 10 anos, ganhasse a farda do colégio Mundoca Alvim e na escola o regimento interno proíbe a entrada, segundo a própria diretora, Ana Rita Lopes dos Santos, com quem conversamos na ocasião desta reportagem.
“Então tem alunos que, realmente, vem durante a semana mesmo só por pirraça…ESSES VOLTAM? Esses voltam, mas só que a maioria mora perto, você vai em casa, veste o uniforme e volta”, explicou a diretora quando perguntada a respeito
Mas não foi bem o que aconteceu no caso de Tetinha. Segundo a mãe dela e a própria criança. Leia abaixo a versão de ambas para as repetidas vezes em que foi advertida e até barrada porque estava sem farda e não tinha condições de comprar.
“Garantiu que não deixava a menina entrar e disse que se birrasse era pior…E AÍ VOCÊS ACABARAM DESISTINDO? Desisti, eu disse pois num vai não porque tu num vai ficar lá pro lado de fora”, contou a mãe
A criança fez a seguinte narrativa sobre seu trauma pessoal que acabou ficando após seus encontros com a diretora.
“Ela disse se eu não tivesse minha farda eu não ia entrar…VOCÊ TENTOU QUANTAS VEZES SEM FARDA? Só duas….E AÍ O QUE ELA DIZIA? Ela diz que não era pra mim entrar mais não, aí eu não entrei, ela disse que da outra vez ela não ia entrar mais, aí eu não fui mais”, revelou com ar de tristeza a menina que só teve tempo de decorar o nome de uma professora, também não fez muitas amizades na sala de segundo ano do Ensino Fundamental da escola.
E AS AUTORIDADES, QUE DIZEM?
Fomos ao Ministério Público da cidade e ao Conselho Tutelar. O promotor Ricardo Misko, estava em audiência, segundo funcionário do MP de Timbiras.
No Conselho nossa conversa foi com o conselheiro, Manoel Cristino Pereira NETO. Este, por sua vez, disse que não tinha conhecimento do caso específico da menina que ficou sem estudar em 2013 e terá que fazer o segundo ano do Ensino Fundamental em 2014.
Mas que dia 19 de novembro ele e uma conselheira, cujo nome não revelou, chegaram a fazer uma reunião com a diretora Ana Rita porque outras denúncias chegaram ao Conselho.
“O problema foi denúncia que ela tava impedindo os alunos entrar sem a farda, se não tivesse a farda não entrava. Nós falamos pra ela que é crime, ela poderá responder processo na Justiça por esta questão que ela não poderia impedir de forma alguma (…) e se a escola tem uma norma, tem um regime interno que ela chamasse os pais”, afirmou
Já fomos informados que no dia seguinte à esta matéria, o conselheiro foi à residência da família na tentativa de ajuda-la cadastrando os menores da casa no programa Bolsa-Família. No ato da entrevista, Irmão Neto, como é chamado, já havia nos avisado que não daria para salvar o ano letivo de Tetinha.
SUGESTÃO DA DIRETORA
Para a nossa reportagem Ana Rita Lopes disse que a menina estudou até o início de agosto, prazo final da compra de fardamento e deixou de ir ao colégio por decisão da família que não compareceu à escola para conversar e achar uma solução para o impasse.
A história de que a garota havia estudado até agosto foi confirmada por uma professora dela com quem fizemos contato por telefone por meio da diretora.
Ao final Ana Rita fez uma sugestão para que a criança não perca o ano letivo. Pediu que a levássemos à escola.
“Ela não vai perder não, peça pra ela voltar que gente dá um jeito no caso dela, então ela não vai ser prejudicada não”, sustentou
6 comentários sobre “DESCASO – Criança fica sem estudar em Timbiras porque escola não permite entrar sem farda”
Essa diretora não demonstra que é apita para o cargo. tem um caixa da escola e com certeza ela tem de fazer uso desse dinheiro pra outras coisas, o que custa ela comprar a farda pra essa criança ao invés de ficar apelando pra droga do estatuto da escola? Uma situação dessas me deixa revoltado pois sou pai e sei com é difícil manter filho em escola; se a família não pode, diretora e prefeito, ajuda aí meu!
É uma pena que fato como este acontece ao lado do MP de Timbiras. Acorda
eh uma vergonha. professores descompromissados e diretores incompetentes. A educação de Timbiras eh um caos.
Me proponho a ajudar essa familia!
Olha.acelio.o.comentario.quê.coloquei.da.diretora.ana.rita.ter.botado.as.crianças.para.pede.para.não.demitila.foi.verdade.quê.todo.mundo.viu.quem.passava.la.para.o.bairro.anjo.da.guarda.via.as.crianças.na.frente.da.escola.manifestando.a.favor.da.diretora.
Ao contrário deles q compram pageiros.camaro .muitas famílias vivem na miséria nas pereferias de Timbiras.e o ministério público nao ….. nem uma.pura …