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Acabou o mistério. A governadora Roseana Sarney (PMDB) não renunciará para se candidatar ao Senado. Ela anunciou ontem que vai cumprir o seu mandato até o último dia, para honrar o compromisso assumido com o eleitorado na eleição de 2010, que venceu no 1º turno, de deixar o Palácio dos Leões no dia 31 de dezembro deste ano, tendo realizado o melhor governo da sua vida.

Protagonizando um ato de grande coragem política, Roseana fez o anúncio de maneira objetiva, evitando se manifestar sobre assuntos que agora serão tratados na esfera partidária, como a disputa para o Senado, por exemplo. A decisão de permanecer no cargo está lastreada por vários fatores.

Governadora optou por continuar com o povo do MA
Governadora optou por continuar com o povo do MA

Dois deles se sobrepõem: o pessoal e o administrativo. No campo pessoal, a governadora alega cansaço da vida pública e necessidade de se dedicar mais a si e à família. Roseana está na ciranda política desde 1985, quando se tornou uma das principais assessoras do então presidente Jose Sarney. Em 1990, se elegeu deputada federal e em 1994 governadora, se reelegendo em 1998 em um só turno. Em 2002, se elegeu senadora; em 2006 disputou o governo, mas irregularidades lhe tiraram a eleição; mas assumiu em 2009 por decisão judicial e se reelegeu em 2010 no 1º turno. Nenhum período de descanso em quase 30 anos.

o campo administrativo, o programa de obras é denso e sem paralelo na história recente do estado. O Saúde é Vida, com a construção, reforma e reabertura de hospitais, e o Viva Maranhão, que tem por base o programa rodoviário. Na educação, será inaugurado no mês que vem, no antigo Colégio Maristas, o primeiro ginásio de tempo integral do estado. Em São Luís estão em fase final a Via Expressa, a Avenida Quarto Centenário, o Espigão Marítimo e a primeira etapa do Anel Metropolitano, entre várias outras obras. Não seria justo abrir mão de nove meses de governo. A governadora deu o passo que julgou mais certo. Tem autoridade pessoal e política para isso.

Ativa

A não entrada da governadora Roseana Sarney na corrida eleitoral deste ano não significa dizer que ela se isolará do processo eleitoral. A governadora vai participar ativamente da campanha em apoio aos candidatos da aliança partidária que lidera a governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Mas com um detalhe que faz a diferença: não permitirá o uso da máquina pública na disputa eleitoral.

Mudança

Antes de anunciar sua permanência no cargo, Roseana Sarney conversou com Luis Fernando Silva, pré-candidato do grupo a governador. Avaliaram todos os desdobramentos políticos da decisão e a governadora mostrou ao ex-secretário de Infraestrutura que estava determinada. Antes partidário da candidatura de Roseana ao Senado, Luis Fernando acabou convencido do contrário.

Quarentena

Luis Fernando Silva (PMDB) preferiu se recolher. Ele acompanhou de forma discreta a decisão de Roseana de permanecer no Governo e espera o momento certo para de fato iniciar a sua campanha. A discrição de Luis Fernando é vista por aliados como uma espécie de quarentena, na qual se preparará para o embate eleitoral.

Largada

O anúncio do “fico” por Roseana Sarney funcionou como uma espécie de “largada” para a disputa pela vaga de candidato do grupo governista ao Senado. O deputado federal Gastão Vieira (PMDB) foi cauteloso, mas admitiu que está na corrida para a vaga de candidato a senador. Já Lobão Filho (PMDB) foi mais claro e objetivo: disse que está pronto e que tem certeza de que a vaga será sua e que vai vencer a eleição.

Apoio

Mesmo protagonizando um ato político da maior importância, Roseana Sarney não quis dar esse caráter ao seu comunicado. Tanto que não convocou nenhum líder do grupo ao Palácio dos Leões. O único parlamentar que presenciou o comunicado da governadora foi o peemedebista Roberto Costa, que fez questão de apoiar o gesto.

Poucos

Roseana também não quis envolver a sua equipe de governo no ato em que comunicou sua decisão de permanecer no cargo. Tanto que apenas dois secretários de Estado estavam presentes: Fernando Fialho (Desenvolvimento Social) e Carla Georgina (Comunicação Social). Além deles, o diretor-geral do Detran, André Campos, e o ex-secretário de Cidades, Hildo Rocha.

Opiniões

Deputados da base aliada da governadora Roseana Sarney (PMDB) são unânimes em dizer que apoiam sua decisão de permanecer no cargo até 31 de dezembro. César Pires (DEM), líder do governo na AL, disse que uma decisão para o grupo somente seria boa se fosse boa para a governadora. Outros parlamentares respaldaram a declaração do líder.

Decepção

Já o senador Lobão Filho (PMDB) preferiu comentar a decepção da oposição no anúncio de Roseana Sarney. Segundo ele, muitos apostaram em uma tática eleitoral do grupo da governadora que lhe garantiria o mandato de senadora. – Eles se decepcionaram e ela confirmou o que vinha dizendo havia algumas semanas. Atitude que demonstra responsabilidade – disse.

COLUNA ESTADO MAIOR

6 Responses

  1. Na verdade sua permanência se deve ao fato do temor da dinastia em deixar o poder por seis meses, uma vez que o presidente da assembleia legislativa almejava esse cargo e ia contra os interesses da imperadora do Maranhão. Se com a máquina pública nas mãos as coisas estão feias para o grupo monárquico imagine sem o poder e o dinheiro pública pra ser torrado na campanha.

  2. Fica no poder para tentar intervir financeiramente de modo direto nas eleições deste ano. Se vencerem, (ou vencessem), torna-se uma Super-Secretária de Estado, ou mesmo Super-Ministra no próximo mandato do Dilmão. Povo do Maranhão, não caia neste golpe.

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